quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Crescimento ecológico é uma meta válida - Martin Wolf

folha de são paulo

Crescimento ecológico é uma meta válida

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Na semana passada, coube a Varsóvia sediar uma reunião decepcionante sobre a mudança do clima. Nas duas últimas décadas, muitas outras cidades já desfrutaram desse prazer. Desta vez, 195 países chegaram a um doloroso acordo quanto a prestarem "contribuição" no combate ao clima, em lugar de assumirem um "compromisso", mais robusto, quanto ao tema. O objetivo continua a ser chegar a um acordo forte em Paris, em 2015. As chances de sucesso parecem ínfimas. Passadas experiências servem como prova.
O que torna isso deprimente é o fato de que o mundo provavelmente poderia limitar o risco de desfechos catastróficos a um custo bastante limitado, desde que agisse rápida, efetiva e coordenadamente. Em seu novo livro, "The Climate Casino", William Nordhaus, da Universidade Yale, o decano dos economistas que pesquisam sobre as questões climáticas, argumenta que o custo de limitar o aumento da temperatura média mundial a dois graus seria de 1,5% da produção bruta do planeta, desde que as medidas corretas fossem tomadas. Isso representa apenas meio ano de crescimento econômico mundial. Mas essa contenção se provaria muito mais dispendiosa caso os países responsáveis por metade das emissões não participassem; nesse caso, seria inviável limitar o aumento da temperatura a dois graus.
O professor Nordhaus, uma voz moderada nesse debate, explica por que o mundo deveria aceitar os custos de agir. O efeito estufa é ciência básica. As emissões subiram rapidamente. A concentração atmosférica de dióxido de carbono é hoje de mais de 400 partes por milhão - 50% acima da existente antes da revolução industrial e bem acima do nível médio do último milhão de anos. As temperaturas mundiais subiram nos últimos 150 anos. A recente média elevada da temperatura mundial não é excepcional. Os cientistas do clima não conseguiram encontrar outra explicação que não as atividades humanas para esses aumentos de temperatura.
Os céticos argumentam como se a incerteza significasse que o certo é nada fazer. Em uma estrada coberta de neblina, o número e velocidade dos demais carros são especialmente incertos. Mas a ignorância quanto a esses fatores torna essencial dirigir cautelosamente. Dadas as incertezas que existem sobre o sistema climático, o curso mais sábio certamente será o de dirigir com cautela.
Um aspecto especialmente importante dessa incerteza se relaciona aos pontos de inflexão. Sabemos que o clima do planeta mudou de maneira acentuada no passado. É possível - e até mesmo provável - que algum processo insuficientemente compreendido precipite o planeta a um novo estado, talvez irreversível; o colapso das grandes geleiras é uma dessas possibilidades; outra envolve grandes mudanças na circulação oceânica; e ainda outra seriam processos de retroalimentação positiva quanto ao aquecimento. Além disso, embora a humanidade possa ter esperanças quanto a administrar os efeitos econômicos desses eventos, o mesmo não vale para o seu impacto sobre os oceanos ou para extinções em massa de espécies.
É irracional apostar no cassino do clima sem tentar eliminar os piores desfechos possíveis. Algumas pessoas estão empolgadas com as possibilidades da geoengenharia. Mas isso representa simplesmente uma nova aposta. Decerto é mais sensato limitar o acúmulo excessivo dos gases causadores do efeito estufa, desde que isso possa ser feito a custos menos que paralisantes.
As emissões, portanto, são um efeito colateral negativo da atividade econômica. Não conhecemos o custo dessas externalidades. Mas podemos ter certeza de que é maior do que zero. Externalidades não se corrigem sozinhas. Na ausência de direitos individuais de propriedades efetivos, elas requerem ação governamental, nesse caso a ação de perto de 200 governos. A solução mais simples seria que cada país chegasse a um acordo quanto a um preço para as emissões; cada país poderia, com isso, impor tributos. O professor Nordhaus sugere que esse preço seja de US$ 25 por tonelada de carbono. A receita gerada por esses tributos ficaria em cada país. As negociações girariam apenas em torno do preço. Enquanto isso, os países de alta renda se concentrariam em investir em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias relevantes e em garantir que as melhores tecnologias estejam disponíveis a baixo custo para os países emergentes e em desenvolvimento. Por que deveriam fazê-lo? A resposta é: porque uma atmosfera com baixo teor de carbono é um bem público para todo o planeta.
No momento é impossível ser otimista quanto a que qualquer dessas coisas aconteça, em parte porque o acordo necessário precisa ter longo prazo e alcance mundial. Isso suscita questões difíceis de equidade intergeracional e intrageracional. Mas a probabilidade de fracasso se deve também aos esforços (bem sucedidos) do céticos quanto às questões climáticas para turvar as águas intelectuais, e à compreensível resistência dos grupos de interesse afetados. Alguns setores - as companhias de energia e as atividades que requerem, intenso consumo de energia - se queixarão. Mas essas queixas precisam ser colocadas em seu contexto. A perda de empregos no setor de carvão dos Estados Unidos, muito influente em termos políticos, pode chegar a 40 mil postos de trabalho em uma década. Comparado ao que aconteceu no mercado de trabalho norte-americano de 2008 para cá, não parece grande coisa.
Além disso, existem as compreensíveis preocupações das pessoas comuns de que viveriam muito pior caso não tratassem a atmosfera como depósito ilimitado de emissões. Também é evidente que as fontes de energia com baixa emissão de carbono continuam caras e que algumas tecnologias não foram ainda comprovadas em escala relevante. Além disso, um grande esforço requereria uma aceleração no ritmo de descarbonização. Isso não acontecerá por si só. É necessário um empurrão.
A combinação de preços altos e apoio a pesquisa fundamental pode servir como empurrão. Felizmente, as indicações sugerem que, ou por ignorância ou por inércia, os domicílios e empresas não otimizam seu uso de energia, hoje. A combinação de preços mais altos para as emissões de carbono e regulamentação rigorosa pode até oferecer algumas saborosas vantagens imprevistas: reduções nas emissões de carbono sem perda de produção.
Suponha que, a despeito da lógica, se prove impossível chegar a um acordo mundial. Faz sentido que um país ou grupo de países tome medidas fortes por conta própria? Se o objetivo é enfrentar a mudança do clima, a resposta é "absolutamente não", a não ser que os países em questão sejam a China ou os Estados Unidos. De fato, mesmo que os países em questão fossem China e Estados Unidos, o efeito seria insuficiente, porque eles respondem juntos por pouco mais de dois quintos das emissões mundiais. Mas pode ser que um país venha a servir como prova de conceito, mostrando que é possível que uma economia cresça rápido e reduza emissões ao mesmo tempo. No processo, um país como esse poderia até, como argumentam alguns, ganhar vantagem importante em certos setores novos e relevantes.
De qualquer forma, alguns países precisam tentar. De outra forma, porque todo mundo está hesitando, os esforços para um acordo coletivo devem fracassar. E com isso estaríamos fazendo a aposta de que não teremos nenhum desfecho ruim ou irreversível. Podemos ter sorte nessa aposta. Mas o que nossos descendentes dirão se não tivermos?
Tradução de PAULO MIGLIACCI
martin wolf
É comentarista chefe de Economia no jornal britânico "Financial Times". É membro honorário do Instituto de Política Econômica de Oxford e professor honorário da Universidade de Nottingham. Participa do Fórum de Davos desde 1999 e do Conselho Internacional de Mídia desde 2006. É doutor em letras pela Universidade de Nottingham e doutor em economia pela London School of Economics (LSE)

