Cientista decodifica a linguagem dos bebês
Aconteceu nos EUA na semana passada o encontro dos membros do MIT Media Lab, o laboratório de mídia do Massachusetts Institute of Technology. É um evento anual, em que são apresentadas as pesquisas mais recentes na fronteira entre design, genética, indústria e arte.
Uma das pesquisas mais interessantes foi apresentada por Deb Roy, cientista-chefe do Twitter. Ele instalou 11 câmeras, 14 microfones e uma rede digital dentro da própria casa. O objetivo: monitorar todas as conversas e interações entre ele, sua mulher, assistentes domésticos e o filho, então recém-nascido.
Desse modo, conseguiu entender como, quando e onde o bebê aprendia cada palavra. Por exemplo, a palavra "bola" foi aprendida com 12 meses, enquanto "treinador" só com 20.
As descobertas da pesquisa são ambiciosas. Palavras são aprendidas em função da frequência em que são faladas e da facilidade de pronúncia. Aí vem a parte mais interessante: o contexto também é importante. Se a criança escuta uma palavra quando está interagindo com um objeto, uma pessoa, ou realizando atividade física, isso faz diferença no aprendizado.
A pesquisa tem múltiplos impactos. Quer ampliar o campo semiótico para incluir também o estudo de eventos "não-linguísticos". Tem implicações também para o estudo do consumo de mídia.
O contexto em que uma mídia é consumida faz toda a diferença no seu impacto cognitivo. Se o jornal era antes lido na mesa da sala e agora é lido no ônibus, isso faz toda a diferença. As aplicações futuras terão impacto da pedagogia à publicidade. É mais um passo para decodificar nosso "software" mental. E para ensinar as máquinas a interpretar quem somos.
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JÁ ERA
Games só como diversão
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JÁ É
Jogos que ajudam em seleções de emprego, como o "Balloon Brigade"
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JÁ VEM
Jogos para tratar ataques de pânico, como o Flowygame.com
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Ronaldo Lemos é diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro e do Creative Commons no Brasil. É professor de Propriedade Intelectual da Faculdade de Direito da UERJ e pesquisador do MIT Media Lab. Foi professor visitante da Universidade de Princeton. Mestre em direito por Harvard e doutor em direito pela USP, é autor de livros como "Tecnobrega: o Pará Reiventando o Negócio da Música" (Aeroplano) e "Futuros Possíveis" (Ed. Sulina). Escreve às segundas na versão impressa do "Tec".
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