sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ruy Castro

folha de são paulo
Dallas marcada
RIO DE JANEIRO - É provável que Dallas, no Texas, nunca se livre do estigma de ser a cidade onde, há 50 anos no dia de hoje, John Kennedy foi morto. Outras cidades já foram palco de assassinatos iguais ou piores, como o de César, em Roma, ou o de Lincoln, em Washington, mas havia algo de inevitável nisso. Afinal, eles trabalhavam nelas.
Dallas, não. Seu ódio contra Kennedy era maciço, e o desfile do presidente em carro aberto, uma provocação. Hoje Dallas tenta apagar essa imagem, mas todos sabem que Lee Oswald, o assassino, apenas fez o que muitos políticos, fazendeiros, empresários, protestantes, valentões e racistas da cidade gostariam de ter feito.
Columbine, no Colorado (1999), e Newtown, em Connecticut (2012), onde dezenas de inocentes foram fuzilados por psicopatas, e a praia da Luz, no Algarve, em Portugal (onde, em 2007, desapareceu a menina inglesa Madeleine), também ficaram marcadas. Essas cidades não contribuíram para as tragédias, mas continuarão lembradas como seus cenários.
Por mim, quero que Dallas se dane. Foi a única vez em que, ao entrar nos EUA sem ser por Nova York, a imigração me parou. Se bem que talvez eles tivessem razão. O ano era 1988, e eu estava vindo de Cuba pela Cidade do México --daí o desembarque lá. Talvez tenham visto em mim um contrabandista de charutos, porque me fizeram abrir a mala.
Eu não trazia nenhum charuto, e sim um comprometedor estoque de biquínis brasileiros. Manuseando, cheirando e quase comendo aqueles microssutiãs e calcinhas, devem ter pensado que eu era um agente do tráfico de brancas. Custei a convencê-los de que eram um presente da "Playboy" brasileira para sua irmã americana, e que eu os estava levando de favor. E vinguei-me dizendo que, perto dos nossos, os biquínis das mulheres americanas ficariam melhores se usados como paraquedas.

Eliane Cantanhêde

foljha de são paulo
As prisões e o deus nos acuda
BRASÍLIA - As prisões de três ilustres representantes do PT, partido há uma década no poder, está sendo deveras educativa para todos, sobretudo para a "classe dominante".
Depois de o ministro da Justiça reconhecer que as prisões brasileiras são "medievais", um ministro do STF condena as "condições desumanas" delas, enquanto o governador do DF e parlamentares petistas fazem romaria à Papuda.
Ali se criaram duas categorias de presos e de visitantes, a ponto de a Promotoria lançar uma espécie de manifesto clamando por "isonomia".
Enquanto avós, mães, mulheres, namoradas e filhos de detentos pobres e anônimos passavam noites na fila, submetidos a vexames para visitar seus entes queridos, estava tudo bem. Mas, agora, há a comparação. Virou o "nós" contra "eles".
Por falar em isonomia, a justa comoção nacional pelo estado de saúde de Genoino tem de se repetir quando sair o mandado de prisão de Roberto Jefferson. Ele não é do PT e não tem militância para acampar na Papuda, mas foi quem fez o favor ao país de abrir a caixa-preta do mensalão.
Genoino é cardiopata e acaba de passar por uma cirurgia muito delicada. Jefferson teve câncer e diz que perdeu o duodeno e parte do estômago, do intestino, do fígado e do pâncreas, além de ter anemia e ser diabético.
Se um tem o legítimo direito a prisão domiciliar ou hospitalar, o outro também tem, certo? E, se não conseguir, que não o metam na Papuda com Dirceu, Delúbio e os demais condenados. Seria jogar um "sabiá gigante" (como o pai de Jefferson se refere a ele) na gaiola dos gatos. Mais "medieval" e "desumano", impossível.
Foi por essas e outras que um ministro do STF chegou ao ponto de praticamente defender a fuga de Pizzolato e o vice-presidente da República até a elogia. Foi "competente", disse.
Tudo isso é educativo, sim. E serve para ensinar que ainda falta muitíssimo para o Brasil amadurecer.

