O estreante de US$ 2 mi
Não é juvenil, erótico nem de fantasia o título que, nos últimos dias, foi comprado pela gigante americana Knopf por quase US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,6 milhões) --bem mais do que a Vintage Books pagou, em 2012, pelos três livros da série "Cinquenta Tons". A obra é "City on Fire", romance de estreia do crítico Garth Risk Hallberg, 34. Aborda a Nova York dos anos 1970, tem 900 páginas e levou o autor a ser comparado, entre editores que leram trechos para participar do leilão, a Michael Chabon e Thomas Pynchon. No Brasil, quem venceu a disputa (com valores não divulgados) foi a Companhia das Letras. Os direitos cinematográficos ficaram com Scott Rudin, produtor de "Frances Ha".Fenômeno incompreendido
Publicações internacionais vêm tentando entender o fenômeno "City on Fire", que, representante de uma literatura que se propõe séria, dificilmente venderá tanto quanto "Cinquenta Tons".
O site Vulture fez uma lista com "28 coisas que você pode especular" sobre o livro --já que o autor, colaborador do "New York Times" e do site "The Millions", não dará entrevistas até o lançamento.
Entre outras coisas, cita que o autor publicou em 2007 uma novela com 63 vinhetas associadas a fotos (que não precisam ser lidas na ordem) e que ele adora usar neologismos, como "N3J" (para "novo novo novo jornalismo").
Infantil
Divulgação | ||
Biografia nacional
Aos 80 anos recém-completados, o sociólogo Francisco de Oliveira prepara para a Boitempo a "Biografia Não Autorizada do Brasil", que abordará sociedade, economia e política dos anos Vargas aos dias de hoje.
A obra, prevista para março, promete levantar debate na esquerda ao destacar a necessidade de uma revolução social num país ao qual faltam forças para isso e criticar um PT que se afastou dos ideais, inscrevendo o Brasil numa "hegemonia às avessas" --em que, segundo ele, o dominado conduz a política em benefício do dominante.
Som
"Sejamos todos musicais", reunião de crônicas de Mário de Andrade na "Revista do Brasil", publicadas de 1938 a 1940, quando o paulistano morava no Rio, sai em março pela Ateliê Editorial.
Som 2
Nos textos, o modernista aborda nomes como Radamés Gnatalli e Camargo Guarnieri e compara a produção carioca com a paulistana. "Não acho que se faça aqui música inferior a de São Paulo. [...] Mas a orientação da música pública que se faz no Rio e a sua qualidade é incomparavelmente inferior", escreveu, em 1938.
Menos é mais
Publicado apenas em 2009 na França, com exíguas 64 páginas, "O Corpo Utópico, as Heterotopias" traz Michel Foucault (1926-1984) mais confessional e próximo da literatura.
Menos é mais 2
O volume, feito a partir de conferência de 1966, ganhará edição bilíngue pela N-1 Edições.
Abuso
Da autora de "Assédio Moral", a Bertrand Brasil publica, em 2014, "Abuso de Fraqueza e Outras Manipulações". No livro, a psiquiatra Marie-France Hirigoyen mostra como a
capacidade de manipulação torna as pessoas vulneráveis.
Água
A tradicional livraria nova-iorquina Strand, famosa por oferecer as melhores pechinchas do ramo, anda mal na fita desde que o site DNAinfo noticiou o uso, pela loja, de um sistema de irrigação para tirar moradores de rua debaixo de seu toldo. A intenção foi confirmada por uma vendedora, mas depois a gerência disse que a ideia era só lavar a calçada.
Raquel Cozer é jornalista especializada na cobertura de
literatura, mercado editorial e políticas de livro e leitura. É
colunista e repórter da "Ilustrada", na Folha, desde 2012, com
passagem anterior pelo caderno de 2006 a 2009. Foi repórter do
"Sabático", no "Estado de S. Paulo", e do jornal "Agora", do Grupo
Folha. Também trabalhou nas editoras Abril, Globo e Record. Escreve a
coluna Painel das Letras, aos sábados.
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