terça-feira, 8 de outubro de 2013

Festival leva deficientes às telas e à plateia

Assim Vivemos chega à 6ª edição e exibe filmes de 17 países que destacam protagonismo de portadores de deficiência
Programação tem audiodescrição para cegos, legendas para surdos e acessos com adaptações
MARCELO ALMEIDADE SÃO PAULOO festival "Assim Vivemos" completa dez anos como o maior festival do país com temática ligada à deficiência.
Além de usarem como tema a deficiência, os 28 filmes de 17 países da programação terão acesso para cadeirantes e recursos para pessoas com deficiência visual (com audiodescrição e catálogos em braille) e auditiva (com legendas e interpretação em libras nos debates).
Dentre os destaques está "As Sessões", sobre personagem real que ficou tetraplégico. O filme rendeu a Helen Hunt uma indicação ao Oscar.
Segundo Lara Pozzobon, uma das fundadoras e curadoras, a ideia do evento surgiu após ela participar de um festival temático sobre deficiência em Munique, em 2001.
"Fiquei maravilhada com o nível de qualidade dos filmes e achei que deveria haver iniciativa semelhante por aqui", afirma.
EXIGÊNCIA
Pozzobon conta que, quando o festival teve início, em 2003, o conceito de audiodescrição mal existia no país. "Os deficientes auditivos tinham que levar alguém que ficava cochichando o tempo todo."
Segundo a curadora, o protagonismo dos deficientes é a principal exigência feita para a seleção. "Priorizamos obras em que as próprias pessoas com deficiência contam suas vidas."
A consultora Jucilene Braga, 32, que é deficiente visual, diz que costuma recorrer a eventos do tipo para ter acesso completo a filmes e peças de teatro.
Para ela, as duas horas por dia de programação com audiodescrição na TV aberta são pouco. "Em duas horas, dentre as 24 do dia, eu vou ver só a Tela Quente'. É bastante limitante", afima.

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