quinta-feira, 7 de novembro de 2013

À luz de um penteado - Claudia Antunes

 

À luz de um penteado

Dante de Blasio e o black power mais falado dos últimos quarenta anos
por CLAUDIA ANTUNES

Desde a pantera negra Angela Davis, na virada dos anos 60 para os 70, não se falava tanto num penteado black power nos Estados Unidos. Tudo por obra de Dante de Blasio, que segundo nove entre dez comentaristas políticos americanos deu um empurrão decisivo na candidatura de seu pai, Bill de Blasio, à Prefeitura de Nova York.
Um rapagão alto e articulado de 16 anos, Dante ostenta um “afro estupendo”, na definição agora célebre do jornal nova-iorquino Daily News (os americanos chamam o corte de afro ou, carinhosamente,’fro). O jovem já tinha chamado a atenção quando discursou ao lado do pai, em janeiro. Mas sedimentou sua fama em apenas trinta segundos, como protagonista de um vídeo lançado em agosto, na reta final das eleições primárias que consagraram De Blasio, o ouvidor público de Nova York (um cargo eletivo), como o candidato do Partido Democrata.
Com sua voz de barítono, Dante afirmava que Bill de Blasio era o único democrata “com peito para romper com a era Bloomberg” – o prefeito há quase doze anos e ex-republicano Michael Bloomberg, dono da agência de informações financeiras que leva seu nome. Entre promessas de mais verbas para a educação e para casas populares, o rapaz anunciava que o candidato acabaria com a prática da polícia nova-iorquina de revistar maciçamente pessoas consideradas suspeitas; prática, dizia o jovem, “que visa injustamente gente de cor” (só 10% dos revistados são brancos, que somam 33% da população da cidade, segundo os critérios do Censo oficial).
“Bill de Blasio será o prefeito de todos os nova-iorquinos, não importa onde vivam ou que aparência tenham”, afirmava Dante no comercial. O pulo do gato vinha na última frase, editada sobre a imagem do garoto caminhando ao lado do candidato na rua em que moram no Brooklyn: “E eu diria isso mesmo que ele não fosse meu pai.”
O carisma de Dante foi fundamental para a eficácia da propaganda, que procurava enfatizar a coerência entre a vida pessoal e a mensagem política de De Blasio. Descendente de italianos e alemães, o democrata é casado com uma escritora negra, Chirlane McCray, com antepassados no Caribe e em Gana. Famílias inter-raciais como a deles correspondem a apenas um em cada dez casais americanos, embora seu número venha crescendo.
O vídeo foi ideia do marqueteiro John del Cecato, sócio de David Axelrod, responsável pela campanha que elegeu Barack Obama em 2008. Surgiram críticas de que De Blasio estava explorando o filho para ganhar o voto dos 25% de moradores da cidade que são negros (outros 29% são de origem hispânica). Elas foram, entretanto, eclipsadas pela espontaneidade de Dante. Ele declarou que pretende seguir carreira política, e disse ao site DNAinfo.com que gosta quando elogiam seu penteado e querem tirar fotos a seu lado. “Para ser sincero, o cabelo é meu e fico feliz de exibi-lo.”
O coro de admiração foi engrossado por Obama. O presidente lembrou que teve um corte parecido lá pelos idos de 1978. “Mas tenho que admitir que o meu afro nunca foi tão bom assim. O meu era um pouco torto.” Por coincidência, a ultracomportada apresentadora Oprah Winfreyestrelou a capa da edição de setembro de sua revista com um gigantesco black.
O adolescente contou que cultiva o penteado desde criança. Inspirou-se no personagem Huey Freeman, do desenho animado The Boondocks, uma sátira das relações raciais nos Estados Unidos. “Eu só estava trazendo de volta um estilo que significou muito. Um monte de gente mais velha gosta de contar como usava o cabelo afro nos anos 60 e 70”, disse.
black power perdeu a aura revolucionária daquela época. Virou retrô, mas ainda é visto com preconceito, inclusive, ou principalmente, no Brasil. Em janeiro, soube-se que o blog de uma maternidade paulistana dava dicas a mães que queriam alisar os cabelos das filhas para deixá-las “mais bonitas”; recentemente, causou controvérsia nas redes sociais a notícia de que o órfão adotado por um casal gay na novela das nove da TV Globo, Amor à Vida, teria o seu black power cortado.
O corte clássico de Dante, perfeitamente arredondado, dá trabalho. Ele disse que afofa o cabelo todo dia e o apara uma vez por mês. No salão carioca Gente Bonita, explica-se que é usado um garfo – um pente de cabo curto e dentes grossos – para soltar a raiz e armar os fios. O nome do salão vem do lema Black is beautiful, cria da luta pelos direitos civis dos negros americanos, que, entre muitas outras coisas, inspirou quem tem cabelo crespo a resistir ao alisamento. “A gente não quer viver escovada, quer viver enrolada”, declarou a cabeleireira Michele Souza.
Michele, dona de um black power considerável, disse que a sofisticação dos cosméticos e dos apliques cacheados – naturais ou sintéticos – abriu novas possibilidades de penteados. Entre eles as trancinhas inspiradas em tradições africanas, que podem ser do tipo nagô, entrelaçadas seguindo o couro cabeludo, ou rastafári, soltas. Na família De Blasio, Chirlane usa tranças, enquanto a filha Chiara, de 18 anos, ostenta um afro mais curto do que o do irmão, com “molinhas” nas pontas.
 
