segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Raquel Rolnik

folha de são paulo
Onde morar por menos de R$ 500?
'Locação social' significa o auxílio-aluguel para os que perdem suas casas e não uma política permanente
Há duas semanas, o IBGE divulgou informações do censo de 2010 relativas aos "aglomerados subnormais", denominação um tanto preconceituosa para designar o vasto universo dos bairros autoconstruídos por seus moradores, à margem das regras que regulam construções e aberturas de loteamentos em nossas cidades. Trata-se do "censo das favelas", como a imprensa apelidou.
De acordo com o IBGE, o Brasil tem 11,5 milhões de moradores em 3 milhões de domicílios localizados nessas áreas. Considerando os critérios adotados, esse número provavelmente está subestimado.
Ainda assim, os dados levantados nos ajudam a entender o fenômeno: a grande maioria dos assentamentos precários está situada em regiões metropolitanas, mais da metade no Sudeste, em cidades altamente dinâmicas do ponto de vista econômico.
Nesses assentamentos, considerando a renda domiciliar per capta, 31,6% dos moradores recebem até 0,5 salário mínimo. Fora destas áreas, esse percentual é bem mais baixo: 13,8%. Em cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, mais da metade das famílias que moram em favelas tem renda mensal inferior a R$ 500.
Onde é possível morar nessas cidades com uma renda menor que R$ 500 por mês? Seguramente, essas pessoas não conseguem ter acesso ao mercado formal de locação, muito menos ao de casas próprias.
E o programa Minha Casa, Minha Vida -para onde, aliás, vários dos residentes desses assentamentos vêm sendo "removidos"- não resolve as demandas desse grupo?
Não. Por duas razões. A primeira é econômica: a prestação mensal mais baixa do programa, voltada para a faixa de renda que recebe até um salário mínimo, é de R$ 50.
Se somarmos os demais custos básicos da moradia "formalizada", como o condomínio, que não custa menos de R$ 50, a energia elétrica -no mínimo R$ 50, mais R$ 48 de gás, mais R$ 20 de água, o que sobra para, por exemplo, comer ou comprar medicamentos?
Por outro lado, para poder se enquadrar nos limites de valor estabelecidos pelo Minha Casa, Minha Vida, a totalidade dos conjuntos habitacionais do programa, em cidades com Rio e São Paulo, se localiza em periferias distantes, que requerem tempo e custo de transporte.
Resultado: em vários conjuntos entregues há pouco mais de um ano, o drama da inadimplência é grave e muitos dos moradores originais já foram embora... Vender ou sublocar os apartamentos faz parte das estratégias daqueles que percebem -com razão!- que mais que solucionar seu problema de moradia, a "casa própria" é um ativo a rentabilizar...
O problema é que essa estratégia pressupõe voltar para a favela ou formar uma nova.
Os países que em determinado momento de sua história resolveram enfrentar essa questão o fizeram com políticas de aluguel subsidiado, garantindo para as famílias de baixa renda a possibilidade de morar dignamente, mas não a propriedade.
No Brasil, porém, "locação social" significa, na melhor das hipóteses, o auxílio-aluguel que prefeituras disponibilizam para os que perdem suas casas -por desastres ou remoções forçadas- e não uma política estável e permanente.
Nem remoções nem programas como o Minha Casa, Minha Vida resolverão o problema das favelas no Brasil. Está mais do que na hora de construirmos uma política de locação social voltada para a população de baixa renda.