Brasileiro acha que câncer mata mais que infarto e AVC

folha de são paulo

Brasileiro acha que câncer mata mais que infarto e AVC


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CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO

O brasileiro desconhece as doenças cardiovasculares como principal causa de morte no país. Para a maioria da população, o câncer (59%) e a Aids (17%) matam mais.
É o que revela pesquisa Datafolha, feita a pedido do Instituto Oncoguia, que verificou o conhecimento da população sobre o câncer, seus fatores de risco e a prevenção.
Segunda causa de mortalidade, o câncer é responsável por 17% das mortes. Já as doenças do aparelho circulatório, como derrame e infarto, respondem por 31%.
Foram entrevistadas 2.571 pessoas em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
"Subestimar a mortalidade pelas doenças cardiovasculares é um forte sinal indireto da nossa má qualidade de saúde", diz Angelo de Paola, professor titular de cardiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Para ele, a desinformação é maior entre o público feminino, que teme o câncer ginecológico, mas não as doenças do coração, que são as que mais matam as mulheres.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
Ao mesmo tempo que supervalorizam a mortalidade por câncer, as pessoas desconhecem fatores de risco importantes associados a ele.
A infecção pelo vírus HPV, que causa o segundo tumor que mais mata as mulheres, o de colo uterino, aparece em sétima colocação em uma lista de 12 fatores de risco.
O tabagismo, associado ao câncer de pulmão, lidera a lista. A obesidade e o sedentarismo, relacionados a até 40% casos de câncer, também não são reconhecidos pela população como fatores que predispõem ao câncer. Aparecem em penúltimo e antepenúltimo lugar, respectivamente, na pesquisa.
"É impressionante como a falta de informação está disseminada, independentemente do grau de escolaridade, classe econômica, região ou faixa etária", afirma o oncologista Rafael Kaliks, diretor científico do Oncoguia.
Para ele, é importante que as pessoas saibam da relação direta entre o HPV e o câncer do colo uterino e outros até para que os pais não titubeiem na hora de vacinar suas filhas contra o vírus, agora que a imunização será oferecida na rede pública, a partir do ano que vem, para meninas de 11 a 13 anos.
O caso da obesidade e do sedentarismo é ainda mais gritante, segundo Kaliks.
"Com 50% da população acima do peso, esses fatores de risco passaram a ser ainda mais importantes do que o tabagismo, que afeta hoje 15% dos brasileiros. Não só para o câncer como também para as doenças cardiovasculares", afirma o médico.
Para ele, são necessárias campanhas públicas de promoção à saúde mais agressivas. "Temos que começar nas escolas", diz ele.

Francisco Daudt

folha de são paulo
Bullying
Na escola, os 'amiguinhos' se estranham pelo jeito diferente; e assim começam os apelidos e as agressões
Ver uma criança crescer é como assistir a história da espécie em câmera rápida. Depois de um tempo, ela se põe de pé, começa a falar e agir como o troglodita que um dia fomos (fomos?): não tem os polimentos da civilização, não é hipócrita, demonstra seus sentimentos sem máscaras, tem raiva, bate, morde, chora, é possessiva, ciumenta, come com as mãos e estranha quem não é da sua tribo (a família).
Até hoje, entre tribos de caçadores-coletores da Papua Nova Guiné, se dois estranhos se encontram numa trilha, começam a desfiar seus parentes um para o outro, na tentativa de encontrarem algum em comum. Se não encontram, partem para uma luta de morte: o estranho é o inimigo.
Mas está chegando o momento histórico em que o troglodita se aproxima da Cidade-Estado, criada há 10.000 anos no crescente fértil da mesopotâmia, onde a espécie, por ter domesticado plantas e animais (inventando a agricultura e a pecuária), não precisa caçar nem coletar, não precisa ser nômade, pode se estabelecer num só lugar onde estranhos convivam, e até cooperem, em vez de lutar. Este lugar, para a nossa criança, é a escola.
O choque cultural é inevitável. Lembro que uma paciente propagandeava as vantagens da escola para sua filha, onde ela iria encontrar "amiguinhos" para brincar. "E então?" perguntou à filha, que voltava de seu primeiro dia escolar. "Mãe, os amiguinhos' mordem! Os amiguinhos' batem!"
E os "amiguinhos" se estranham, pela aparência diferente. É assim que começa o bullying. Apelidos, agressões, lei do mais forte, alunos que atacam professores em bando, professores que molestam alunos, que incentivam maus tratos (quando o nome muda para "assédio moral", base para processo na Justiça, algo a ser resolvido fora da escola).
Sabemos disso, mas, por que isso vem se tornando mais problemático?
Tenho uma hipótese histórica. Quando a Cidade-Estado foi inventada, a principal mudança civilizatória na vida do troglodita foi que, para conviver com estranhos, teve que abrir mão de fazer justiça por si mesmo, e a violência se tornou monopólio do Estado.
Ele estabelecia leis a serem cumpridas, e punições para seus transgressores, sob o comando da Autoridade máxima, (o Tirano, um título, não um xingamento). Não existe, portanto, civilização sem lei, sem direitos e deveres, sem punição para os transgressores, sobretudo, não existe civilização sem "Autoridade".
Sabemos intuitivamente disso, quando dizemos que pais bananas produzem filhos trogloditas. A democracia, ao tomar horror do tirano, muitas vezes confunde autoridade com autoritarismo, e assim, deixa de exercê-la. Resulta em um pudor e uma leniência com a aplicação da lei, que tolera a existência de "black blocs", invasores de propriedade alheia, depredadores de bens públicos e particulares... e bullying.
A escola precisa ensinar civilização. Precisa de ter autoridade clara, leis claras, punições correspondentes executadas. É uma oportunidade de ensinar que a democracia não pode ser banana, caso contrário se perderá, e a tirania retornará.

