sábado, 5 de outubro de 2013

Morre general que expulsou EUA do Vietnã - Joseph R. Gregory

Vo Nguyen Giap era considerado um dos mais bem-sucedidos líderes militares do século 20
JOSEPH R. GREGORYDO "NEW YORK TIMES"Vo Nguyen Giap, o general norte-vietnamita cujas campanhas expulsaram do país tanto a França como os EUA, morreu ontem em Hanói.
Teria 101 ou 102 anos (não há registro exato sobre sua data de nascimento).
Segundo o jornal "Tuoi Tre Online", o general morreu num hospital do Exército.
Giap foi um dos últimos sobreviventes de uma geração de revolucionários comunistas que nas décadas do pós-Guerra libertou o Vietnã do jugo colonial e combateu uma superpotência até levá-la a um impasse. Em seus últimos anos de vida, era uma lembrança viva de uma guerra que é história antiga para a maioria dos vietnamitas.
Mas ele não tinha caído no esquecimento. Era visto como estadista aposentado e respeitado, alguém cujas posições de linha dura se abrandaram após o término da guerra que unificou o Vietnã.
Giap defendeu reformas econômicas e o estreitamento de laços com os EUA, e ao mesmo tempo falou publicamente dos perigos da ampliação da influência da China e dos custos ambientais da industrialização.
Para seus adversários americanos, entre o início dos anos 1960 e meados dos anos 1970, ele perdia em importância apenas para seu mentor, Ho Chi Minh.
Para historiadores, sua disposição de suportar perdas esmagadoras diante do poder superior de fogo americano foi uma das grandes razões pelas quais a guerra se arrastou por tanto tempo, deixando mais de 2,5 milhões de mortos --58 mil americanos--, exaurindo o Tesouro dos EUA e a vontade política de Washington de combater e dividindo o país até hoje numa discussão sobre seu papel no mundo.
Professor e jornalista sem formação militar, Vo Nguyen Giap (pronuncia-se vo nuin zap) uniu-se à insurgência comunista maltrapilha na década de 1940 e a converteu numa força altamente disciplinada, que, ao longo de 30 anos de revolução e guerra civil, pôs fim a um império e uniu uma nação.
Charmoso e volúvel, era um historiador militar erudito e um nacionalista ferrenho, que usava o seu carisma pessoal para motivar os soldados e reforçar a devoção deles ao país.
Seus admiradores o incluem no ranking dos grandes líderes militares do século passado.
Para seus críticos, porém, as vitórias de Giap foram erguidas sobre um descaso grande pela vida de seus soldados. O general William C. Westmoreland, que comandou as forças americanas no Vietnã entre 1964 e 1968, disse: "Qualquer comandante americano que suportasse as mesmas baixas imensas que o general Giap não teria durado três semanas no cargo".
    ANÁLISE
    Giap não temia sacrificar vidas por objetivos políticos
    RICARDO BONALUME NETODE SÃO PAULOVo Nguyen Giap merece ser classificado como um dos grandes estrategistas militares do século 20. Sua vitória sobre a França em Dien Bien Phu em 1954 foi brilhante, apesar de custosa --morreram ou ficaram feridos mais vietnamitas do que franceses.
    Mas o mais importante foi o resultado: a derrota dos colonizadores foi um grande triunfo político que levou à independência de metade do Vietnã, sua parte norte.
    Giap e a liderança comunista vietnamita deixaram claro que os fins justificavam os meios. Sacrificar milhares de soldados para obter um objetivo fazia sentido na ideologia marxista-leninista.
    Giap aparentemente esteve por trás de muitas decisões polêmicas na luta para unificar Vietnã do Norte com Vietnã do Sul, em face de uma intervenção americana em prol do sul capitalista.
    A chamada Ofensiva do Tet em 1968 foi um grande desastre militar comunista --mas a sua percepção pelo governo e pela opinião pública americanas de que estava difícil achar a luz no final do túnel transformou a derrota militar em vitória política.
    Giap procurava colocar em prática as três fases da estratégia maoísta de tomada do poder: começando com guerrilha, enfraquecendo o inimigo e por fim obtendo uma paridade --do mesmo modo como pulgas podem lentamente enfraquecer um cão--, até a fase final de ofensiva.
    Um grave erro de Giap e da liderança norte-vietnamista foi achar que a "terceira fase" tinha chegado em 1972.
    Já não havia tropas de terra americanas no Vietnã do Sul. Mas bastou o Exército sul-vietnamita, com pesado apoio de aviação americana, para conter a chamada Ofensiva da Páscoa. Só três anos depois o Sul foi tomado.
    Vencer França e EUA, além de dar uma lição aos chineses que tentaram uma expedição punitiva contra o Vietnã em 1979, deixa claro que os vietnamitas construíram forças armadas eficazes e acima de tudo dedicadas.
    Giap era um excelente organizador e provedor de logística; como tático, não era tão notável assim.
    Mais do que ele, o que sobressaiu foi a resiliência do soldado comum vietnamita. Calçados com sandálias feitas de pneus, comendo praticamente só arroz, mesmo assim prevaleceram.

