quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Time de super-heróis da Marvel incluirá garota muçulmana a partir de fevereiro

folha de são paulo
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A Marvel Comics lançará em fevereiro uma série de quadrinhos cuja protagonista é uma garota muçulmana.
Kamala Khan, a personagem, será uma adolescente que vive em Jersey City (EUA) com a família paquistanesa.
A editora da Marvel Sana Amanat disse ao jornal "The New York Times" que a ideia da personagem surgiu quando ela contava aos colegas histórias da sua infância em uma família islâmica nos EUA.
O projeto obteve a adesão da roteirista G. Willow Wilson, convertida ao islamismo.
Associated Press
Ilustração mostra a família de Kamala Khan (2ª da esq. para a dir.), garota muçulmana que vai ser a nova Miss Marvel
Ilustração mostra a família de Kamala Khan (2ª da esq. para a dir.), garota muçulmana que vai ser a nova Miss Marvel
Segundo a roteirista, quando Kamala descobrir seus superpoderes, como a capacidade de mudar de forma, adotará a identidade secreta de Miss Marvel --sucedendo a outra personagem, Carol Danvers, que passou a combater vilões como Capitã Marvel.
Kamala ainda terá de lidar com sua família: o irmão conservador, a mãe que teme uma gravidez e o pai que quer que ela se concentre nos estudos.
"Acho importante mostrar Kamala como alguém em conflito com sua fé", afirma Wilson. Amanat diz esperar algumas reações negativas, "não só de antimuçulmanos, mas de muçulmanos que gostariam que a personagem fosse retratada de outro modo".

Clovis Rossi

folha de são paulo
Dilma, seu palco é Davos
Para acalmar os mercados, o ideal é apresentar-se no congresso em que eles se concentram em massa
Cara presidente, ouso sugerir que assuma você mesma a defesa da política fiscal, em vez de delegar a seus ministros. E faça-o no mais luminoso dos palcos para atingir os agentes de mercado, que é o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, aquela reunião de todo janeiro em Davos, aos pés da "montanha mágica" do livro de Thomas Mann.
Lá, você encontrará todo o mundo que conta no empresariado global, da economia real à "pátria financeira", da Toyota à JP Morgan, da Coca-Cola ao Citigroup, do Itaú à Petrobras. É, portanto, o público ideal para transmitir uma mensagem tranquilizadora.
Não ouça os pragmáticos que dirão que falar não basta, é preciso também fazer. Eles até têm razão em parte. Mas falar é igualmente importante. Cito um exemplo definitivo: Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu, pôs fim à especulação contra o euro com uma simples frase, a de que faria o diabo para assegurar a sobrevivência da moeda europeia, então sob desconfiança ainda mais forte do que a que hoje cerca o real.
A partir de seu pronunciamento, sem que ele tivesse que utilizar qualquer outra arma de seu arsenal, o euro foi se estabilizando e, hoje, ninguém mais fala em seu colapso.
Pergunte ao seu conselheiro favorito, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre Davos. Ele se encantou quando lá esteve, apenas 20 dias depois de assumir a Presidência.
Encantou-se e encantou, por mais que a desconfiança à época fosse tão brava que os juros tiveram que ser elevados para inacreditáveis 26,5% (estavam em 25% quando ele assumiu, lembra-se?) para evitar que a inflação chegasse aos dois dígitos e, a partir daí, ficasse incontrolável.
Claro que não foi só a presença de Lula em Davos que fez acalmar os mercados. Mas que ajuda, ajuda. Empresário, como você já sabe bem, adora proximidade com governantes. Nem precisa ser um governante no qual eles tenham votado. Basta que lhes dê atenção, ainda que protocolar.
Exemplo: Luiz Fernando Furlan votou em José Serra em 2002, mas, como ministro de Lula, adorava andar com ele para cima e para baixo, inclusive em Davos.
George Soros, o megainvestidor (ou especulador, você escolhe), também gostou de Lula, apesar de, meses antes, ter me dito que ou o Brasil votava Serra ou seria o caos.
Antecipo o que você encontraria em Davos: uma sessão só para você, apresentada por Klaus Schwab, o inventor do Fórum Econômico Mundial, que lhe fará uma apresentação tão elogiosa que nem seu marqueteiro conseguirá igualar.
Você faz o que eles chamam por lá de "keynote speech" (falação livre, em português de botequim), seguem-se perguntas que mais levantam a bola do que incomodam e termina tudo com aplausos.
Ah, nem precisa se preocupar em rechear sua fala com estatísticas, embora as tenha até de memória. Basta pedir ao João Santana, seu marqueteiro, para produzir, à la Mario Draghi, uma frase de efeito sobre a sacralidade de manter um superávit fiscal suficiente para não levar a aumento da relação dívida/PIB. Pronto. Aplausos.
crossi@uol.com.br