    Painel Vera Magalhães

    folha de são paulo
    Como está fica
    O ministro Marco Aurélio Mello vai propor na sessão de hoje do STF o adiamento da análise do processo sobre a correção das cadernetas de poupança pelos planos econômicos dos anos 80 e 90. Terá o apoio de Gilmar Mendes e de outros ministros, que entendem que não haverá tempo hábil de a corte concluir a análise da matéria até o dia 18 de dezembro, última sessão do ano. O adiamento atende o desejo do Palácio do Planalto, que teme o impacto da correção na economia.
    Afago 1 Guido Mantega (Fazenda) garantiu diante dos 27 presidentes de federações industriais reunidos ontem na CNI (Confederação Nacional da Indústria) que os investimentos vão aumentar nos próximos anos e que o setor é prioridade do governo.
    Afago 2 Segundo o ministro, a injeção de R$ 500 bilhões nos programas de concessões de obras de infraestrutura fará com que o investimento aumente para 24,1% do PIB em 2022. Atualmente, ele representa 18% do total.
    Campo minado A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, presidida pelo petista Lindbergh Farias (RJ), convidou secretários da Fazenda de São Paulo e de Pernambuco para debater crise da Federação, tema que Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) usam para fustigar Dilma Rousseff.
    Digitais 1 A Justiça Eleitoral do Paraná suspendeu um perfil fake no Facebook batizado de "Gleisi não", com ataques à ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT ao governo do Estado, e determinou a identificação dos responsáveis pela página.
    Digitais 2 A quebra de sigilo mostrou que o responsável por bancar links patrocinados no perfil falso era José Gilberto Maciel, jornalista da Agência Estadual de Notícias do Paraná. Gleisi Hoffmann vai processar o responsável e pedir para averiguar se os endereços de IP usados eram do governo Beto Richa (PSDB).
    Classe econômica Apesar do pedido feito pelo PTB a Dilma ontem para ocupar a Integração Nacional na reforma ministerial, o Palácio do Planalto trabalha com a ideia de abrigar o partido no Turismo. O mais cotado para a primeira pasta ainda é o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
    Suíte master Do ex-petista Domingos Dutra (SDD-MA) sobre o futuro emprego de José Dirceu, contratado por R$ 20 mil para ser gerente de um hotel em Brasília: "Só falta o Joaquim Barbosa se hospedar lá e ser atendido pelo comandante Dirceu".
    Lavoura Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Xico Graziano (iFHC) organizam encontros de Aécio Neves com expoentes do agronegócio, para se contrapor à aproximação de Eduardo Campos (PSB) com ruralistas. Os tucanos pretendem realizar um evento com o setor ainda em dezembro.
    Muro No almoço com Paulinho da Força (SDD-SP), Aécio foi questionado se, uma vez eleito, manteria o reajuste do salário mínimo pela variação do PIB de dois anos anteriores mais a correção da inflação pelo INPC do ano anterior. O tucano preferiu não adiantar sua posição.
    Café Para tentar acelerar o apoio do PSB à sua reeleição, Geraldo Alckmin quer se reunir com Campos e Marina Silva separadamente. Pretende se encontrar primeiro com a ex-senadora, que resiste à aliança. A ponte é o ex-deputado Fábio Feldmann.
    No escuro A Rede reclama que não teve acesso às diretrizes programáticas que serão anunciadas por Campos e Marina amanhã. "Seremos surpreendidos com o texto assim como fomos com a filiação dela ao PSB", queixa-se um marineiro.
    TIROTEIO
    "Com tamanha romaria na prisão, só falta liberarem a entrada de Romanée-Conti e charuto cubano para a cela dos mensaleiros."
    DO DEPUTADO RUBENS BUENO, líder do PPS na Câmara, sobre os privilégios recebidos por políticos para as visitas aos condenados do mensalão na Papuda.
    CONTRAPONTO
    Laços de família
    Ao recomendar em discurso no interior do Estado que sua plateia evitasse dirigir depois de ingerir bebidas alcoólicas, Geraldo Alckmin (PSDB) relatou sua passagem por um bar no início do dia.
    -- Estávamos em Buri, eram oito e meia da manhã, já tinha uma turma mandando bala.
    Disse, então, que se aproximou e foi saudado:
    -- O cara veio e perguntou se eu sabia seu nome. Eu respondi que eu era primo dele. Ele se espantou: "Mas como o senhor sabe que eu sou seu primo?". Eu emendei: "É que eu sou Alckmin, e você é álcool em mim, não é?".