      Xico Sá

      Aos mestres, com carinho
      Não proponho inversão de papéis ou valores, apenas isonomia de tratamento no país do futebol
      Amigo torcedor, amigo secador, falemos dos professores. O professor da bola, o professor da escola. Um tratado a pão de ló, outro que dá dó. O da marca penal da cal; o do pó de giz no nariz. O que sai do estádio protegido pela polícia, o que é arrastado na rua sob força bruta, covarde e sangrenta. Não proponho que haja uma inversão de papéis ou valores, por mais que seja cutucado pelos dedões invisíveis do populismo. Proponho apenas isonomia de tratamento no país do futebol.
      Sim, meu caro Dunga, não está fácil para ninguém, tu sabes o que é ser demitido pelo amor da tua vida, o Colorado, tu sabes o que significa essa bola nas costas, tu sabes o que representa o pé na bunda. Tu sabes mais ainda como foram importantes os primeiros professores em Ijuí e alhures. Que tu relaxes, que tu não guardes mágoas, que tu saibas que não vale morrer do coração à beira do campo, pianinho, velho e valente volante, como nos ensinou o Benito de Paula.
      Continuemos no rincão gaúcho, amigo Tite, bem sabes que te gosto e não é de graça, viste o que fizeram com os professores no Rio de Janeiro, meu caro? Um horror, coisa de um governo Mobral, seu Cabral, falta de Paes na terra aos homens de boa vontade, e que me desculpem todos pelas rimas óbvias, trocadilhos mirins e imagens biblicamente populistas. Sou o mais óbvio, pedagógico e rasteiro dos homens quando trato de injustiças primárias.
      É, seu Jayme de Almeida, aprecio o seu jeito no mundo, coisa de homem bem-educado que conduz o Flamengo, uma nação, régua e compasso, modo de homem que teve bons mestres e carinho materno. Seu Jaime, que covardia bater naqueles que nos ensinam as primeiras letras, cada porrada é como se fosse em dona Heroína Taveira, minha primeira professora lá no Sítio das Cobras, escola municipal Furtado Leite, Santana do Cariri, seu Jaime.
      Por falar em sensatez, o papo agora é com Oswaldo Oliveira, homem que tem muito a ensinar aos brutamontes, cara que sabe que o futebol é linguagem que diz além das quatro linhas demarcatórias da peleja.
      Imagina seu Telê vendo toda essa ignorância. Logo ele, um detalhista. Imagina. Ah, meu chapa Gilson Kleina, você, mais do que ninguém este ano sabe o que é cair e dar a volta por cima, você sabe que essa ideia de superação se aprende, sim, na escola, jamais em livro fuleiro de autoajuda.
      Estamos tratando de sensatez, certo? Então cheguem juntos Ney Franco e Marcelo Oliveira, profes de tantos meninos. Venha cá, seu Cuca, mostre para o mundo a força do giz, a força do Galo.
      Dedico esta crônica ao professor dos professores, da bola ou da escola, o mestre Paulo Freire, aquele que sabia, como na canção nada populista, que o cipó de aroeira sempre volta no lombo de quem mandou dar.
      @xicosa