    Anistia F. C.

    folha de são paulo
    Anistia F. C.
    Prospera no Congresso mais uma tentativa de premiar os descalabros administrativos de entidades esportivas do país.
    Sob o enganoso nome de Proforte - Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos, projeto em tramitação na Câmara pretende promover ampla anistia das dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes de futebol --que se aproximam da casa dos R$ 4 bilhões.
    Pela proposta, os clubes seriam perdoados em 90% do principal de seus compromissos pregressos com INSS, FGTS e Imposto de Renda. Os 10% restantes, acrescidos de juros e correções, poderiam ser quitados em 240 meses.
    O projeto é de autoria de Vicente Cândido (PT-SP), vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), e conta com a simpatia do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
    Argumenta-se em favor da medida que a desejável mudança de patamar na gestão das entidades esportivas pressupõe o saneamento das dívidas, que em muitos casos se mostram impagáveis.
    Em contrapartida, os clubes seriam obrigados a fornecer instalações e participar da formação de atletas em modalidades olímpicas.
    Acena-se também com a possibilidade de sanções esportivas --os que não honrassem compromissos perderiam pontos ou seriam afastados de competições.
    Não há dúvida de que algum tipo de refinanciamento de dívidas auxiliaria numa eventual transição dos clubes e federações para um modelo sustentável de gestão financeira. São escassos, porém, os indícios de um movimento consistente nessa direção.
    Se alguns clubes começam a se destacar por novos padrões administrativos, a maioria segue em mãos de dirigentes amadores e antiquados, mais interessados em auferir vantagens que em adotar governança eficiente e responsável.
    Não é demais lembrar que, nos últimos 15 anos, os clubes já foram contemplados, em vão, com três programas de refinanciamento de dívidas e uma loteria federal, a Timemania, que repassa um quinto dos recursos arrecadados para a quitação de dívidas.
    Nova iniciativa nesse sentido só poderia ser considerada se tais entidades assumissem padrões empresariais de gestão, com responsabilização de seus dirigentes por desvios. Não são as dívidas as responsáveis pela incúria administrativa dos clubes --mas o contrário.

      Vinicius Mota

      folha de são paulo
      A paixão e a engrenagem
      SÃO PAULO - O braço esquerdo erguido, o punho cerrado. O discurso da vítima, do líder perseguido pela elite, do preso político. Um punhado de militantes mostra solidariedade às portas do cárcere. Entoa-se o hino da Internacional Socialista. O PT publica nota de repúdio ao tribunal.
      Pipocam, enfim, lances mais explícitos da política como paixão no longo, e quase fleumático, processo do mensalão. E eles não são lá grande coisa. As massas não acudiram às ruas para abraçar José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Estavam engarrafadas no feriadão.
      A hipocrisia, dizia La Rochefoucauld, é uma homenagem que o vício presta à virtude. Enquanto fazia acenos esporádicos aos líderes caídos, o mandachuva petista, Luiz Inácio Lula da Silva, girava a manivela da engrenagem recicladora.
      As pedras de mó esmagaram não apenas algumas das figuras fundadoras do PT. Lula também aproveitou o escândalo para diluir o que restava de modernizante em seu partido. A substituta de Dirceu tornou-se emblema do fim da oposição ao varguismo e, especialmente após a queda de Palocci, à política econômica dirigista que marcou a ditadura militar sob Geisel.
      Para evitar o impeachment, Lula abriu os braços a oligarcas e representantes do atraso no país. Sarney, Collor, Maluf e Renan são hoje amigos do peito do ex-presidente petista. Eles estão soltos. Dirceu e Genoino estão presos. Faz sentido.
      Por isso, aguardam-se ansiosamente as palavras prometidas por Lula da Silva acerca do mensalão. Vão confirmar a entrevista de Paris, em 2005, quando jogou o PT aos leões a fim de preservar o mandato? Foram as mais sinceras frases já pronunciadas por ele sobre o caso.
      Queimaram-se, afinal, uns poucos fusíveis para proteger a casa de máquinas. No reacender das luzes, Lula, enfim, enxergou o seu lugar na velha política brasileira.