    Ministro lamenta 'disputa eleitoral' do caso Cartel da Siemens

    folha de são paulo
    DE BRASÍLIAEm resposta às acusações do PSDB, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) atacou os tucanos e lamentou "que uma investigação séria tenha se transformado numa disputa política e eleitoral".
    "Acho muito ruim que investigações sejam transformadas em disputa política. Todos são iguais perante a lei, só em mentalidades aristocráticas, elitistas e ditatoriais que prevalece ideia de que conosco, não'", disse.
    "Se há denúncias, não importa contra quem seja, o ministro tem que pedir investigação. Senão é prevaricação".
    Cardozo reafirmou que recebeu documentos das mãos do secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, o petista Simão Pedro, em maio. E negou mais uma vez que tenha recebido as denúncias do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
    Segundo ele, Simão foi até sua casa em São Paulo, num domingo, para lhe entregar o material. A denúncia, com tabelas, planilhas e nomes de tucanos, foi repassada pessoalmente ao chefe da Polícia Federal, Leandro Daiello.
    "Não vou mandar pelos escaninhos do MJ [Ministério da Justiça]. Não que não confie nos funcionários, mas são muitas mãos. A tramitação oficial foi feita na PF", justificou, negando qualquer ilegalidade no procedimento.
    Ele nega qualquer tentativa de proteger o Cade. Disse que foi um "equívoco" da PF afirmar que os papéis foram encaminhados pelo órgão.
    Como prova de que o Cade nada sabia, Cardozo citou um depoimento à PF de Rubem Accioly Pires, coordenador de inteligência e operações do conselho, negando conhecer esses documentos.
    As declarações foram feitas em julho, dois dias antes da busca e apreensão na Siemens, que fez acordo com o Cade para colaborar na apuração sobre formação de cartel. Afirmou ainda que essa papelada não foi parar no Cade depois dessa ocasião.
    "Pode ter absoluta certeza que esses órgãos [PF e Cade], da mesma forma que não perseguem, não se intimidam", afirmou o ministro.
      ENTENDA O CASO O CARTEL DA SIEMENS
      O ACORDO
      Em julho, a Folha revelou que a Siemens fez um acordo com o Cade no qual informou ter integrado cartéis para fraudar licitações de trens e metrô em SP e DF de 1998 a 2008
      AS IRREGULARIDADES
      O Cade examinou centenas de documentos apresentados pela Siemens e concluiu que houve irregularidades em seis licitações realizadas, sendo cinco delas em São Paulo
      AÇÃO NA JUSTIÇA
      Em agosto, Alckmin anunciou que iria processar a Siemens. Em novembro, a Justiça mandou o governo refazer a ação e incluir as outras empresas do cartel
      CASO ALSTOM
      Justiça manda sequestrar R$ 57 milhões de ex-diretores da CPTM, entre eles João Roberto Zaniboni, e do consultor Arthur Gomes Teixeira, acusados de fraudes
      INDICIAMENTO
      Em novembro, a PF indiciou Teixeira e Zaniboni por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Eles negam irregularidades
      CARTA
      Em 21.nov, foi divulgada carta na qual o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer diz ao Cade que esquema de corrupção envolveu governos tucanos em SP e financiou caixa 2 de DEM e PSDB
      REAÇÃO
      Os tucanos acusados ameaçam processar Rheinheimer, que nega ter feito as acusações. O deputado licenciado Simão Pedro (PT) diz ter enviado os documentos ao governo
      AÉCIO
      Com Aécio Neves à frente, a cúpula do PSDB acusa o governo federal de reeditar o "escândalo dos aloprados" para minimizar o impacto das prisões do mensalão
      CARDOZO
      Em resposta, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que "se há denúncias, não importa contra quem seja, o ministro tem que ser pedir investigação"
        PSDB acusa Cardozo de politizar investigação
        Aécio Neves defende que ministro da Justiça se afaste da apuração sobre fraude em licitações nas gestões tucanas em SP
        José Aníbal pede a demissão de Cardozo: 'Ou demite o ministro ou é cúmplice desse dossiê de aloprados'
        RANIER BRAGONDE BRASÍLIACom fortes críticas ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a cúpula do PSDB acusou ontem o governo de usar as investigações sobre a existência de um cartel nas licitações de metrô e trens durante os governos do PSDB em São Paulo para minimizar o impacto político das prisões do mensalão.
        Tendo à frente o senador Aécio Neves (MG), provável candidato à Presidência, o PSDB defendeu que Cardozo se afaste das investigações sobre o cartel revelado pela multinacional alemã Siemens ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
        "A tentativa de fazer com que os outros possam parecer iguais não terá êxito, porque nós não somos iguais. Prezamos e praticamos a ética na vida pública", afirmou Aécio, acrescentando que o governo "manipula" as instituições do Estado para "enxovalhar" adversários.
        Segundo ele, as acusações contra tucanos vieram a público para encobrir os desdobramentos do escândalo do mensalão, cujos condenados, parte deles do PT, começaram a ser presos no último dia 15.
        Para Aécio e outros tucanos, é uma reedição do caso dos "aloprados", que começou com a prisão de petistas em 2006 com dinheiro que, segundo o Ministério Público, seria usado para comprar um dossiê contra José Serra, então candidato do PSDB ao governo de São Paulo.
        Acompanhavam Aécio, na sede do PSDB em Brasília, os líderes na Câmara (Carlos Sampaio) e no Senado (Aloysio Nunes Ferreira), além dos secretários paulistas Edson Aparecido (Casa Civil) e José Aníbal (Energia).
        As acusações contra tucanos apareceram num suposto depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que apontava pagamento de propina em São Paulo durante os governos do PSDB. Ele negou, depois, ser o autor da denúncia.
        Apontando diferenças entre esse material e outro que Rheinheimer encaminhou à Siemens em 2008, os tucanos acusaram petistas de forjar documentos.
        DEMISSÃO
        Embora dois delegados da Polícia Federal tenham dito que receberam as acusações do próprio Cade, o ministro da Justiça afirmou que recebeu o depoimento das mãos do secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, o petista Simão Pedro.
        Simão negou que o documento enviado tenha sido alterado para acusar o PSDB: "Não alterei documento nenhum. Só encaminhei ao ministro. Essa acusação do PSDB é uma bobagem".
        Os tucanos ainda pediram a demissão do presidente do Cade, Vinicius Carvalho, que foi chefe de gabinete de Simão. "Se a presidente não sabia desse episódio, agora sabe. Ou demite o ministro ou é cúmplice desse dossiê de aloprados", disse Aníbal.
        Já Aécio foi menos enfático. "Eu acho que ele perdeu as condições de ser o coordenador dessas investigações, como ministro da Justiça. Obviamente que a decisão de nomear e de demitir ministro cabe à presidente", disse.
        O PSDB disse que pretende aprovar a convocação de Cardozo para dar explicações no Congresso e representar contra ele na Comissão de Ética Pública e no Ministério Público.

          Protecionismo cultural

          folha de são paulo
          Protecionismo cultural
          O decreto número 8.124, assinado há pouco mais de um mês pela presidente Dilma Rousseff, tem despertado justificadas apreensões no setor das artes.
          O diploma regulamenta duas leis de 2009, uma que instituiu o Estatuto de Museus e outra que criou o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Seu objetivo primordial é definir parâmetros para a preservação e o controle, por parte do poder público, dos bens culturais que já integram o patrimônio de museus e daqueles que seriam passíveis de "museologização".
          Lamentavelmente, o decreto segue um padrão conhecido na legislação brasileira, em que as boas intenções se perdem num emaranhado de regras protecionistas e burocráticas --algumas de difícil execução, outras que projetam sobre a atividade privada a sombra da intervenção estatal.
          Seu aspecto mais controverso diz respeito à possibilidade de o poder público declarar de interesse nacional uma ampla gama de bens "móveis e imóveis, de natureza material ou imaterial, considerados individualmente ou em conjunto, portadores de referência ao ambiente natural, à identidade, à cultura e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira".
          Praticamente tudo --do artesanato à arte, passando por trajes, registros musicais e receitas culinárias-- pode se enquadrar no conceito adotado pelo texto. Os bens assim considerados passam a ser monitorados pelo Estado, que torna obrigatória, para acervos públicos e privados, a apresentação de relatórios anuais sobre suas condições de conservação.
          Mais que isso, o decreto garante ao Ibram a preferência em caso de venda de peças, o direito de restringir suas transferências ao exterior e até a função de autorizar intervenções nos bens culturais. Natural, portanto, que o mercado das artes sinta-se violado.
          Não há dúvida de que o país precisa zelar por seu patrimônio cultural e contar com museus qualificados. Para isso, contudo, seria recomendável um pouco mais de realismo e menos ameaças à atuação dos agentes privados, que têm desempenhado papel crucial na promoção e preservação da arte brasileira --seja em território nacional, seja no exterior.
          Não é demais lembrar, ainda, que diversas instituições ligadas ao Estado --que se arroga o posto de guardião dos bens culturais-- vivem às traças, muitas vezes sem os recursos para cumprir seus objetivos mais básicos.