        Mudanças na programação da Cultura refletem uma crise maior na TV aberta

        OPINIÃO
        NELSON DE SÁDE SÃO PAULO
        Antônio Fagundes tinha 42 anos, hoje tem 64. Marisa Orth e Denise Fraga, começando na carreira, apareciam em papéis pequenos. É o "Mundo da Lua", que volta à grade da TV Cultura, apresentado eufemisticamente como um "clássico".
        Enquanto isso, a Cultura corta o programa de documentários "É Tudo Verdade Internacional" e fecha seu departamento infantil, responsável por boa parte dos tais "clássicos" da emissora nestas duas décadas.
        Além das reprises, preenche o vazio na grade com mais programas de entrevista, de baixo custo.
        Mas a Cultura não está sozinha na degradação que agora avança mais rapidamente pela TV aberta. No principal mercado, São Paulo, concessões como RedeTV! desfiguram de tal maneira as suas grades e equipes que mal conseguem justificar a manutenção da marca.
        Foi também o caso da MTV. Com programação e receita em decadência crônica, o canal voltou para a Viacom, que o transferiu para a TV paga, como ocorre com a MTV no resto do mundo, e lançou programas novos. Mas o sinal aberto não achou comprador e continua lá --com programação ainda pior.
        Outras concessões de televisão em São Paulo, em VHF e UHF, hoje transformadas em plataformas para organizações de "teologia da prosperidade", poderiam entrar na lista. A deterioração é tão disseminada que já começa o lobby, por enquanto em estágio preparatório, para o momento inevitável de redistribuição dos sinais.
        Há duas semanas, na Holanda, durante a IBC (International Broadcasting Convention), reunião anual do setor, o diretor de engenharia da Globo, Fernando Bittencourt, declarou que no futuro não haverá lugar na TV aberta para emissoras de nicho --de audiência restrita, como as citadas.
        Não é novidade, propriamente. A perspectiva de ampla "liberação do espectro" é assunto corrente nas telecomunicações mundo afora, diante do impacto crescente da internet e dos aparelhos móveis. Mas, no momento, as gigantes de telefonia estão na frente na corrida pelos sinais, e as grandes redes de radiodifusão tentam reagir.
        A proposta é que, em algum momento, as emissoras menores mudem de plataforma, liberando o espectro para as maiores, que poderiam então oferecer outros serviços, inclusive de dados. Para a Globo ou a britânica BBC, antes de mais nada, é questão de sobrevivência.

        Andre Singer

        Dificuldades da oposição
        Apenas hoje saberemos se Marina Silva vai se filiar a algum partido a tempo de poder disputar a eleição de 2014.
        Independentemente disso, ao ver barrado o registro da Rede pelo TSE na noite de quinta-feira, o grupo da ex-senadora deu mostras de uma fragilidade organizativa inexplicável. Mesmo que tenham ocorrido boicotes cartoriais, como afirmam os sonháticos, caso a coleta de assinaturas tivesse começado há mais tempo -- os anos de 2011 e 2012 foram perdidos sem motivo aparente--, a agremiação da ex- senadora não correria hoje qualquer risco.
        As duas opções restantes para o que venho chamando de "novo centro" são ruins do ponto de vista da estruturação de uma terceira força na política nacional. A primeira é ficar fora da corrida do ano que vem. Nada impede, é certo, que, uma vez registrada a Rede, o que certamente acontecerá nos próximos meses, Marina seja candidata competitiva em 2018. No entanto, como mostrou a experiência de Lula, as candidaturas presidenciais no Brasil são poderosas alavancas para organizar partidos. Com isso, quatro anos seriam desperdiçados.
        Caso opte por filiar-se a qualquer sigla, Marina pagará o preço de, a todo momento, ter de explicar se cedeu à ambição, uma vez que pretende regenerar os hábitos políticos brasileiros e acabou por usar uma espécie de legenda alugada apenas para ser candidata. Em função disso, uma parcela (mesmo que minoritária) mais engajada do seu eleitorado vai se afastar, reforçando o desencanto com as instituições.
        De outro lado, a maneira pela qual José Serra conduziu o processo que o levou, no final das contas, a ficar no PSDB indica o estado de desunião em que se encontram os peessedebistas. O longo flerte de Serra com o PPS mostrou o quanto o ex-governador de São Paulo está incômodo com a prevalência de Aécio Neves no ninho tucano.
        Ao ser eleito presidente do partido em maio passado, o ex-governador de Minas adquiriu controle sobre a máquina, tornando praticamente inviável qualquer pretensão serrista a ser candidato à Presidência da República. Em troca, as chances de apoio efetivo ao mineiro por parte do paulista são próximas de zero.
        Não obstante os problemas organizativos e de unidade da oposição que ficaram claros nesta semana, a sua dificuldade de fundo ainda é encontrar uma via para tornar-se popular. Se não conseguir atingir o chamado "povão" --para isso, precisará mostrar algum compromisso com as necessidades materiais das camadas de baixa renda--, ficará apenas na dependência de uma piora na economia, com reflexo na inflação, no emprego e na renda.