      Parabéns, PT

      folha de são paulo
      VALDO CRUZ
      BRASÍLIA - Não é nada fácil ver companheiros sendo presos, mesmo que por motivos justos, mas o PT, dentro da lógica de construção de um novo país, deveria estar dizendo que fez a sua parte.
      A prisão de petistas como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares só foi possível porque, à frente do Palácio do Planalto, o PT não conviveu com um "engavetador-geral da República" --figura marcante no período dos tucanos no poder.
      Na época do PSDB, havia uma proximidade além da recomendável entre o Planalto e a Procuradoria-Geral da República. Coincidência ou não, boa parte das investigações de relevância ficava empoeirada nas gavetas daquele órgão.
      Já na fase petista de Luiz Inácio Lula da Silva, a Procuradoria não poupou os companheiros do presidente. Pelo contrário. Dizem que até exagerou. Mas, pelo passado recente, melhor que tenha sido assim.
      Depois, quando o processo do mensalão foi a julgamento no STF, encontrou ali uma formação de ministros em sua maioria indicada por Lula e Dilma. Incluindo aquele visto como o maior algoz dos petistas, o ministro Joaquim Barbosa.
      Dizem que Lula se arrependeu de suas indicações. E que, à luz da dolorosa experiência petista, Dilma está sendo mais cuidadosa em suas escolhas. O futuro dirá se teremos um retrocesso. O presente mostra que o país ganhou com a maior independência entre os Poderes.
      Não se deve esquecer, porém, que o PT merecedor de parabéns também é aquele que, no poder, se entregou aos usos e costumes que tanto condenava, dando surgimento ao mensalão. Este é digno da condenação sofrida no Supremo Tribunal.
      Algo que petistas se recusam, publicamente, a admitir, mas que, reservadamente, alguns reconhecem como em parte merecido, com a ressalva de que as prisões são um exagero. Enfim, num país de tantas impunidades, a fila tinha de começar com alguém. Que siga assim.

        Ruy Castro

        folha de são paulo
        Dentro e fora da legalidade
        RIO DE JANEIRO - Quando a ouvi pela primeira vez, num comercial de desodorante, a palavra me caiu mal: "refrescância". Achei-a artificial, mal-ajambrada e desnecessária. Afinal, já havia fresco, frescor, frescura e outros dez sinônimos, todos --perdão, ouvintes-- ainda frescos para uso. Mas, numa língua em que as pessoas "agregam", saem para a "balada" e começam qualquer frase com "então...", vale tudo.
        Há meses, num centro de triagem dos Correios, em Niterói, funcionários foram acusados de descuido no manuseio de encomendas, jogando-as de qualquer jeito para os lados e se arriscando a danificar os produtos. No jargão interno, chama-se isso de "basquetear" a correspondência. "Não, madame", defendeu-se o encarregado, "aqui ninguém basqueteia a correspondência". Talvez, não --mas quem os impede de basquetear a língua?
        E embatuquei recentemente quando alguém me disse que estava "negativado" no banco --com a conta no negativo. "Negativo!", apitei. "Essa construção não existe." Deve ter sido inventada pelos mesmos que dizem que o jogador "se personalizou" em campo --ou seja, adquiriu personalidade durante o jogo e resolveu a parada. A língua se presta a essas flexões, mas não haverá um limite para a capacidade de uma palavra se submeter via tortura a um novo significado?
        Bem, para isso servem os dicionários --para oficializar as criações do grande inventa-línguas, o povo. "Refrescância" já está na praça há anos, em vários contextos, e até ganhou o "Houaiss". E "negativar" é "tornar (-se) negativo", o que a abona para definir contas no vermelho.
        "Basquetear" e "personalizar-se" ainda não chegaram lá, mas, se as pessoas as continuarem usando, também entrarão na legalidade. O problema de uma língua não está nas palavras que ela incorpora, mas nas que são abandonadas e morrem a cada dia.