m outubro, as pesquisas colocavam Bill de Blasio mais de quarenta pontos à frente do principal rival, o republicano Joseph Lhota. Se elas se confirmarem neste início de novembro, o democrata será o primeiro prefeito nova-iorquino a ter um filho em escola pública. Para completar o vanguardismo da família, Chirlane foi militante de um grupo de feministas negras lésbicas antes de conhecer o marido. Na época, 1991, os dois trabalhavam para o prefeito David Dinkins.
Para uma cidade que tem prefeitos conservadores há vinte anos, o voto em De Blasio representa uma mudança e tanto. Visto dos Estados Unidos do Tea Party, ele seria considerado de extrema-esquerda: defende imigrantes sem documentos e aumento dos impostos dos ricos. Na caça às bruxas da Guerra Fria, o pai e a mãe do democrata chegaram a ser injustamente investigados por supostas atividades comunistas. Bill de Blasio, que estudou política latino-americana na Universidade Columbia, militou na juventude em favor da Revolução Sandinista na Nicarágua.
Uma enquete do New York Times mostrou que os nova-iorquinos nem apoiavam todo o programa de De Blasio. Quase metade, aliás, era favorável à estratégia de revistas da polícia, conhecida como stop-and-frisk (a prática foi condenada pela Justiça dias depois do anúncio com Dante, e Bloomberg está apelando). No entanto, a maioria achava que o democrata entendia melhor suas necessidades e problemas, isto é, ele parecia alcançar o nirvana dos políticos, que é serem a projeção das expectativas do eleitor.
 Dante, que acompanhou o pai no corpo a corpo da campanha, foi seu sócio na construção dessa reputação. Num vídeo gravado na rua em setembro, uma eleitora, brincando, elogiou não o corte de Dante, mas o de Bill de Blasio – um curtinho discretamente arrepiado. “Um elogio ao meu cabelo? Nem consigo me lembrar da última vez que isso aconteceu”, respondeu o candidato, puxando o filho para seu lado. “Eu tenho vivido à sombra de um penteado.” 

Time de super-heróis da Marvel incluirá garota muçulmana a partir de fevereiro

folha de são paulo
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A Marvel Comics lançará em fevereiro uma série de quadrinhos cuja protagonista é uma garota muçulmana.
Kamala Khan, a personagem, será uma adolescente que vive em Jersey City (EUA) com a família paquistanesa.
A editora da Marvel Sana Amanat disse ao jornal "The New York Times" que a ideia da personagem surgiu quando ela contava aos colegas histórias da sua infância em uma família islâmica nos EUA.
O projeto obteve a adesão da roteirista G. Willow Wilson, convertida ao islamismo.
Associated Press
Ilustração mostra a família de Kamala Khan (2ª da esq. para a dir.), garota muçulmana que vai ser a nova Miss Marvel
Ilustração mostra a família de Kamala Khan (2ª da esq. para a dir.), garota muçulmana que vai ser a nova Miss Marvel
Segundo a roteirista, quando Kamala descobrir seus superpoderes, como a capacidade de mudar de forma, adotará a identidade secreta de Miss Marvel --sucedendo a outra personagem, Carol Danvers, que passou a combater vilões como Capitã Marvel.
Kamala ainda terá de lidar com sua família: o irmão conservador, a mãe que teme uma gravidez e o pai que quer que ela se concentre nos estudos.
"Acho importante mostrar Kamala como alguém em conflito com sua fé", afirma Wilson. Amanat diz esperar algumas reações negativas, "não só de antimuçulmanos, mas de muçulmanos que gostariam que a personagem fosse retratada de outro modo".