        Ruy Castro

        O homem que quase foi Kubrick
        RIO DE JANEIRO - O MIS de São Paulo abrirá no dia 11 uma grande mostra "Stanley Kubrick". Exibirá os 12 filmes oficiais de Kubrick e mais de 500 objetos usados neles ou com que o diretor trabalhou em 48 anos de cinema. Imagine agora se, em vez de "Stanley Kubrick", a mostra se chamasse "Alexander Singer".
        Quem? Alexander Singer. Foi um grande amigo de Kubrick. Os dois nasceram no Bronx, em Nova York, a poucos metros um do outro, em 1928 (Alexander, em abril; Stanley, em julho). Conheceram-se no Ginásio Taft, cujas aulas matavam para jogar xadrez, discutir fotografia ou ir ao cinema para ver três sessões seguidas do mesmo filme.
        Eles queriam passar à história do cinema como diretores. E decidiu-se que, quando Alexander fizesse seu primeiro filme, Stanley seria o diretor de fotografia. Isso foi em 1945. Mas Stanley tinha pressa. Tornou-se fotógrafo da revista "Look" e levou três anos fazendo grandes fotos. Até que se sentiu pronto para um filme.
        Estreou com um curta ambicioso, "Day of the Fight" (1951), sobre boxe, com Alexander como assistente de direção. E a roda nunca mais girou ao contrário. Stanley logo se tornou o maior nome de sua geração. Já Alexander só foi dirigir em 1960: o modesto, mas fascinante "Rajadas de Paixão", de que, hoje, acho que só eu e o Sérgio Augusto nos lembramos --ou seria por sua estrela Lola Albright?
        Resignado, Alexander converteu-se à TV e passou a vida dirigindo seriados como "Jornada nas Estrelas", "O Fugitivo" ou "Missão Impossível". Mas como passar à história com isso? Daí que as biografias de Stanley enchem prateleiras; a de Alexander resume-se a algumas linhas. E, também por isso, o MIS mostrará "Stanley Kubrick", não "Alexander Singer". Quando Stanley morreu, em 1999, Alexander estava ao pé do caixão, arrasado. Até o fim, amigo fiel e coadjuvante.

          José Simão

          Ueba! Marina vai virar PENtelha?
          Quem é do PEN é pentelho, penetra e pendrive! E a Marina vira pentelha e abre a igreja pentelhocostal
          Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Avisa a Marina que quem não tem rede pesca com vara!
          E uma leitora disse: "Já que a Marina não pode ir pra Rede, que vá pro Pufe! Partido dos Usurpados no Fórum Eleitoral". Rarará.
          E a Marina vai pro PEN? Virar pentelha! Ops, continuar pentelha. Rarará!
          Quem é do PT é petista, quem é do PMDB é peemedebista e quem é do PEN é pentelho, penetra e pendrive! E a Marina vira pentelha e abre a igreja pentelhocostal. Rarará!
          E ela não parece uma tartaruga sem casco? Então pode ir pro Projeto Tamar!
          E adoro a plataforma de governo da Marina: xampu de cupuaçu, desodorante de andiroba e camisinha de polpa de buriti. É o catálogo da Natura!
          E sabe o que um corintiano falou do meu São Paulo? "Bambi não cai, se agacha". Ou seja, nós vamos nos agachar pra segunda divisão! Rarará!
          E continuo adorando a fusão Portugal Telecom com a Oi: a Pois! E já tem logo: aquele logo amarelo da Oi escrito "Pois" e a menina com um bigodão, simples assim!
          E torno a repetir que a Portugal Telecom lançou celular no Brasil pro povo parar de usar o telefone da padaria!
          E votar na Marina tem um único problema: e se ela ganhar? Rarará. Outro grande problema: diz que se ela ganhar, ela vai SOLTAR O CABELO! E pode ir pro PPS! O partido do Roberto Freire. O Roberto Freire é um Fernando Henrique sem chantilly!
          E a biografia da Marinárvore: ela é a mãe do Macunaíma e descende dos tururus bandeira, aquele povo que vive na árvore! E faz pose de Virgem Inca. Rarará!
          É mole? É mole, mas sobe!
          O Brasil é Lúdico! O Brasil é Lúdico! No Brasil todo mundo escreve errado, mas todo mundo se entende. Placa numa lanchonete de chineses na Liberdade: "Precisa de FUCINÁRIO". E essa outra na Bahia: "Fornecemos CONZINHEIRA". E essa faixa aqui: "Aluguel de RETOESCAVADEIRA". Epa! Rarará!
          E esse outodoor em Minas: "PINTÓPOLIS tem 100% de energia elétrica". Pinto elétrico! Então avisa o Aécio que acabou a lanterna, agora é iluminar Minas com o pinto. O que não vai ser problema pra ele. Rarará!
          Nóis sofre, mas nóis goza!
          Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