          Maior legado de Doris Lessing são as perguntas que ela deixa - Noemi Jaffe

          folha de são paulo
          ANÁLISE
          Maior legado de Lessing são as perguntas que ela deixa
          Penúltima obra da escritora reflete sobre o feminino no mito da criação
          NOEMI JAFFEESPECIAL PARA A FOLHA
          "11 de Setembro não foi uma coisa assim tão extraordinária" e "Cristo!", talvez sejam as duas frases mais conhecidas pronunciadas pela britânica Doris Lessing.
          A primeira não precisa de contextualização. A segunda foi dita assim que ela soube ter ganhado o Nobel de Literatura, em 2007. Descia do táxi, aparentemente vindo do supermercado; carregava compras e, ao saber da notícia, além de dizer o famoso "Cristo!", ainda se preocupou em pagar o motorista.
          Os jornalistas imploravam por cinco minutos, que ela, reticentemente, reduziu para um. "Esses suecos não têm tradição literária, não têm nada para fazer, então ficam distribuindo prêmios", disse.
          Pode-se questionar a literatura de Lessing, especialmente pela variedade de gêneros que ela contempla, em mais de 50 livros; pode-se discordar das declarações controversas. Mas dificilmente alguém poderá criticar a autenticidade com que ela falava, dava entrevistas e, principalmente, escrevia.
          Isso não é pouco, quando tantos ganhadores de Nobel soam como uma máquina de repetir respostas. Se não bastasse, há grandes livros em sua obra inclassificável.
          Muitos consideram sua obra como pioneira de certo feminismo e de discursos anti-racistas, principalmente com seus primeiros dois sucessos: "A Canção da Relva" e "O Carnê Dourado". Ela recusava esse rótulo.
          Outros a consideram mestre da ficção científica, por causa da série "Canopus". Ela disse mal saber que escrevia algo do gênero. Ainda outros a chamam de guru sufista, o que ela igualmente negava.
          Odiava a mãe, que a obrigou, vivendo na África --onde passou a infância-- a uma vida regrada e protegida.
          Foi proibida de voltar ao Zimbábue, em função de sua militância contra o apartheid. Também não tinha muita certeza sobre sua própria competência como mãe.
          Como se percebe, não se encantava facilmente com quase nada. A inocência passava longe, tanto da pessoa quanto da sua obra.
          Seu penúltimo livro, "A Fenda", é um espécie de fábula pré-histórica contada por um historiador romano. Uma mitologia em que, num mundo dominado por mulheres, um homem teria, inesperadamente, nascido de uma fenda nas rochas.
          E se nossos mitos de criação tivessem origem feminina? E se o mundo ocidental não fosse uma continuação do mundo dos romanos?
          Morta ontem, Doris Lessing não pode mais responder. Mas, como essas, deixou muitas outras perguntas. É o melhor que alguém pode deixar.