            Construtoras são 'sócias' da máfia do ISS, afirma Donato

            folha de são paulo
            MÁFIA DO ISS
            Donato volta à Câmara, chora e ataca construtoras
            Para ex-secretário de Haddad, empresas são 'sócias' de 'esquema criminoso'
            Petista insinua contato de auditor fiscal suspeito com Alckmin durante campanha em 2008; tucano nega
            GIBA BERGAMIM JR.DE SÃO PAULOEx-homem forte da gestão Fernando Haddad (PT), Antonio Donato (PT) chorou ontem em sua volta à Câmara e atacou as construtoras. Cerca de 150 militantes petistas ouviram o discurso do vereador.
            Donato deixou a Secretaria de Governo após a Folha mostrar que ele empregou em seu gabinete Eduardo Horle Barcellos, um dos quatro fiscais acusados de integrar a máfia do ISS --a quadrilha cobrava propina de empreiteiras para dar descontos no imposto.
            Depois, Barcellos prestou depoimento dizendo que pagava mesada de R$ 20 mil a Donato de 2011 a 2012. O petista afirma ser mentira.
            Ontem, o vereador chorou após falar de seus antepassados: sua avó, uma índia, e seu avô, um camponês italiano.
            Sem citar nomes, chamou donos e presidentes de construtoras de "tubarões do mercado imobiliário" e os acusou de participação no esquema de sonegação de ISS em troca de propina.
            Também criticou a imprensa ao dizer que os nomes de empresas que supostamente pagam propina não são citados em reportagens.
            "Mas e os corruptores? Onde estão aqueles que se beneficiaram de sonegar R$ 500 milhões? Cadê o rosto dos presidentes das grandes incorporadoras citadas no início deste escândalo?" A resposta de Donato: "Nas colunas sociais".
            "Essas empresas e indivíduos não são vítimas dos fiscais. São sócias majoritárias desse esquema criminoso."
            Haddad já disse haver ao menos 15 construtoras suspeitas no esquema, mas sempre se negou a revelar quais.
            A Promotoria divulgou os nomes de seis empresas citadas em depoimentos: BKO, Tarjab, Tecnisa, Trisul, Alimonti e Brookfield.
            Donato também disse que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) teve contato com Ronilson Rodrigues, suspeito de chefiar a máfia, quando foi candidato à prefeitura.
            Ao falar sobre como o conheceu, o vereador disse que o fiscal o procurou em 2008, apresentando-se como "técnico apartidário" que poderia auxiliar na campanha da então candidata Marta Suplicy (PT).
            "Mais tarde, fiquei sabendo que o mesmo Ronilson chegou a se reunir, naquela eleição, com o então candidato a prefeito pelo PSDB, Geraldo Alckmin, para prestar informações semelhantes."
            Donato confirma conhecer parte dos acusados no esquema. Mas disse que "nunca, em momento algum, pedi a qualquer um deles recursos para a campanha e tampouco recebi apoio financeiros".
            A assessoria do governador afirmou que Ronilson "não participou nem prestou qualquer contribuição ou ajuda à campanha eleitoral de 2008 do então candidato a prefeito e atual governador".
            "Também não compõe a lista dos 451 participantes das discussões do programa de governo nem consta dos registros das pessoas recebidas pelo então candidato", diz.
            O Secovi (sindicato de construtoras) não se manifestou até a conclusão desta edição. Em ocasiões anteriores, disse que está colaborando com as investigações da Promotoria.

              Helio Schwartsman

              folha de são paulo
              Enem, 1001 utilidades
              SÃO PAULO - Em 2009, o MEC reformulou o Enem, introduzindo uma nova metodologia para elaborá-lo --a TRI-- e passou a utilizá-lo como um vestibular nacional para as universidades federais.
              Foram mudanças importantes. A TRI, acrônimo para Teoria da Resposta ao Item, trouxe um pouco de ciência para as avaliações. Seus modelos matemáticos permitem comparar alunos submetidos a provas diferentes e o desempenho de um mesmo estudante ao longo do tempo. A unificação do processo seletivo, com o advento do Sisu, um leilão eletrônico para alocar vagas segundo o desempenho de cada candidato, permite um aproveitamento muito melhor da rede de instituições federais.
              Temo, porém, que o MEC tenha ido com muita sede ao pote e tenha empurrado para o Enem mais funções do que o exame é capaz de suportar. Além do mencionado, a prova vem sendo usada para certificar a conclusão do ensino médio (a antiga madureza), para alocar bolsas do ProUni, para avaliar escolas públicas e privadas e até para decidir quem vai passar uma temporada no exterior no Ciência sem Fronteiras.
              É difícil pôr no mesmo teste aquilo que é necessário para desempatar dois candidatos ultrapreparados que disputam uma vaga no curso de medicina, por exemplo, e os conhecimentos básicos que se exigem do sujeito que só quer o diploma do ensino médio. O resultado são provas ultralongas que prejudicam os estudantes pelo cansaço a que os submetem.
              Pior ainda quando o mesmo exame é usado também para avaliar instituições. Aí as incompatibilidades não são apenas de nível como de filosofia. Uma coisa é medir as competências do aluno e outra muito diferente aferir a qualidade da escola, objetivo que fica ainda mais difícil quando se considera que só fazem o teste os alunos que o desejam.
              Ao contrário da palha de aço, devemos desconfiar de uma prova que proclame ter 1001 utilidades.
              helio@uol.com.br

                Ruy Castro

                folha de são paulo
                Dirá você
                RIO DE JANEIRO - A implosão que derrubou a primeira parte do elevado da Perimetral, domingo, no Rio, não interessa só aos cariocas. Refere-se a um conceito de urbanismo e transporte que, tido como ideal nos anos 50, estabeleceu-se como inevitável e é aplicado até hoje no Brasil. Consiste em asfixiar as cidades com viadutos para que os carros rodem por cima. Quem paga por esse modelo? A memória e o cidadão.
                Ao sair do papel, em 1958, a Perimetral passou o rodo em quase 200 anos de história do Rio. Derrubou o hotel Pharoux (mostrado na primeira foto tirada no Brasil, em 1849). Pôs no chão prédios coloniais. Arrasou o Mercado Municipal --poupou apenas o pavilhão do restaurante Albamar e gerou um terreno baldio que se tornou estacionamento. Isolou a zona portuária do centro da cidade, provocando seu despovoamento e degradação. E, afinal, não resolveu o problema da ligação entre as zonas norte e sul.
                À Perimetral deve-se creditar o abandono, por décadas, da praça XV e arredores. Até hoje muitos não se dão conta de que aquelas "casinhas brancas" pelas quais passam a 10 metros de altura e a 120 por hora são o Paço Imperial, o Museu Histórico, a Casa França-Brasil, igrejas, mosteiros, arsenais, velhos hotéis e o que sobrou da avenida Central. Em breve, tudo isso se levantará dos escombros da Perimetral, guarnecido por um longo passeio público, como nas zonas portuárias de Nova York, Lisboa, Buenos Aires.
                E o trânsito, como fica? --dirá você. Os carros terão vias expressas, túneis e mergulhões, mas haverá também trens, VLTs e BRTs. Seria bom que as pessoas se habituassem a partilhar caronas, e espera-se que os futuros moradores da região adiram à bicicleta ou ao pisante.
                Há 30 anos que sonho com o fim da Perimetral. Esse sonho se transfere agora para outra excrescência --o elevado Paulo de Frontin.