Clovis Rossi

folha de são paulo
Dilma, seu palco é Davos
Para acalmar os mercados, o ideal é apresentar-se no congresso em que eles se concentram em massa
Cara presidente, ouso sugerir que assuma você mesma a defesa da política fiscal, em vez de delegar a seus ministros. E faça-o no mais luminoso dos palcos para atingir os agentes de mercado, que é o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, aquela reunião de todo janeiro em Davos, aos pés da "montanha mágica" do livro de Thomas Mann.
Lá, você encontrará todo o mundo que conta no empresariado global, da economia real à "pátria financeira", da Toyota à JP Morgan, da Coca-Cola ao Citigroup, do Itaú à Petrobras. É, portanto, o público ideal para transmitir uma mensagem tranquilizadora.
Não ouça os pragmáticos que dirão que falar não basta, é preciso também fazer. Eles até têm razão em parte. Mas falar é igualmente importante. Cito um exemplo definitivo: Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu, pôs fim à especulação contra o euro com uma simples frase, a de que faria o diabo para assegurar a sobrevivência da moeda europeia, então sob desconfiança ainda mais forte do que a que hoje cerca o real.
A partir de seu pronunciamento, sem que ele tivesse que utilizar qualquer outra arma de seu arsenal, o euro foi se estabilizando e, hoje, ninguém mais fala em seu colapso.
Pergunte ao seu conselheiro favorito, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre Davos. Ele se encantou quando lá esteve, apenas 20 dias depois de assumir a Presidência.
Encantou-se e encantou, por mais que a desconfiança à época fosse tão brava que os juros tiveram que ser elevados para inacreditáveis 26,5% (estavam em 25% quando ele assumiu, lembra-se?) para evitar que a inflação chegasse aos dois dígitos e, a partir daí, ficasse incontrolável.
Claro que não foi só a presença de Lula em Davos que fez acalmar os mercados. Mas que ajuda, ajuda. Empresário, como você já sabe bem, adora proximidade com governantes. Nem precisa ser um governante no qual eles tenham votado. Basta que lhes dê atenção, ainda que protocolar.
Exemplo: Luiz Fernando Furlan votou em José Serra em 2002, mas, como ministro de Lula, adorava andar com ele para cima e para baixo, inclusive em Davos.
George Soros, o megainvestidor (ou especulador, você escolhe), também gostou de Lula, apesar de, meses antes, ter me dito que ou o Brasil votava Serra ou seria o caos.
Antecipo o que você encontraria em Davos: uma sessão só para você, apresentada por Klaus Schwab, o inventor do Fórum Econômico Mundial, que lhe fará uma apresentação tão elogiosa que nem seu marqueteiro conseguirá igualar.
Você faz o que eles chamam por lá de "keynote speech" (falação livre, em português de botequim), seguem-se perguntas que mais levantam a bola do que incomodam e termina tudo com aplausos.
Ah, nem precisa se preocupar em rechear sua fala com estatísticas, embora as tenha até de memória. Basta pedir ao João Santana, seu marqueteiro, para produzir, à la Mario Draghi, uma frase de efeito sobre a sacralidade de manter um superávit fiscal suficiente para não levar a aumento da relação dívida/PIB. Pronto. Aplausos.
crossi@uol.com.br

    Paula Cesarino Costa

    folha de são paulo
    Candidatos-celebridade
    RIO DE JANEIRO - Bernardinho! Romário! Marcos Palmeira! Gilberto Gil!
    Poderia ser o coro de tietes histéricas, mas são nomes que surgem nos bastidores de partidos aflitos em busca de candidatos que possam ganhar os votos das multidões que foram às ruas em junho. Se gritavam contra tudo, especialmente contra a política e os políticos, alguém novo pode arrebatar o voto dos insatisfeitos.
    Parte do cenário da campanha à sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB) parece definida. Seu vice Pezão, o senador petista Lindbergh Farias e o deputado federal Anthony Garotinho (PR) serão candidatos faça sol ou chuva. Ameaçam entrar no jogo o ministro Marcelo Crivella (PRB), o vereador Cesar Maia (DEM) e o deputado federal Miro Teixeira (Pros). Mas há espaço a ser ocupado.
    Tudo aponta para uma disputa equilibrada e que permitirá até o limite (junho de 2014, com as convenções) a entrada de nomes novos.
    Quem, em 2008, deu 26% dos votos a Fernando Gabeira no primeiro turno e quase o elegeu no segundo (49%) e quem deu 28% dos votos a Marcelo Freixo em 2012 estão sem opções, por enquanto. Este eleitor, que quer algo diferente do que está aí, é essencialmente da capital. Somado ao resto da região metropolitana, concentra mais de 70% do eleitorado.
    Os tucanos tentam sair da insignificância. Na eleição estadual de 2010, o PSDB nem teve candidato (foi vice de Gabeira); em 2006, o então tucano Eduardo Paes terminou em quinto, com 5,3% dos votos. O Rio é palanque fundamental para a estratégia presidencial de Aécio Neves. Sonham em confirmar Bernardinho, o técnico de vôlei, como seu redentor.
    Gil, que em 2010 recusou disputar cargos pelo PV, é cogitado para atuar como linha auxiliar de Eduardo Campos e Marina Silva (PSB) e como opção a Romário, que resiste, e ao ator Marcos Palmeira, também sondado.
    Se o Rio é a Hollywood brasileira, pode eleger seu Schwarzenegger.