            Mônica Bergamo

            MÔNICA BERGAMO
            DOMINGO NO PARQUE
            A visitação ao Parque Nacional do Iguaçu (PR), que abriga as cataratas, passou de 764 mil para 1,5 milhão de turistas por ano na última década. No Parque Nacional da Tijuca, no Rio, o crescimento foi de 981 mil visitantes, em 2008, para 1,86 milhão no ano passado. Já no Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha, com entrada limitada pelo Ibama, o aumento foi de 51.463 para 67.737 turistas, entre 2003 e 2012.
            NO PARQUE 2
            "O potencial de crescimento é grande, mas é preciso investimento em estrutura e divulgação", diz Celso Florêncio, diretor da Cataratas S/A, empresa que tem a concessão para administrar o receptivo nas três unidades de conservação, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
            FORA FELICIANO
            O GADvS (Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual) pediu ao Supremo Tribunal Federal urgência no julgamento de ação que anula a eleição do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos. A ONG de combate à homofobia fez solicitação para atuar no caso como "amicus curiae" (amigo da corte), dando subsídios à decisão.
            FORA FELICIANO 2
            O processo, movido pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), está com o ministro Luiz Fux desde março. "Pedimos a nulidade da eleição porque ocorreu a portas fechadas, o que contraria o regimento", diz Paulo Iotti, do GADvS.
            BIBLIOTECA
            Em sua visita ao Planalto, Jeferson Monteiro, autor do perfil Dilma Bolada, presenteou Dilma Rousseff com o livro "Não Conta Lá em Casa", sobre viagens a lugares inusitados. Na dedicatória, o autor, André Fran, escreveu: "Que essas histórias inspirem a presidenta a seguir lutando por um Brasil melhor!".
            PELO MUNDO
            Wagner Moura foi eleito por um júri americano o melhor ator no Los Angeles Brazilian Film Festival. O prêmio é pelo papel em "A Busca", da O2, escolhido melhor filme.
            SANTA AJUDA
            O bispo Robson Rodovalho prepara livro sobre saúde, beleza e longevidade, em parceria com o geriatra José Maria de Araújo. "É fácil saber o que é bom para a saúde e para a vida. Difícil é saber viver sem exageros", diz o presidente da igreja Sara Nossa Terra.
            EFEITO SANFONA
            Após temporada de desfiles em Paris e Milão, onde imperou o estilo esquálido, as tops que vão fazer o casting da Victoria's Secret começam a "operação engorda". Barbara Fialho, por exemplo, vai suspender a dieta para ganhar dois quilos e chegar aos 59 kg. A mineira quer exibir curvas no desfile de lingerie em novembro.
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            DOCE MATURIDADE
            Aos 40 anos, Reynaldo Gianecchini diz que passou a lidar melhor com sua sexualidade. "Com a maturidade aprendi a relaxar e a qualidade do sexo ficou muito melhor", afirma o ator, em entrevista à "Lifestyle Magazine Brasil" deste mês.
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            Durante a sessão de fotos, Giane, que está em cartaz em São Paulo até dezembro com o espetáculo "A Toca do Coelho", dançou ao som de Daft Punk, jogou doces para o alto e comeu kiwis.
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            Após o tratamento para se livrar de um linfoma, o ator diz que a experiência com o câncer o fez pensar na possibilidade de ter filhos.
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            Gianecchini conta que mudou sua rotina. "Tento evitar o estresse, mas muitas vezes não dá. Só que não deixo durar muito." Além de alimentação regrada, pratica esportes. "Se antes eu já tinha cuidado com a saúde, agora, então, chego até a ser um pouco neurótico com o assunto."
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            TIJOLO E CIMENTO
            O diretor Caco Ciocler e os atores Chris Couto e Daniel Infantini receberam convidados na pré-estreia da peça "No Exit - Entre Quatro Paredes" anteontem no Sesc Santo Amaro. A apresentadora e atriz Luisa Micheletti estava na plateia da releitura do texto do francês Jean-Paul Sartre.
            HORA MARCADA
            O alemão Joerg Hofmann, presidente da Audi, com a mulher, Stefanie, e os designers de tecidos Attilio Baschera e Gregorio Kramer estiveram, anteontem, no lançamento de relógio em comemoração aos 60 anos da Osesp, na Sala São Paulo. O evento também contou com um concerto da orquestra.
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            CURTO-CIRCUITO
            O espetáculo "O Homem Que Fala", com direção de Celso Frateschi e atores do elenco dos Doutores da Alegria, estreia hoje, às 21h, no Ágora Teatro, na Bela Vista. 14 anos.
            O Marcos Paiva Trio apresenta repertório de Pixinguinha, hoje, às 22h30, na Casa de Francisca. 18 anos.
            O Palmeiras, antigo Palestra Itália, comemora hoje 71 anos da mudança de nome, com rodízio de pizza para convidados e sócios.
            A Carbono Galeria inaugura hoje a exposição "Julio Le Parc, Multiples - 1960 ~ 2013", com obras do pioneiro da arte cinética. Às 11h, em Pinheiros.