          Morre a escritora Doris Lessing, vencedora mais velha do Nobel de literatura


           
          DE SÃO PAULO
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          Morreu, aos 94 anos, a escritora britânica Doris Lessing, de acordo com seu agente e amigo pessoal, Jonathan Clowes.
          "Ela era uma escritora maravilhosa com uma mente fascinante e original. Foi um privilégio trabalhar para ela e vamos sentir imensamente sua falta", declarou, acrescentando que Lessing morreu na madrugada deste domingo, "em paz". Ele não revelou a causa da morte.
          Ganhadora do Nobel de literatura de 2007, ela foi autora de mais de 50 novelas, entre as quais "O Carnê Dourado" (1962) e "A Canção da Relva" (1950).
          A autora morava há mais de 25 anos na mesma rua do londrino bairro de West Hampstead. Foi lá que recebeu a notícia de que havia sido vencedora do Nobel.
          Ela recebeu o prêmio em janeiro de 2008 também na cidade, após ter se declarado muito doente para viajar à Suécia para a cerimônia oficial de entrega ocorrida no mês anterior.
          Doris foi a pessoa mais velha a ser agraciada com o laurel na área de literatura e a 11ª mulher a ganhar a distinção. Atualmente, esse número aumentou para 13.
          "Tenho 88 anos e eles não podem dar o Nobel para um morto, então acho que eles pensaram que era melhor me dar logo antes que eu batesse as botas", brincou na ocasião.
          O prêmio se uniu a outros que já havia recebido ao longo da carreira, como o o Príncipe das Astúrias em 2001.
          Toby Melville - 30.jan.2008/Reuters
          A autora britânica Doris Lessing discursa após receber o prêmio Nobel de literatura, em 2008
          A autora britânica Doris Lessing discursa após receber o prêmio Nobel de literatura, em 2008
          VIDA
          Doris May Tayler, seu nome de batismo, nasceu em 22 de outubro de 1919 em Kermanshah, na antiga Pérsia (hoje Irã). Ela era filha de um bancário e ex-capitão do exército britânico e de uma enfermeira.
          Em 1925, a família se mudou para o sul de Rodésia (o Zimbábue atual), onde seu pai comprou uma fazenda que não frutificou e sua mãe se esforçou para viver como uma dama georgiana, o que teve um impacto pernicioso em sua filha, que a autora descreveu na primeira parte de sua autobiografia, "Debaixo da Minha Pele" (1994).
          Lessing, que foi internada em um colégio de freiras, abandonou a educação formal aos 14 anos e teve vários empregos, ao mesmo tempo em que começou a experimentar na literatura.
          Após trabalhar como telefonista em Salisbury (atual Harare), em 1939, com 19 anos se casou com o funcionário Frank Charles Wisdom, com quem teve um filho, John, e uma filha, Jean, e de quem se divorciou em 1943.
          Dois anos depois se casou com Gottfried Lessing, uma exilado judeu-alemão a quem tinha conhecido em um grupo literário marxista, e com quem teve outro filho, Peter.
          Após divorciar-se de Lessing, em 1949 a escritora se transferiu ao Reino Unido com o filho mais novo, deixando na África do Sul os outros dois ao concluir, segundo explicou anos depois, que não queria desperdiçar seu intelecto no trabalho de ser mãe.
          Lessing militou no Partido Comunista britânico entre 1952 e 1956 e participou de campanhas contra as armas nucleares. Sua crítica ao regime sul-africano lhe custou o veto de sua entrada ao país entre 1956 e 1995, e também a Rodésia em 1956.
          Uma das escritoras mais influentes do século 20, ela era ícone de marxistas, anticolonialistas, militantes anti-apartheid e feministas.
          Grande parte de sua obra narrativa e poética está baseada em sua própria experiência na África e na Inglaterra, com personagens femininos sensíveis e perceptivos que se adentram em questões existenciais e exploram as contradições.
          Além da crítica social de seus primeiros textos, considerados comunistas, a escritora também se dedicou à ficção científica com sua série "Canopus em Argos", realizada entre 1979 e 1983 e inspirada no sufismo.
          Outros livros são "A Terrorista" (1985), "O Quinto Filho" (1988) e os que escreveu sob o pseudônimo de Jane Somers, como "O Diário de uma Boa Vizinha" (1983), a fim de demonstrar as dificuldades para publicar que enfrentavam os escritores novatos.
          Apesar de ter rejeitado ser porta-voz do feminismo da época, que considerava um simplificação da relação entre homens e mulheres, sua obra mais famosa, "O Carnê Dourado", de marcado tom autobiográfico, se transformou em um clássico da literatura feminista por seu estilo experimental e sua análise da psique feminina.
          Lessing, que em 1999 rejeitou o título de Dama do Império Britânico concedido pela rainha Elizabeth 2ª, porque "já não há nenhum império", embora tenha aceitado outro título menor, trabalhou até o final de sua vida escrevendo artigos, romances, relatos e poesia.
          13 MULHERES DESDE 1901
          Desde sua criação, em 1901, 106 prêmios Nobel de Literatura foram entregues, apenas 13 para mulheres.
          Veja a lista das vencedoras:
          2013 - Alice Munro (Canadá)
          2009 - Herta Müller (Alemanha)
          2007 - Doris Lessing (Grã-Bretanha)
          2004 - Elfriede Jelinek (Áustria)
          1996 - Wislawa Szymborska (Polônia)
          1993 - Toni Morrison (EUA)
          1991 - Nadine Gordimer (África do Sul)
          1966 - Nelly Sachs (Suécia)
          1945 - Gabriela Mistral (Chile)
          1938 - Pearl Buck (EUA)
          1928 - Sigrid Undset (Noruega)
          1926 - Grazia Deledda (Itália)
          1909 - Selma Lagerlöf (Suécia)
          Vencedores do Nobel de Literatura no século 21
          2013: Alice Munro (Canadá)
          2012: Mo Yan (China)
          2011: Tomas Tranströmer (Suécia)
          2010: Vargas Llosa (Peru)
          2009: Herta Müller (Romênia-Alemanha)
          2008: J.M. Le Clézio (França-Ilhas Maurício)
          2007: Doris Lessing (Pérsia-Reino Unido)
          2006: Orhan Pamuk (Turquia)
          2005: Harold Pinter (Inglaterra)
          2004: Elfriede Jelinek (Áustria)
          2003: J.M. Coetzee (África do Sul)
          2002: Imre Kertész (Hungria)
          2001: V.S. Naipaul (Trinidad e Tobago-Reino Unido)
          Com EFE e FRANCE PRESSE