      Kenneth Maxwell

      folha de são paulo
      Guy Fawkes
      Os ingleses têm algumas tradições muito curiosas. Uma das mais duradouras é a Noite de Guy Fawkes.
      A cada 5 de novembro, imagens de Guy Fawkes são queimadas em fogueiras em todo o país. Fogos de artifício são disparados para celebrar o fracasso da "conspiração da pólvora", que, em 5 de novembro de 1605, tentou explo- diu a Câmara dos Lordes, onde o rei James 1º deveria participar da sessão de abertura do Parlamento.
      Guy Fawkes foi encontrado com 36 barris de pólvora na cripta sob o plenário da Câmara dos Lordes. Caso a explosão tivesse acontecido como planejada, o rei James e muitos parlamentares teriam certamente sido mortos, e o edifício, demolido pela detonação. Ao menos era esta a alegação e a intenção do complô de Guy Fawkes, e é este o evento celebrado a cada 5 de novembro.
      "Remember, remember, the Fifth of November" se tornou uma expressão popular. As fogueiras, entretanto, foram originalmente resultado de um ato parlamentar aprovado 400 anos atrás para que as pessoas recordassem a "pólvora e traição", e para criar um dia de ação de graças pelo "afortunado escape de James 1º dos malévolos conspiradores católicos".
      O complô da pólvora também ficou conhecido como "traição dos jesuítas", já que o objetivo era restaurar sobre a Inglaterra a autoridade papal que Henrique 8º, o pai da rainha Elizabeth 1ª, havia repudiado devido ao seu desejo de se casar com Ana Bolena, a mãe de Elizabeth.
      Guy Fawkes foi contratado para realizar o atentado, e assumiu o nome de "John Johnson" para se tornar zelador do Parlamento. Quando de sua detenção, ele supostamente teria bradado o seguinte: "Minha explosão lançará todos vocês, mendigos escoceses, de volta às suas montanhas natais".
      O rei James 1º era o rei James 6º da Escócia, que sucedeu a "rainha virgem", Elizabeth 1ª. James era filho da rainha Mary da Escócia, executada por ordem de Elizabeth.
      Alguns historiadores alegam que o complô foi obra de sir Robert Cecil, principal ministro do rei James, que odiava os católicos. Guy Fawkes foi torturado por 72 ho- ras. Em lugar de ser enforca-do e esquartejado, como previa a sentença, ele se jogou do cadafalso e morreu ao quebrar o pescoço.
      O grupo de protesto Anonymous usa máscaras de Guy Fawkes em seus protestos contra governos e o siste- ma, em todo o mundo: rostos brancos estilizados, com um largo bigode de pontas re- torcidas para cima, acompanhado por uma estreita bar- ba vertical. Isso inclui, é cla- ro, o Brasil.