    Paula Cesarino Costa

    folha de são paulo
    Candidatos-celebridade
    RIO DE JANEIRO - Bernardinho! Romário! Marcos Palmeira! Gilberto Gil!
    Poderia ser o coro de tietes histéricas, mas são nomes que surgem nos bastidores de partidos aflitos em busca de candidatos que possam ganhar os votos das multidões que foram às ruas em junho. Se gritavam contra tudo, especialmente contra a política e os políticos, alguém novo pode arrebatar o voto dos insatisfeitos.
    Parte do cenário da campanha à sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB) parece definida. Seu vice Pezão, o senador petista Lindbergh Farias e o deputado federal Anthony Garotinho (PR) serão candidatos faça sol ou chuva. Ameaçam entrar no jogo o ministro Marcelo Crivella (PRB), o vereador Cesar Maia (DEM) e o deputado federal Miro Teixeira (Pros). Mas há espaço a ser ocupado.
    Tudo aponta para uma disputa equilibrada e que permitirá até o limite (junho de 2014, com as convenções) a entrada de nomes novos.
    Quem, em 2008, deu 26% dos votos a Fernando Gabeira no primeiro turno e quase o elegeu no segundo (49%) e quem deu 28% dos votos a Marcelo Freixo em 2012 estão sem opções, por enquanto. Este eleitor, que quer algo diferente do que está aí, é essencialmente da capital. Somado ao resto da região metropolitana, concentra mais de 70% do eleitorado.
    Os tucanos tentam sair da insignificância. Na eleição estadual de 2010, o PSDB nem teve candidato (foi vice de Gabeira); em 2006, o então tucano Eduardo Paes terminou em quinto, com 5,3% dos votos. O Rio é palanque fundamental para a estratégia presidencial de Aécio Neves. Sonham em confirmar Bernardinho, o técnico de vôlei, como seu redentor.
    Gil, que em 2010 recusou disputar cargos pelo PV, é cogitado para atuar como linha auxiliar de Eduardo Campos e Marina Silva (PSB) e como opção a Romário, que resiste, e ao ator Marcos Palmeira, também sondado.
    Se o Rio é a Hollywood brasileira, pode eleger seu Schwarzenegger.

      Kenneth Maxwell

      folha de são paulo
      Guy Fawkes
      Os ingleses têm algumas tradições muito curiosas. Uma das mais duradouras é a Noite de Guy Fawkes.
      A cada 5 de novembro, imagens de Guy Fawkes são queimadas em fogueiras em todo o país. Fogos de artifício são disparados para celebrar o fracasso da "conspiração da pólvora", que, em 5 de novembro de 1605, tentou explo- diu a Câmara dos Lordes, onde o rei James 1º deveria participar da sessão de abertura do Parlamento.
      Guy Fawkes foi encontrado com 36 barris de pólvora na cripta sob o plenário da Câmara dos Lordes. Caso a explosão tivesse acontecido como planejada, o rei James e muitos parlamentares teriam certamente sido mortos, e o edifício, demolido pela detonação. Ao menos era esta a alegação e a intenção do complô de Guy Fawkes, e é este o evento celebrado a cada 5 de novembro.
      "Remember, remember, the Fifth of November" se tornou uma expressão popular. As fogueiras, entretanto, foram originalmente resultado de um ato parlamentar aprovado 400 anos atrás para que as pessoas recordassem a "pólvora e traição", e para criar um dia de ação de graças pelo "afortunado escape de James 1º dos malévolos conspiradores católicos".
      O complô da pólvora também ficou conhecido como "traição dos jesuítas", já que o objetivo era restaurar sobre a Inglaterra a autoridade papal que Henrique 8º, o pai da rainha Elizabeth 1ª, havia repudiado devido ao seu desejo de se casar com Ana Bolena, a mãe de Elizabeth.
      Guy Fawkes foi contratado para realizar o atentado, e assumiu o nome de "John Johnson" para se tornar zelador do Parlamento. Quando de sua detenção, ele supostamente teria bradado o seguinte: "Minha explosão lançará todos vocês, mendigos escoceses, de volta às suas montanhas natais".
      O rei James 1º era o rei James 6º da Escócia, que sucedeu a "rainha virgem", Elizabeth 1ª. James era filho da rainha Mary da Escócia, executada por ordem de Elizabeth.
      Alguns historiadores alegam que o complô foi obra de sir Robert Cecil, principal ministro do rei James, que odiava os católicos. Guy Fawkes foi torturado por 72 ho- ras. Em lugar de ser enforca-do e esquartejado, como previa a sentença, ele se jogou do cadafalso e morreu ao quebrar o pescoço.
      O grupo de protesto Anonymous usa máscaras de Guy Fawkes em seus protestos contra governos e o siste- ma, em todo o mundo: rostos brancos estilizados, com um largo bigode de pontas re- torcidas para cima, acompanhado por uma estreita bar- ba vertical. Isso inclui, é cla- ro, o Brasil.