          Mônica Bergamo

          folha de são paulo

          Após escândalo, entidades querem mudanças no recolhimento do ISS em SP

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          Após o estouro da máfia dos fiscais, entidades como Secovi (Sindicato da Habitação de SP) e SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado) se apressaram em sugerir mudanças de procedimentos à Prefeitura de São Paulo no recolhimento do ISS, que levou para a cadeia até agora funcionários corruptos, mas nenhum dos corruptores.
          NA ONDA 2
          A APeMEC (Associação de Pequenas e Médias Empresas de Construção Civil do Estado de São Paulo) também encaminhou proposta ao prefeito Fernando Haddad, sugerindo que a cobrança passe a ser informatizada. "A maneira como se recolhe o imposto na capital abre brechas para a roubalheira", afirma Luiz Alberto Costa, presidente da entidade, que representa 270 empresas do setor.
          NA ONDA 3
          O presidente da APeMEC diz que a ideia de informatização foi bem-aceita. "Haddad respondeu de imediato e enviou para estudo", afirma. Só que a sugestão não é inédita. A própria Secretaria de Finanças já anunciou para este ano novo sistema de tecnologia para automatizar o processo de obtenção do Certificado de Quitação do ISS.
          PODER DE MENOS
          Fernando Henrique Cardoso diz que sempre ficou surpreso com o poder que as pessoas atribuíam a ele na Presidência da República. Em entrevista para o livro "O Fim do Poder", do venezuelano Moisés Naim, o brasileiro declarou: "Mesmo pessoas bem informadas, com preparo político, me pediam coisas que demonstravam o quanto me atribuíam muito mais poder do que eu tinha na verdade".
          PODER DE MENOS 2
          Ao analista político, FHC afirmou ainda que "a distância entre nosso real poder e o que as pessoas esperam de nós é o que gera as pressões mais difíceis que qualquer chefe de Estado tem que suportar". A editora LeYa lança o livro neste mês no Brasil.
          DNA
          Neto de João Goulart (1919-1976) e herdeiro de duas fazendas que pertenceram ao ex-presidente em São Borja (RS), Rui Noé Goulart, 55, diz acreditar que o avô foi assassinado. "Acho difícil encontrarem algum vestígio tanto tempo depois, mas sou a favor dos exames", afirma sobre a exumação do corpo de Jango. Rui é filho de Noé Monteiro da Silveira, reconhecido oficialmente pelo político nos anos 1980.
          ELES TAMBÉM
          Imigrantes que vivem em São Paulo poderão pela primeira vez fazer parte do grupo de cidadãos que ajuda a prefeitura a planejar e fiscalizar gastos e ações. Das 32 subprefeituras, 21 (as que têm mais de 0,5% de estrangeiros) terão representante no Conselho Participativo Municipal. A eleição dos quase 1.200 membros será no mês que vem.
          ABRINDO ENVELOPE
          Cauã Reymond vai apresentar um dos prêmios do Emmy Internacional, no próximo dia 25, em Nova York. O ator irá representar a Globo na festa de gala da premiação e pode sair com um dos troféus por "Avenida Brasil", na categoria telenovela, uma das cinco indicações da emissora. Fernanda Montenegro concorre a melhor atriz pelo especial "Doce de Mãe".
          O HAITI NÃO É AQUI
          Luciano Huck embarcou ontem para o Haiti. "Vou atrás de boas histórias entre os soldados brasileiros que estão em missão de paz em Porto Príncipe", diz o apresentador sobre a viagem que levou um ano sendo planejada. O resultado vai virar conteúdo para o "Caldeirão do Huck".
          PRA LÁ DE CABUL
          A rapper afegã Paradise Sorouri chega amanhã ao Brasil para participar da Flupp (Festa Literária das Unidades de Polícia Pacificadora), que começa nesta sexta, em Vigário Geral. Ela precisou ir até Nova Déli, na Índia, para tirar o visto brasileiro. Fará o show de encerramento do evento, cantando canções que falam da guerra e da violência contra a mulher em seu país.
          CONTOS DE NOVA YORK
          A atriz Anita Petry entrou na disputa entre os gigantes americanos Netflix e Amazon pelo mercado de produção de séries. A brasileira, que estuda e trabalha em Nova York, participa de alguns episódios da comédia "Alpha House", uma das produções originais da Amazon que serão transmitidas pelo seu Instant Prime Video, plataforma de vídeo sob demanda, em que o espectador escolhe o que quer assistir.
          *
          Criada pelo premiado cartunista Garry Trudeau e estrelada por John Goodman, a comédia é a aposta da Amazon para competir com o Netflix, que anunciou neste ano a produção de sua primeira série.
          *
          Anita foi à festa de apresentação de "Alpha House" na semana passada na Neue Galerie, em Nova York. Para a atriz, foi o mestrado na Universidade de Columbia que a projetou agora para o roteiro da Amazon.
          CONEXÃO BELÉM
          As cantoras paraenses Camila Honda, Natália Matos e Sammliz subiram ao palco em São Paulo, no festival Terruá Pará, sob a direção de Carlos Eduardo Miranda e Cyz Zamorano. A atriz Maria Helena Chira e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) assistiram aos shows no Teatro das Artes.