                  'The Voice Brasil' vira hit na TV e na web; produtores criticam estilo pasteurizado

                  folha de são paulo

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                  ISABELLE MOREIRA LIMA
                  DE SÃO PAULO

                  O fenômeno se repete há quase dois meses. Se é noite de quinta-feira, a internet para: é dia de "The Voice Brasil", programa em que calouros são treinados, julgados e eliminados pelos cantores Claudia Leitte, Carlinhos Brown, Daniel e Lulu Santos.
                  Do microfone, saem clássicos do cancioneiro popular entoados por vozes afinadas e impostadas, que, por usar de artifícios como técnicas do R&B à la Whitney Houston mesmo em sambas de João Gilberto, soam iguais.
                  O vencedor leva R$ 500 mil e um contrato com uma gravadora. Até a final, assiste-se às performances entremeadas por relatos de histórias de superação e muitas lágrimas. Nesta quinta, um adicional: começa a fase ao vivo.
                  Editoria de Arte/Folhapress
                  O programa, uma franquia americana que tem sua segunda temporada brasileira transmitida pela TV Globo desde 3 de outubro, virou uma febre nacional.
                  Desde 1º de outubro até ontem, foram publicados 1,1 milhão de tuítes sobre o programa, de acordo com a Tribatics, serviço de análise do microblog. O primeiro dia do "The Voice Brasil" teve o maior pico de tuítes por minuto (TPM), com 7,5 mil, contra uma média de 2,8 mil da final da primeira edição.
                  Dados do Ibope confirmam que "The Voice" é um hit.
                  Na semana de 4 a 10 deste mês, teve o terceiro maior público da emissora em SP, com 26 pontos (cada ponto equivale a 62 mil domicílios da Grande SP), média que mantém desde a estreia, atrás de "Amor à Vida" (37) e à frente do "Jornal Nacional" (25).
                  O "Big Brother Brasil 13" teve média de 24 pontos.
                  O programa não traz um formato novo, uma vez que shows de calouros vêm sendo reeditados desde os primórdios da TV brasileira. Então, o que explica a febre?
                  "[São] tantos bons artistas. A banda e os produtores musicais são excelentes, [há] um superpalco com estrutura de cenário e luz. Está ocupando o lugar dos saudosos festivais", diz Ellen Oléria, vencedora da primeira edição.
                  Oléria gravou um álbum neste ano e mantém uma agenda de shows que inclui o eixo Rio-SP, além de cidades do Piauí e do Maranhão. "'The Voice' foi um portal mágico que se abriu para mim."
                  Como Oléria, outros ex-calouros seguiram carreira. No Brasil, Thiaguinho, ex-Exaltasamba e ex-"Fama" (Globo), talvez seja o exemplo mais marcante. A maioria, no entanto, não deslancha.
                  PASTEURIZAÇÃO
                  O produtor musical Carlos Eduardo Miranda diz que a escolha majoritária por um estilo exagerado é o maior complicador das carreiras.
                  "Não é errado, é característico desse tipo de programa. Mas é um tipo de canto que não tem muito espaço no mercado. No Brasil, não se canta desse jeito em lugar nenhum. Talvez, na igreja", diz.
                  Para ele, o estilo que se vê na TV é como um solo de guitarra: "Ninguém aguenta o dia todo no rádio".
                  Nelson Motta, produtor e escritor, afirma que a popularização do R&B se dá pelo exibicionismo: as firulas, o fraseado sinuoso e os vibratos funcionam para "mostrar serviço com a voz".

                  The Voice Brasil - 2ª temporada

                   Ver em tamanho maior »
                  Divulgação/TV Globo
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                  Carlinhos Brown, Claudia Leitte, Daniel e Lulu Santos
                  "Se alguém vai cantar uma bossa nova seca ali, gilbertiana, não vai dar certo."
                  Para ele, cantoras como Nara Leão e Fernanda Takai não passariam no programa.
                  Para ele, é preciso de muito mais que a voz para dar certo --a equipe com quem se trabalha, o repertório e as escolhas importam muito.
                  Mas, segundo a Globo, nada além da voz conta --nem o perfil, nem a biografia. "Tudo é decidido apenas pela qualidade vocal. Em nenhum momento analisamos o candidato por qualquer outro fator", diz o diretor Boninho.
                  O problema aí ocorre quando calouros adotam um mesmo estilo e todas as vozes passam a soar iguais.
                  Sam Alves, participante desta edição do programa, rebate a tese e diz acreditar na individualidade dos participantes. "Podemos ter as mesmas influências, mas cada um tem algo diferente", diz.
                  Para André Midani, lenda da produção musical que presidiu a Warner nos áureos tempos da indústria fonográfica, esse é justamente o X da questão. "A força imitadora nunca se superpõe a força criativa. Eles são imitadores de imenso talento."
                  Versões de calouros ficam entre as mais vendidas pelo iTunes
                  GIULIANA DE TOLEDODE SÃO PAULOQuem não assiste a "The Voice Brasil" se espanta ao ver a lista das faixas mais vendidas na iTunes Store brasileira desde o início de outubro, quando a segunda edição do programa começou.
                  Ilustres desconhecidos como Sam Alves e Marcela Bueno por vezes até superam os Justin Biebers da vida.
                  "Temos uma média diária de três faixas no top 10", conta Danillo Ambrosano, diretor de novos negócios da Universal Music, gravadora que detém os direitos das versões.
                  Na última sexta à tarde, o iTunes mostrava que 6 das 10 mais compradas eram do programa, a maior proporção atingida. Entre as 20, eram 11.
                  Nem a gravadora nem a Apple revelam o volume total ou as cifras das vendas. O ranking semanal, porém, mostra que covers já chegaram a superar originais.
                  Entre 14 e 20 de outubro, por exemplo, a versão do cearense Sam Alves para "When I Was Your Man", de Bruno Mars, ficou em terceiro lugar, deixando o americano em quinto.
                  A venda dos covers --novidade no Brasil-- é feita a US$ 0,99 (R$ 2,28) cada um, contra os US$ 1,29 (R$ 2,95) cobrados por artistas consagrados. A prática já é comum em países como México e EUA, onde o número de downloads vira nota para os calouros.
                  O áudio é um registro da apresentação. Com isso, para competir contra versões piratas, a regra é começar a venda em até duas horas após o fim do programa, nas quintas à noite. Sexta-feira é o dia de maior procura.
                  "A estratégia é chegar antes nos serviços legais e com preço baixo", diz Ambrosano. O bom resultado fez com que a Universal lançasse um álbum com 20 músicas da atração na última semana.