      'Menino do lixo' e 'rei do camarote' são as faces da desigualdade

      folha de são paulo
      O camarote é um lixo - Uirá Machado
      SÃO PAULO - Alexander de Almeida, 39, é um personagem sem noção. Gasta até R$ 50 mil em baladas paulistanas, considera obrigatório usar roupas de grife e gosta de tomar vodca, mas pede champanhe por uma questão de status.
      Tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais graças a uma reportagem da revista "Veja São Paulo", mas, sobretudo, pelo vídeo em que aparece como o "rei do camarote". Assustou-se com a notoriedade adquirida, encerrou contas na internet, comprou logo dois carros blindados e, esquecendo-se de que quem não deve não teme, diz ter ficado com medo da Receita Federal.
      Paulo Henrique, 9, é uma criança sem recursos. Vive em um barraco "um pouco apertado" --num único ambiente, uma cama de casal e dois colchões de solteiro abrigam o sono de oito pessoas. Sua mãe, faxineira, recebe R$ 200 por mês.
      Tornou-se conhecido graças a uma fotografia do "Jornal do Commercio", reproduzida pela Folha, na qual seu corpo desaparece na água imunda de um canal do Recife. Em meio ao esgoto, o garoto catava latas para ajudar a família com no máximo R$ 10 por dia. Quando crescer, quer ser policial, "para pegar bandido". Sua história teve pouca repercussão nas redes sociais.
      No Brasil desigual, Alexander é tão caricato que poderia ser fictício; mas, se fosse invenção, não soaria implausível e poderia ser real. O rei do camarote, no fundo, é uma metáfora de certa elite brasileira. Seus hábitos são extravagantes, suas preocupações são burlescas. O país seria melhor sem pessoas nessa condição?
      Paulo Henrique representa outro tipo social. Apesar de sua miséria grotesca, a ninguém ocorre que seja ficção; dá-se de barato sua existência verdadeira. O menino do lixo escancara uma pobreza que ainda campeia Brasil afora, violenta, rotineira. O país certamente seria melhor sem pessoas nessa condição.
      Qual deles merecerá suas retuitadas, compartilhadas e curtidas hoje?