              Em 'protesto', Paulo Coelho desiste de Frankfurt - Raquel Cozer

              Escritor diz a jornal alemão que não aprova 'o modo como o Brasil representa sua literatura' no evento editorial alemão
              Segundo a Folha apurou, desistência ocorre após autor ter tido suas exigências negadas pelo Ministério da Cultura
              RAQUEL COZERCOLUNISTA DA FOLHAUma relação tensa entre Paulo Coelho e o comitê organizador da participação do Brasil como homenageado na Feira do Livro de Frankfurt, que começa na próxima quarta, culminou com a desistência do escritor de integrar a delegação do país no maior evento editorial do mundo.
              O autor de "O Alquimista" foi anunciado em março entre os 70 selecionados pelo Ministério da Cultura (MinC) para representar o país.
              Em entrevista a ser publicada amanhã num dos principais jornais alemães, o "Die Welt", ele diz ter desistido de participar por não aprovar "a forma como o Brasil representa sua literatura".
              "Falei com vários de meus colegas que não foram convidados, como Eduardo Spohr, Carolina Munhóz, Thalita Rebouças, André Vianco, Felipe Neto ou Rafael Draccon [...]. Tentei ao máximo conseguir que fossem. Sem sucesso. Então, em protesto, decidi não ir a Frankfurt", disse.
              Segundo a Folha apurou, no entanto, o motivo da desistência foi outro. Fontes ligadas ao comitê organizador dizem que Coelho esperava tratamento especial pelo fato de ser o autor brasileiro mais vendido no mundo e fez uma série de exigências que o MinC não atendeu.
              Entre outras coisas, queria ficar responsável pelo discurso de abertura --que será realizado por Luiz Ruffato e Ana Maria Machado-- e falar em auditório de mil lugares. Sua agente, Monica Antunes, desmente. "Tínhamos dois auditórios reservados, um da feira e um pago pela [editora alemã] Diogenes no hotel Maritim [em Frankfurt]." O MinC não se pronunciou.
              Coelho vai à feira, mas apenas para dar entrevistas a dois canais de TV alemães.
              Em 1994, quando o Brasil foi homenageado pela primeira vez na feira, ele ficou fora da lista de 20 nomes levados pelo MinC, que incluía Chico Buarque, Darcy Ribeiro e Ferreira Gullar. Foi extra-oficialmente e virou a maior atração do país no evento.
              POP
              Na entrevista ao jornal alemão, Coelho disse que "duvida" de que todos os 70 convidados sejam escritores, que conhece só 20 dos nomes e que "presumivelmente são amigos de amigos de amigos. Nepotismo". Procurado, não comentou as declarações.
              Os autores citados como ausentes por Coelho se dedicam a uma literatura comercial, com boas vendas.
              "Fenômenos de venda, como Ziraldo, Mauricio de Sousa e outros infantojuvenis, também constam da lista", diz Antonio Martinelli, coordenador da programação brasileira em Frankfurt, destacando ainda a seleção de nomes consagrados, como João Ubaldo Ribeiro e Nélida Piñon, e de novas gerações elogiadas pela crítica, como Luiz Ruffato e Daniel Galera.