                    José Simão

                    folha de são paulo
                    Ueba! Lobby no hotel do Dirceu!
                    E sabe por que saiu o acordo nuclear com o Irã? Porque o reator fica em Arak. O reator é de araque
                    Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta: "Dirceu contratado como gerente de hotel". Oba! Já tenho onde passar o Réveillon. Vou comprar um pacote pro Réveillon! E os hóspedes saem sem as malas! Rarará!
                    Eu acho que o dono do hotel pretende abrir uma cadeia de hotéis! Dirceu contratado para uma cadeia de hotéis! E vai trabalhar no lobby ou na lavanderia? No LOBBY! Ou seja, vai continuar fazendo o que sempre fez! O lobby vai servir pra fazer lobby! E o Jefferson vai cantar no hotel? Vai ter show do Roberto Jefferson? Rarará!
                    E o porteiro é o Genoino? Com aquela camisa rosa? Já imaginou a situação? Você recebe a conta errada e pede pra falar com o gerente. E aí vem o: Zé Dirceu! Rarará!
                    Vai parecer o hotel de "Psicose"! Aquele filme do Hitchcock! Rarará! E o Genoino de birote vai fazer o papel da mãe do "Psicose"!
                    E um leitor me disse que com a chegada dos petistas, a Papuda virou Barbuda! Rarará!
                    E sabe por que saiu o acordo nuclear com o Irã? Porque o reator iraniano fica em Arak. O reator é de araque. E o Lula chamava o Irã de IRÂNIO! Rarará!
                    E olha essa placa no metrô de São Paulo: "Deixe a esquerda livre". Deve ser recado dos petistas pro Batbarbosa: "Deixe a esquerda livre". Rarará. E esse adesivo que tão colando no metrô: "Você está circulando num trem superfaturado com licitação fraudulenta". Superfaturado, superlotado e superdesgovernado. Rarará!
                    E adorei a charge do Duke com o cara chegando em casa com o braço levantado: "O que é isso, marido, tá fazendo o gesto do Genoino e Zé Dirceu?". "Não, é que eu estava pendurado no metro superlotado e o braço travou." Rarará!
                    E essa: "Sargento vendedor de "CHUP-CHUP" atira em participantes da Parada Gay". Em Nova Iguaçu! Deu confusão na hora do chup-chup! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!
                    Os Predestinados! Mais três para a minha série Os Predestinados! Presidente da empresa que implodiu a Perimetral: José Renato PONTE! Tratadora de animais no zoo de São Paulo: Cris PASSARINHEIRA! E direto do proctologista: Pedro PIMENTA! No dos outros é refresco. Rarará!
                    Nóis sofre, mas nóis goza!
                    Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

                      O acerto de Dilma - Fernando Rodrigues

                      folha de são paulo

                      O acerto de Dilma

                      Ouvir o texto

                      BRASÍLIA - A prisão de mensaleiros acabou tirando o destaque positivo de um veto presidencial recente. Há menos de duas semanas, Dilma Rousseff tomou uma decisão corajosa. Vetou por completo uma lei que pretendia regulamentar a criação de novas cidades no país.
                      O veto de Dilma foi a favor do Brasil e contra os políticos. O mais fácil seria resignar-se. Esconder-se atrás do discurso segundo o qual "o Congresso é soberano". Dezenas de milhares de políticos agradeceriam.
                      O Brasil tem hoje 5.569 cidades e Brasília (que não é cidade nem Estado, mas apenas uma anomalia na forma de erro histórico irreparável). Se fosse sancionada a lei aprovada por deputados e senadores, logo de saída, 269 novos municípios seriam irreparavelmente criados. É raríssimo uma cidade falida voltar a ser bairro do município de origem.
                      A farra custaria bilhões de reais. Essas 269 cidades poderiam ter uma média de dez vereadores cada uma (o número varia conforme o tamanho do distrito). Seriam 2.690 novas sinecuras. Sem contar os prefeitos, vice-prefeitos, secretárias, motoristas, assessores, verba de gabinete e outras mamatas. E o principal: o salário de cada um deles.
                      Em alguns países, cidades pequenas não pagam salários para seus legisladores. Nos EUA, várias Assembleias Legislativas nem sequer remuneram seus deputados estaduais. O costume no Brasil de dar um dinheirinho para essa turma se acentuou durante a ditadura militar --que precisava fidelizar os políticos à Arena. A democracia abraçou a pilantragem com fervor. Multiplicaram-se as cidades. Em 1980, havia 3.992 municípios no país. Agora, são os 5.569.
                      O mais cômodo para Dilma Rousseff teria sido sancionar a lei das cidades. Desfrutaria então de milhares de novos cabos eleitorais a seu favor, todos remunerados com o dinheiro dos impostos dos contribuintes.
                      Dilma tomou uma decisão antipopulista. É algo raro. Merece registro.
                      fernando rodrigues
                      Fernando Rodrigues é repórter em Brasília. Na Folha, foi editor de "Economia" (hoje "Mercado"), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006). Escreve quartas e sábados na versão impressa Página A2.

                      Elio Gaspari

                      folha de são paulo

                      Um cheiro de Munique em Genebra

                      Ouvir o texto

                      O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu classificou de "erro histórico" o acordo que deu ao Irã seis meses para que comprove o congelamento de seu programa de construção de uma bomba atômica, oferecendo-lhe em troca uma suave suspensão das sanções impostas à sua economia. Teatral, durão, ingênuo manipulador do lobby de Israel nos Estados Unidos, Netanyahu encarna as mudanças ideológicas e demográficas ocorridas em seu país. Falta-lhe a densidade moral que, faz tempo, tiveram muitos de seus antecessores. O paralelo com a paz obtida em Munique pelo primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain depois de conversar com Hitler, em setembro de 1938, vem de Ari Shavit, um respeitado jornalista israelense. Ele é o autor do melhor livro publicado nos últimos anos sobre os dilemas de seu país ("My Promised Land", ou "Minha Terra Prometida") Ao contrário de Netanyahu, Shavit é um pacifista moderado, crítico da política de ocupação de terras palestinas e do comportamento do Estado judeu nessas áreas.
                      Seu argumento é simples: Assim como o acordo de Munique não impediu que um ano depois a Alemanha invadisse a Polônia, a moratória não parará a bomba iraniana. Deixando-se de lado o valor da palavra de Hitler em Munique, Israel empenhou a sua dezenas de vezes, garantindo que não fabricaria uma bomba a partir do seu reator de Dimona. Ao contrário do Irã, que está a um passo de montar o artefato, nos anos 50 Israel nem isso tinha. Iludiu sucessivas missões de inspetores americanos e, em 1967, montou sua primeira bomba.
                      Não é Shavit quem diz, mas se depois do acordo de Genebra não prosperar um dificílimo processo de reconhecimento de Israel pelos árabes, necessariamente acompanhado por uma clara definição das fronteiras do Estado judeu, vem aí uma guerra. É certo que Washington jogará na mesa a carta da desnuclearização do Oriente Médio. Nesse caso o Irã (mais a Arábia Saudita, o Egito e a Turquia) suspenderiam seus projetos e Israel entregaria suas bombas (dezenas). Sem um acordo mais específico, no dia seguinte começa-se a planejar a retomada de Jerusalém.
                      Até as pedras sabem que Barack Obama detesta -com razão- o governante israelense, mas Shavit mostra que o descaso das potências ocidentais diante da bomba iraniana não é coisa só dele. A responsabilidade deve ir também para dois outros presidentes americanos, três governantes israelenses e mais uma dúzia de europeus.
                      A semelhança com Munique está num conjunto que ele chama de "ilusões". O Irã não fala sério nem de seu regime se pode esperar moderação. Do outro lado da trincheira, enquanto em 1938 a França e a Inglaterra não ameaçavam terras alemãs, hoje Israel ocupa territórios árabes e há 700 mil refugiados palestinos no mundo.
                      A crise do Oriente Médio é uma daquelas questões nas quais muita gente desiste de prestar atenção, perdendo o fio da narrativa. Israel de hoje não é o do século passado. Passou por profundas mudanças sociais, religiosas e políticas. Para quem quiser tomar o pé na história recente desse país, terá boa leitura no livro de Shavit. É uma empolgante reportagem em que ele mostra as glórias e desgraças de Israel, narrando a vida e dando voz a dezenas de personagens. Está na rede, infelizmente em inglês, por US$ 11,84.
                      elio gaspari
                      Elio Gaspari, nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por "As Ilusões Armadas". Escreve às quartas-feiras e domingos na versão impressa de "Poder".