        Hebe vai ganhar filme, documentário e minissérie - Keila Jimenez

        folha de são paulo
        TELEVISÃO/OUTRO CANAL
        Hebe vai ganhar filme, documentário e minissérie
        Exposição, livro, filme, minissérie e documentário. Assim Hebe Camargo será homenageada a partir de 2014. O cineasta Cacá Diegues acaba de assinar um contrato para dirigir as três obras audiovisuais que pretendem contar a história da apresentadora, morta em setembro de 2012.
        O primeiro a sair do forno será o filme. Com produção da Luz Mágica, produtora de Cacá, o longa-metragem começará a ser rodado no início de 2014.
        Parte do casting será definido ainda neste ano. Atrizes como Mariana Ximenes e Adriana Esteves estão cotadas para viver a protagonista.
        "Ainda não temos nomes fechados, mas serão muitas atrizes, pois as obras trarão Hebe em várias fases da vida", fala o sobrinho e empresário da apresentadora, Cláudio Pessuti. "Até o final do mês fecharemos o time de roteiristas".
        Tanto o filme como a minissérie devem contar a biografia da loira por meio de personagens. Já o documentário trará depoimentos de personalidades e amigos que conviveram com a apresentadora.
        Os três projetos, que serão lançados em 2015, vão tentar captar recursos e incentivos junto a Agência Nacional do Cinema, a Ancine.
        No início de 2014, será lançado um livro de fotos e haverá uma exposição sobre Hebe.
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        PEQUENOS Leandro Hassum e Marcius Melhem fazem graça ao dublar a animação 'Osmar', de Ale McHaddo, da 44 Toons, que estreia no dia 18 no canal infantil Gloob
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        Calma Sem alarde, sem ameaças de deixar a Globo. Foi nesse clima a renovação de contrato de Aguinaldo Silva, que acaba de reafirmar seu laço com a rede até 2019.
        Calma 2 Além de tornar-se um dos autores mais bem pagos, Silva deve entregar no período pelo menos mais três novelas. Nem ele, nem a Globo comentam o assunto.
        Suspense Tudo indica que o "Pânico" (Band) vai tirar a sua casca do "rei do camarote", personagem da edição mais recente da revista "Veja São Paulo".
        Suspense 2 Agora, se realmente tudo não passar de uma brincadeira do programa e o "rei do camarote" for uma farsa, até a alta cúpula da Band será surpreendida, pois diz que não foi avisada de nada.
        Polícia Atende por "RJ no Ar", de Gustavo Marques, a pedra no sapato da Globo no Rio. Em outubro, o noticiário da Record empatou em primeiro lugar com a líder de audiência.
        Humor A estreia da série "Mom", no dia 8 de outubro, levou o canal pago Warner à liderança de audiência na TV por assinatura entre o público adulto, de 18 a 49 anos.
        Foco O mercado de TV americano está refletindo sobre o poder dos fornecedores de conteúdo em brigas com distribuidores.
        Foco 2 A mais recente envolve a Time Warner Cable, que perdeu assinantes no último trimestre, após uma batalha por taxas com a CBS. O embate resultou em um apagão dos canais da CBS em regiões como Nova York.

          José Simão

          folha de são paulo
          Ueba! Eike é o Rei do Camarotex!
          E adoro quando o Maluf Esfirra Suja fala: 'Eu tirei os bandidos da rua'. E botou todos na prefeitura! Rarará!
          Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Predestinado do dia! Nome do médico que foi preso por bater o ponto e sair voando: Jetson! Jetson Franceschi!
          E uma amiga minha corintiana tá com depressão pós-Pato! Rarará!
          E adorei a charge do Aroeira com o Eike como O Rei do Camarote levantando duas garrafas de champanhe: "Rei do BNDES! Quem agregou, agregou. Quem não agregou, não agrega mais".
          E como disse um amigo: "Só se for o Rei do Camarote da Dolly". Rarará! Camarotex! O Eikex Fudidex não tá mais na lista da revista Forbex. Os dois brasileiros mais ricos: Lemann e Safra. Cerveja e banco, bem Brasil!
          E essa piada pronta: "Prostituta não recebe por programa e sequestra esposa do cliente no bairro da União". E sequestrou pra pedir resgate? O cara não pagou pela piranha, vai pagar pela esposa? Rarará.
          E socorro! Todos Para o Abrigo! Salve-se quem puder! Maluf faz ameaça nuclear: "Vou viver 200 anos". Gente, vamos comemorar o bicentenário do Maluf! Quando ele será condenado pela zilionésima vez.
          E o Ceni ainda será goleiro do São Paulo! E adoro quando o Maluf Esfirra Suja fala: "Eu tirei os bandidos da rua". E botou todos na prefeitura! Rarará!
          E adoro quando ele diz: "Moro na mesma casa há 40 anos". Também, naquela mansão, eu moraria 400 anos. Sem sair de casa!
          E, pra cada viaduto, o Maluf construiu dez desviadutos! E torno a repetir que o Maluf nunca mentiu. "Eu não tenho dinheiro no exterior." E não tem mesmo. O dinheiro não é dele, é nosso! E tá depositado nas Ilhas Calúnia! Porque ele diz que é tudo calúnia. Rarará!
          E adorei a charge do Nicolielo com o Maluf gritando em frente ao Congresso: "Por que só eu?". Rarará.
          E o Planalto não precisa de espião. O Mantega já é a cara do Agente 86! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!
          O Brasil é Lúdico! Promoção imperdível num supermercado em Sampa: "Oferta! Pão de Queijo Forno de Minas: de R$ 5,99 por R$ 5,98". Oba! O centavo que economizei, eu vou dar pro Eike! Rarará!
          E essa placa num banheiro em BH: "Favor chegar seu pinto próximo ao vaso. Ele não é tão grande como você imagina". Como não? O meu é o Rei do Camarote! Rarará!
          Nóis sofre, mas nóis goza!
          Hoje, só amanhã
          Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!