          Segundo dia do Terruá Pará

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          Bruno Poletti/Folhapress
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          A cantora Camila Honda foi uma das atrações do segundo dia do festival Terruá Pará, quarta (13) e quinta (14), no Teatro das Artes, no shopping Eldorado
          BEM ESTAR NO CARDÁPIO
          Fernanda Vidigal ofereceu em sua casa, no Morumbi, um almoço em torno da nutróloga Mariela Silveira, diretora do centro médico e spa Kurotel, que fica em Gramado (RS). A publicitária Titina Bilton e a blogueira Tatiana Pilão também foram recebidas pela anfitriã.

          Almoço em homenagem a médica

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          Waldemir Filetti
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          Fernanda Vidigal recebeu em sua casa um grupo de mulheres para almoço em torno da Dra. Mariela Silveira, médica diretora do Kurotel – Centro Médico de Longevidade e Spa
          CURTO-CIRCUITO
          Sebastian, garoto-propaganda da C&A por 20 anos, volta a participar de anúncios da rede de lojas. A campanha de Natal entra no ar hoje à noite.
          O filósofo italiano Antonio Negri fala hoje na abertura do seminário Como Construir o Comum: as Revoltas Globais nas Redes e nas Ruas, na Fecap.
          No Masp, leitura da peça "As Histórias que Elas Contam", de Célia Regina Forte, hoje, às 19h30. Walderez de Barros e Clarisse Abujamra participam.
          com ELIANE TRINDADE, JOELMIR TAVARES, ANA KREPP e MARCELA PAES; colaborou JOANA CUNHA de Nova York
          Mônica Bergamo
          Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária publicada na página 2 da versão impressa de "Ilustrada". Traz informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.