É sob o impacto de más notícias que se inicia hoje, em Varsóvia, a fase decisiva de mais uma reunião sobre a mudança do clima global --a COP-19, ou 19ª conferência dos países signatários da Convenção do Clima da ONU (1992). As delegações ganham o reforço de ministros de Estado, mas é improvável que eles consigam desatar os muitos nós que travam a negociação.
As tratativas para diminuir a produção de gases do efeito estufa vêm em crise pelo menos desde o fracasso da conferência de Copenhague (2009). Um acordo parece agora mais distante do que nunca, com o anúncio de que Japão e Austrália recuaram de compromissos anteriormente assumidos de cortar suas emissões de carbono.
A recente crise econômico-financeira sem dúvida contribuiu para tirar prioridade da questão climática no cenário mundial. No caso específico do Japão, somou-se a ela o recuo na geração de eletricidade de fonte nuclear, após o desastre de Fukushima em 2011.
A outra má notícia partiu do Brasil. Com o repique de 28% na área desmatada na Amazônia, em relação aos 12 meses anteriores, o país vê enfraquecer-se seu maior trunfo nos encontros sobre o clima.
De 2004 a 2012, a taxa de desmatamento havia caído 84%. O bastante para tirar da floresta a condição de maior contribuidor brasileiro para o aquecimento global e tornar plausível a meta de reduzir entre 36% e 39% as emissões do país até 2020. A queda drástica do desmatamento mais que compensava o aumento de gases do efeito estufa por outros setores nacionais, como energia (21,4%, de 2005 a 2010) e indústria (5,3%).
Embora os 5.843 km² desmatados entre agosto de 2012 e julho de 2013 suscitem preocupação, estão longe dos recordes de 2004 (27,7 mil km²) e 1995 (29 mil km²). De todo modo, a reversão de sinal na tendência deixa o Brasil em condição menos favorável na negociação.
É pena, porque o país tem uma boa proposta a defender: que um futuro acordo do clima leve em conta a "responsabilidade histórica" de cada nação sobre o aquecimento global. Vale dizer, que países desenvolvidos, os grandes poluidores do passado, contribuam mais e proporcionalmente para combater a mudança do clima.
Verdade que a China já se tornou o maior emissor de carbono do planeta, tendo ultrapassado os EUA. Não se conseguirá conter o aumento da poluição sem compromissos do país asiático e de outros emergentes, como Índia e Brasil, mas é uma questão de equidade que as nações ricas contribuam mais no pagamento dessa conta.
As tratativas para diminuir a produção de gases do efeito estufa vêm em crise pelo menos desde o fracasso da conferência de Copenhague (2009). Um acordo parece agora mais distante do que nunca, com o anúncio de que Japão e Austrália recuaram de compromissos anteriormente assumidos de cortar suas emissões de carbono.
A recente crise econômico-financeira sem dúvida contribuiu para tirar prioridade da questão climática no cenário mundial. No caso específico do Japão, somou-se a ela o recuo na geração de eletricidade de fonte nuclear, após o desastre de Fukushima em 2011.
A outra má notícia partiu do Brasil. Com o repique de 28% na área desmatada na Amazônia, em relação aos 12 meses anteriores, o país vê enfraquecer-se seu maior trunfo nos encontros sobre o clima.
De 2004 a 2012, a taxa de desmatamento havia caído 84%. O bastante para tirar da floresta a condição de maior contribuidor brasileiro para o aquecimento global e tornar plausível a meta de reduzir entre 36% e 39% as emissões do país até 2020. A queda drástica do desmatamento mais que compensava o aumento de gases do efeito estufa por outros setores nacionais, como energia (21,4%, de 2005 a 2010) e indústria (5,3%).
Embora os 5.843 km² desmatados entre agosto de 2012 e julho de 2013 suscitem preocupação, estão longe dos recordes de 2004 (27,7 mil km²) e 1995 (29 mil km²). De todo modo, a reversão de sinal na tendência deixa o Brasil em condição menos favorável na negociação.
É pena, porque o país tem uma boa proposta a defender: que um futuro acordo do clima leve em conta a "responsabilidade histórica" de cada nação sobre o aquecimento global. Vale dizer, que países desenvolvidos, os grandes poluidores do passado, contribuam mais e proporcionalmente para combater a mudança do clima.
Verdade que a China já se tornou o maior emissor de carbono do planeta, tendo ultrapassado os EUA. Não se conseguirá conter o aumento da poluição sem compromissos do país asiático e de outros emergentes, como Índia e Brasil, mas é uma questão de equidade que as nações ricas contribuam mais no pagamento dessa conta.
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