      'Menino do lixo' e 'rei do camarote' são as faces da desigualdade

      folha de são paulo
      O camarote é um lixo - Uirá Machado
      SÃO PAULO - Alexander de Almeida, 39, é um personagem sem noção. Gasta até R$ 50 mil em baladas paulistanas, considera obrigatório usar roupas de grife e gosta de tomar vodca, mas pede champanhe por uma questão de status.
      Tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais graças a uma reportagem da revista "Veja São Paulo", mas, sobretudo, pelo vídeo em que aparece como o "rei do camarote". Assustou-se com a notoriedade adquirida, encerrou contas na internet, comprou logo dois carros blindados e, esquecendo-se de que quem não deve não teme, diz ter ficado com medo da Receita Federal.
      Paulo Henrique, 9, é uma criança sem recursos. Vive em um barraco "um pouco apertado" --num único ambiente, uma cama de casal e dois colchões de solteiro abrigam o sono de oito pessoas. Sua mãe, faxineira, recebe R$ 200 por mês.
      Tornou-se conhecido graças a uma fotografia do "Jornal do Commercio", reproduzida pela Folha, na qual seu corpo desaparece na água imunda de um canal do Recife. Em meio ao esgoto, o garoto catava latas para ajudar a família com no máximo R$ 10 por dia. Quando crescer, quer ser policial, "para pegar bandido". Sua história teve pouca repercussão nas redes sociais.
      No Brasil desigual, Alexander é tão caricato que poderia ser fictício; mas, se fosse invenção, não soaria implausível e poderia ser real. O rei do camarote, no fundo, é uma metáfora de certa elite brasileira. Seus hábitos são extravagantes, suas preocupações são burlescas. O país seria melhor sem pessoas nessa condição?
      Paulo Henrique representa outro tipo social. Apesar de sua miséria grotesca, a ninguém ocorre que seja ficção; dá-se de barato sua existência verdadeira. O menino do lixo escancara uma pobreza que ainda campeia Brasil afora, violenta, rotineira. O país certamente seria melhor sem pessoas nessa condição.
      Qual deles merecerá suas retuitadas, compartilhadas e curtidas hoje?

        Hebe vai ganhar filme, documentário e minissérie - Keila Jimenez

        folha de são paulo
        TELEVISÃO/OUTRO CANAL
        Hebe vai ganhar filme, documentário e minissérie
        Exposição, livro, filme, minissérie e documentário. Assim Hebe Camargo será homenageada a partir de 2014. O cineasta Cacá Diegues acaba de assinar um contrato para dirigir as três obras audiovisuais que pretendem contar a história da apresentadora, morta em setembro de 2012.
        O primeiro a sair do forno será o filme. Com produção da Luz Mágica, produtora de Cacá, o longa-metragem começará a ser rodado no início de 2014.
        Parte do casting será definido ainda neste ano. Atrizes como Mariana Ximenes e Adriana Esteves estão cotadas para viver a protagonista.
        "Ainda não temos nomes fechados, mas serão muitas atrizes, pois as obras trarão Hebe em várias fases da vida", fala o sobrinho e empresário da apresentadora, Cláudio Pessuti. "Até o final do mês fecharemos o time de roteiristas".
        Tanto o filme como a minissérie devem contar a biografia da loira por meio de personagens. Já o documentário trará depoimentos de personalidades e amigos que conviveram com a apresentadora.
        Os três projetos, que serão lançados em 2015, vão tentar captar recursos e incentivos junto a Agência Nacional do Cinema, a Ancine.
        No início de 2014, será lançado um livro de fotos e haverá uma exposição sobre Hebe.
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        PEQUENOS Leandro Hassum e Marcius Melhem fazem graça ao dublar a animação 'Osmar', de Ale McHaddo, da 44 Toons, que estreia no dia 18 no canal infantil Gloob
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        Calma Sem alarde, sem ameaças de deixar a Globo. Foi nesse clima a renovação de contrato de Aguinaldo Silva, que acaba de reafirmar seu laço com a rede até 2019.
        Calma 2 Além de tornar-se um dos autores mais bem pagos, Silva deve entregar no período pelo menos mais três novelas. Nem ele, nem a Globo comentam o assunto.
        Suspense Tudo indica que o "Pânico" (Band) vai tirar a sua casca do "rei do camarote", personagem da edição mais recente da revista "Veja São Paulo".
        Suspense 2 Agora, se realmente tudo não passar de uma brincadeira do programa e o "rei do camarote" for uma farsa, até a alta cúpula da Band será surpreendida, pois diz que não foi avisada de nada.
        Polícia Atende por "RJ no Ar", de Gustavo Marques, a pedra no sapato da Globo no Rio. Em outubro, o noticiário da Record empatou em primeiro lugar com a líder de audiência.
        Humor A estreia da série "Mom", no dia 8 de outubro, levou o canal pago Warner à liderança de audiência na TV por assinatura entre o público adulto, de 18 a 49 anos.
        Foco O mercado de TV americano está refletindo sobre o poder dos fornecedores de conteúdo em brigas com distribuidores.
        Foco 2 A mais recente envolve a Time Warner Cable, que perdeu assinantes no último trimestre, após uma batalha por taxas com a CBS. O embate resultou em um apagão dos canais da CBS em regiões como Nova York.