                Painel das Letras - Raquel Cozer

                Tudo sobre Morrissey
                Um mês após Morrissey cancelar a publicação de sua própria autobiografia por "discordância de última hora sobre conteúdo", o lançamento foi confirmado pela mesma Penguin Classics com quem o cantor dizia ter se desentendido. Na Inglaterra, em setembro, a imprensa considerou o caso um "embuste". "Não há evidência de que o livro exista", escreveu o "Independent", informando que livreiros nem sabiam da obra. Agora, o título aparece só como e-book na pré-venda da Amazon, para dia 17. De todo modo, os brasileiros terão em breve a chance de saber mais sobre o ex-vocalista do Smiths em "Mozipédia", de Simon Goddard, que a LeYa planeja para novembro. Com mais de 500 páginas e dois cadernos de fotos, compila 600 verbetes sobre a banda e o enigmático cantor.
                -
                // MUITO ALÉM DE FREUD
                Referência na área de psicanálise, a britânica Karnac estreia no mercado brasileiro em 2014, com obras de autores mais recentes e menos conhecidos que Sigmund Freud (1856-1939), nomes como Donald Winnicott (1896-1971) e Wilfred R. Bion (1897-1979).
                A casa contratou como editor assistente o psicanalista e escritor Paulo Cesar Sandler, que optou por convidar especialistas na área, em vez de tradutores, para verter os primeiros títulos ao português.
                Uma pesquisa em institutos de psicanálise do país rendeu 52 nomes de profissionais com bons conhecimentos de inglês, francês ou italiano. O mesmo método está sendo usado para selecionar autores brasileiros.
                -
                INFANTIL De olho na Feira do Livro de Bolonha em 2014, a Dsop negocia com editoras italianas a tradução de Futebolíada', de Eloar Guazzeli e José Santos, sobre a Guerra de Troia decidida em campo; por aqui, sai neste ano
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                Poetinha Leia os livros, ouça as músicas, prove os petiscos. O centenário de Vinicius de Moraes, no dia 19, será comemorado no Paribar, em São Paulo, com músicas citadas por ele no livro "Jazz & Co." e petiscos de sua predileção presentes em "Na Cozinha com Vinicius". É uma parceria do bar com a editora Companhia das Letras e a Biblioteca Mário de Andrade.
                Pós-feira Terminada a Feira de Frankfurt, terreno fértil para a proliferação de best-sellers, editores de vários países debaterão em seminário na mesma cidade, de 13 a 15/10, formas de ampliar as vendas de livros menos pop, nas áreas de ciências humanas e sociais. Do Brasil, participam Ivana Jinkings (Boitempo) e Araken Gomes Ribeiro (Contra Capa).
                Teatro A obra de Gertrude Stein (1874-1946) cai em domínio público em 2017, mas a Iluminuras se antecipou. Lança em breve "O que Você Está Olhando", com organização e tradução de Dirce Waltrick do Amarante e Luci Collin. Na orelha, Sergio Medeiros destaca "o período fértil em experimentações com a linguagem" das peças reunidas, feitas de 1913 a 1920.
                A dedo "O Cheirinho do Amor - 30 Textos Escolhidos a Dedo" é o nome da coletânea que Reinaldo Moraes lança pela Realejo ainda neste ano, com colunas escritas para a revista masculina "Status" nos últimos três anos.
                Das antigas Depois de vender 30 mil cópias de "A Revolta de Atlas", romance de Ayn Rand publicado originalmente em 1957, a Arqueiro resgata outro título da autora russa, "A Nascente", de 1945. Está previsto para novembro.
                Horizontes A independente Alameda agora entrega na Europa. Contratou a espanhola Arnoia para distribuir seus livros por lá --em português mesmo, para brasileiros no exterior. Sairá mais rápido que comprar um título importado por lojas virtuais, já que os volumes são impressos sob demanda, sem precisar atravessar o oceano.
                Estreia Há dois anos no mercado, a nVersos estreia em Frankfurt com 28 títulos no estande brasileiro, incluindo o finalista do Jabuti em projeto gráfico "Luís Antônio - Gabriela", de Nelson Baskerville, em versão bilíngue, como três outras obras a serem apresentadas na feira.