                      Mônica Bergamo

                      folha de são paulo

                      Ministro da Saúde tira satisfação com presidente do Conselho Federal de Medicina

                      Ouvir o texto

                      O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tirou satisfação com o presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Roberto D'Avila, em um intervalo do primeiro dia de audiência pública sobre o Mais Médicos, no Supremo Tribunal Federal. Ao deixar a bancada anteontem, Padilha contestou a crítica de que o programa é feito por "profissionais de calça curta que chegaram agora e pensam que estão construindo o SUS".
                      JALECO CURTO
                      Padilha pegou o presidente do CFM pelo braço e, ao pé do ouvido, ironizou: "Da próxima vez, venho de bermuda para agradá-lo". D'Avila respondeu não ser necessário. "Basta que as ações adotadas sejam coerentes e não desvalorizem o médico brasileiro", rebateu o líder da classe. Uma testemunha do diálogo diz que o tom subiu e D'Avila chegou a dizer que "podia falar o que quisesse".
                      JALECO CURTO 2
                      A assessoria do ministro diz que ele se limitou a retrucar que "é importante manter o debate e ter argumento sem desqualificar os interlocutores". Procurado pela coluna, D'Avila não quis comentar o bate-boca. Declara, via assessoria, que não foi um comentário pejorativo nem uma crítica ao ministro, mas ao programa.
                      SINTONIA FINA
                      O ex-deputado Carlos Alberto Rodrigues Pinto, conhecido como Bispo Rodrigues (PL), está hospedado desde a semana passada na casa do Bispo Wanderval, no Gama, cidade-satélite de Brasília. Condenado a seis anos e três meses de prisão no processo do mensalão, ele decidiu aguardar a expedição do mandado de prisão no DF. Como deve cumprir pena no semiaberto, quer conseguir autorização para trabalhar nas rádios locais Aleluia FM e Capital AM.
                      MAQUININHA
                      A Riachuelo começou a converter sua base de 23 milhões de cartões private label --emitidos pela própria rede para compras apenas em suas lojas-- em Visa e Mastercard. Segundo Flávio Rocha, presidente da empresa, cerca de 2 milhões de cartões já passaram para as duas bandeiras. "A meta é convertermos metade da base", explica ele, que inaugura hoje na Oscar Freire, em SP, a primeira loja-conceito.
                      ATÔMICA
                      O governo brasileiro acompanha os desdobramento do acidente em Fukushima, no Japão, para definir rumos do programa nuclear brasileiro. Segundo o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Mauricio Tolmasquim, não existe ainda definição quanto à construção de novas usinas no país. "O que não quer dizer que não se possa construir no futuro. Não se fechou a porta para essa tecnologia, que pode ser importante para o Brasil." Angra 3 está prevista para ser inaugurada em 2018.
                      DE PORTAS ABERTAS
                      O cantor Otto e a namorada, Amanda Lira, foram ao jantar oferecido anteontem por Nizan Guanaes e Donata Meirelles ao publicitário PJ Pereira, que lançou "Deuses de Dois Mundos - O Livro do Silêncio". A modelo Michelli Provensi, a gerente de marketing Manuela Vivo e o atleta Leonardo Elisiário, com a namorada, Anna Paula Cruz, também estiveram na Casa Amarela para homenagear o premiado publicitário radicado na Califórnia.

                      Nizan Guanaes homenageia escritor

                       Ver em tamanho maior »
                      Bruno Poletti/Folhapress
                      AnteriorPróxima
                      O cantor Otto e a namorada, Amanda Lira, foram ao jantar oferecido na segunda (25) por Nizan Guanaes e Donata Meirelles ao publicitário PJ Pereira, que lançou "Deuses de Dois Mundos - O Livro do Silêncio"
                      HONRA AO MÉRITO
                      O urologista Miguel Srougi recebeu anteontem a Medalha Anchieta, concedida a personalidades de destaque em São Paulo. A homenagem foi proposta pelo vereador Andrea Matarazzo (PSDB). Entre os convidados da solenidade, no MIS, estavam o ex-governador Alberto Goldman (PSDB), o cineasta Hector Babenco e o deputado estadual Campos Machado (PTB) com a mulher, Marlene. Iara Srougi, mulher do médico, também participou do evento.

                      Miguel Srougi recebe medalha

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                      Bruno Poletti/Folhapress
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                      O urologista Miguel Srougi recebeu na segunda (25), no MIS, a Medalha Anchieta, concedida a personalidades de destaque em São Paulo; o vereador (PSDB) Andrea Matarazzo sugeriu que o médico fosse homenageado
                      SUPERFANTÁSTICA
                      Além de engordar 5 kg, Deborah Secco está numa maratona de filmagens de "A Estrada do Diabo", em São Paulo. No longa de estreia de André Moraes, ela faz o papel de uma atriz em busca da fama perdida. "É a história de uma atriz mirim, que foi famosa na infância. Tipo a Simony", conta ela, referindo-se à cantora que fez sucesso nos anos 1980, com a Turma do Balão Mágico.
                      RETORNO
                      Em cartaz desde setembro, a montagem "Tribos" já se pagou, segundo Bruno Fagundes, que atua na peça ao lado do pai, Antonio Fagundes. Os R$ 80 mil que investiram do próprio bolso já foram recuperados. Com casa cheia, a temporada no Tuca, que inicialmente acabaria em dezembro, vai ser estendida até abril de 2014.
                      CURTO-CIRCUITO
                      Antonio Nóbrega faz show hoje, às 15h, no Memorial da América Latina. Grátis. Livre.
                      Fernando Meirelles fala para designers de iluminação hoje, em evento da Philips, no JK Iguatemi.
                      O promotor Roberto Livianu, presidente do Ministério Público Democrático, recebe hoje a Medalha Anchieta, na Câmara Municipal, às 19h.
                      A Scarf Me, de Daniel e Rodrigo Rosset, terá peças audiovisuais assinadas pelo diretor de fotografia Rafael Levy em nova campanha publicitária nos cinemas.
                      O livro "Ceviche - Do Pacífico para o Mundo", de Dagoberto Torres e Patrícia Moll, será lançado na Livraria da Vila da Fradique, hoje, às 18h30.
                      com ELIANE TRINDADE (interina), JOELMIR TAVARES, ANA KREPP e MARCELA PAES
                      mônica bergamo
                      Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária publicada na página 2 da versão impressa de "Ilustrada". Traz informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.