sexta-feira, 22 de novembro de 2013

De olho no Oscar, 'O Som ao Redor' é exibido nos EUA

folha de são paulo

FERNANDA EZABELLA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

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Kleber Mendonça Filho achou que tinha na mão um filme "extremamente local" e que seria "difícil de ser decifrado por estrangeiros". Não poderia estar mais enganado. "O Som ao Redor" está há quase dois anos rodando festivais mundo afora e colecionando prêmios.
A última parada é Los Angeles, aonde o diretor chegou nesta semana para divulgar seu trabalho, de olho nas cinco vagas do Oscar de filme estrangeiro.
O longa sobre a classe média da capital pernambucana teve exibição gratuita anteontem, organizada pelo site "Deadline.com".

"O Som ao Redor"

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Cinemascópio/Divulgação
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Cena do filme "O Som ao Redor", dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho Leia mais
"O filme tem que ser forte o suficiente para poder perder 15% da sua magia. Se for uma obra bem boa, entendemos ao menos 85%", respondeu Mendonça Filho ao ser questionado, no final da sessão, se o público estrangeiro deixava de entender muitas referências locais.
Cerca de 30 pessoas participaram do evento, como o publicitário americano Kevin Sandavol, 42. "Gostei bastante. Tenho sangue hispânico e me identifiquei com as histórias das famílias, da interação das comunidades", disse Sandavol na saída do cinema. "Recife é uma cidade bem específica, achei legal ver os bairros, as casas."
"O Som ao Redor" concorre com mais de 70 filmes pelas indicações ao Oscar, a serem anunciadas em 16/01.
Mendonça Filho, que deu 15 entrevistas à mídia internacional em dois dias na cidade, disse à Folha que já pensa em seus próximos trabalhos, um deles no exterior.
Ele deve dirigir um roteiro que Mark Peploe escreveu nos anos 1970 baseado em história de Michelangelo Antonioni (1912-2007).
Peploe, corroteirista de "Profissão: Repórter" (1975) e ganhador do Oscar por "O Último Imperador" (1987), convidou o brasileiro para dirigir "The Crew" ao conhecê-lo e ver seu longa no Festival de Locarno em 2012.
"É um drama que vira thriller, falado em inglês, algo meio Polanski dos anos 60", disse Mendonça Filho à reportagem. "Mark pediu para eu ler o roteiro, e agora estamos arregimentando interesses."

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