                  Drauzio Varella

                  Os males do mundo
                  Mais de 6% das doenças existentes são provocadas pelo cigarro. É a principal causa evitável de morte
                  A mortalidade está em queda no mundo inteiro, exceto na Europa Oriental e em algumas partes da África.
                  Já aconteceu no passado. Entre nossos ancestrais australopitecíneos, que surgiram na África há 4,4 milhões de anos, a vida acabava depressa: para cada 80 privilegiados que resistiam até os 15 anos, 79 morriam antes de completar 30 anos.
                  Já no Homo sapiens, que viveu na Europa entre 44 mil e 10 mil anos atrás, metade dos que sobreviviam até os 15 anos chegava aos 30.
                  Graças ao advento das vacinas, antibióticos, saneamento básico e à qualidade da alimentação, a expectativa de vida no século 20 duplicou em diversos países.
                  Fatores de risco como cigarro, consumo de álcool, sedentarismo, obesidade e nutrição inadequada, por via direta ou por ação indireta através da hipertensão arterial ou do diabetes, são os responsáveis pela maioria dos males que afligem as sociedades modernas.
                  1) Cigarro
                  A prevalência vem caindo nos países de língua inglesa, no norte e centro da Europa e na América Latina, tendência acompanhada da redução de mortes por câncer e doenças cardiovasculares. O aumento contínuo da mortalidade por câncer de pulmão entre as mulheres europeias reflete o fato de que em alguns países do sul e do leste europeu mais de 40% das mulheres fumam.
                  No Brasil, cerca de 15% dos adultos são fumantes, número mais baixo do que nos Estados Unidos, e muito menor do que na Europa (com exceção da Suécia), no leste da Ásia e algumas partes da África. Nos países situados abaixo do deserto do Saara, a popularidade do cigarro é menor.
                  Fumantes ativos e passivos pagam preço alto: 6,3 milhões de mortes anuais. Mais de 6% das doenças existentes no mundo atual são provocadas pelo cigarro. É a principal causa evitável de morte.
                  2) Consumo de álcool
                  Beber com moderação pode reduzir a incidência de problemas cardiovasculares e de diabetes, principalmente em pessoas com fatores de risco para essas enfermidades.
                  Ingerir quantidades exageradas num único dia, no entanto, além de provocar acidentes, aumenta o risco de complicações cardiovasculares e cirrose hepática.
                  Em países produtores de vinho, como Itália ou França, o consumo de álcool diminuiu nas últimas décadas, período em que duplicou na Dinamarca e Inglaterra e aumentou em países asiáticos como Japão, China e outros.
                  O abuso de bebidas destiladas é a principal causa de doenças na Europa Oriental. Na Rússia e nos países da antiga União Soviética, ele é responsável por 30 a 50% das mortes de jovens e de homens de meia-idade.
                  3) Obesidade
                  Há associação clara entre obesidade e mortalidade geral. Ganhar peso aumenta o risco de diabetes, hipertensão, ataque cardíaco, derrame cerebral, câncer, insuficiência renal e artrite.
                  São poucos os países em que o peso médio dos habitantes não aumentou. A prevalência global da obesidade duplicou entre 1980 e 2008. Em valores absolutos, os maiores aumentos ocorreram nos Estados Unidos, seguidos pela China, Brasil e México.
                  A prevalência varia de 2% em Bangladesh a mais de 60% em algumas ilhas do Pacífico.
                  O excesso de peso é responsável por cerca de 3,4 milhões de mortes anuais. A ele estão associadas patologias com baixas taxas de mortalidade, mas causadoras de períodos longos de incapacitação.
                  4) Nutrição e dieta
                  Estudos observacionais demonstram benefícios em reduzir a quantidade de sal e substituir as gorduras saturadas pelas poli-insaturadas. Dietas pobres em frutas, vegetais, grãos integrais, nozes, amêndoas e sementes acompanhadas de excesso de sal contribuem com 1,5% a 4% do total de doentes do mundo.
                  5) Atividade física
                  Já na década de 1950, os estudos mostravam os benefícios da atividade física. A energia gasta em movimento diminui drasticamente à medida que os países se urbanizam e se desenvolvem, fator que contribui decisivamente para o aumento das doenças degenerativas.
                  Está em curso um período de transição epidemiológica. O mundo sai da fase das mortes precoces por doenças infectocontagiosas, para entrar em outra, caracterizada por maior longevidade, inversão da pirâmide populacional e alta incidência de doenças degenerativas.