    Helio Schwartsman

    folha de são paulo
    Mártir ou bandido?
    SÃO PAULO - José Genoino, mártir ou bandido? Pessoalmente, fico com a opção "nenhuma das anteriores". Genoino sempre foi um parlamentar com qualidades acima da média dos políticos nacionais, mas, como mostrou Marcelo Coelho num excelente texto publicado na edição de ontem, inocente ele não é.
    Na condição de presidente do PT, Genoino pisou na bola. Não apenas avalizou os esquemas do mensalão como deles participou ativamente. Ao que tudo indica, não foi para enriquecer, mas isso é irrelevante para a lei. Nove dos dez ministros o consideraram culpado de corrupção, um ilícito que, se adotarmos uma versão pálida dos critérios éticos que o PT de outrora apregoava, não pode passar sem uma sanção.
    Qual punição é a pergunta que se impõe. Para a lei, a resposta é clara: 4 anos e 8 meses de reclusão. Só que Genoino é uma figura simpática e está doente. Isso já faz com que muitos dos que acham que os mensaleiros devem ser punidos com rigor balancem na hora de afirmar que a cadeia é o lugar do político petista.
    Eu próprio me coloco nessa categoria, mas com uma diferença. Não restrinjo a Genoino a ideia de que a prisão não constitui uma sanção adequada. Acho que o mesmo raciocínio deve ser estendido aos outros mensaleiros e a parte significativa dos criminosos brasileiros. Basicamente, nós seguimos encarcerando delinquentes porque estamos acostumados a fazê-lo, não porque seja um modo particularmente eficaz de puni-los.
    No plano racional, a reclusão cumpre dois objetivos. Tira o criminoso de circulação, impedindo-o de voltar a delinquir, e serve de exemplo para que outros não o imitem. O problema é que, na maioria dos casos, podemos obter o mesmo efeito sem recorrer à prisão. A dificuldade para mudar de paradigma é que a parte mais intuitiva de nossas mentes ainda não se livrou da noção meio sádica de que quem comete um delito merece sofrimento como retribuição.
    helio@uol.com.br

      Documentário revisita história da casa de shows Lira Paulistana

      folha de são paulo

      Ouvir o texto
      GUSTAVO FIORATTI
      DE SÃO PAULO

      Na rua Teodoro Sampaio, em frente à praça Benedito Calixto, em Pinheiros, há hoje, vizinha a um hotel de pouco luxo, uma lanchonete.
      "Está totalmente diferente do que era antes", aponta Riba de Castro, diretor do documentário "Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista", em cartaz em São Paulo.

      Riba se refere ao imóvel onde, entre 1979 a 1986, funcionou uma casa de shows histórica na cidade, da qual também foi sócio. Pequeno e com pouca estrutura, o teatro Lira Paulistana, durante pouco mais de seis anos de existência, conseguiu articular uma geração inteira de músicos.

      Lira Paulistana

       Ver em tamanho maior »
      Divulgação
      AnteriorPróxima
      Itamar Assumpção e Suzana Salles no Lira Paulistana em foto sem data
      Em seu palco, em forma de semiarena, tocaram jovens que transformaram a música popular brasileira em uma outra coisa. Tinha a ver, mas ao mesmo tempo parecia tomar distância da bossa nova e da tropicália.
      Influenciados por eruditos de vanguarda, Luiz Tatit, Hélio Ziskind, Ná Ozzetti e Paulo Tatit, entre outros, criaram o Grupo Rumo e fizeram do Lira uma espécie de residência.
      Inspirados pela música erudita contemporânea e ao lado de Itamar Assumpção, Suzana Salles e Tetê Espíndola, criaram ali a chamada Vanguarda Paulista. Depois, foram sucedidos por roqueiros de grupos como Titãs e Ultraje a Rigor. Arrigo Barnabé era da mesma turma, mas nunca tocou no Lira.
      O documentário recolhe depoimentos dessa turma toda, expondo recorte afetivo, buscando contextualização com o momento histórico.
      Os punks surgiam na periferia, influenciados por bandas como Sex Pistols. A ditadura militar chegava ao fim, mas as músicas ainda tinham de ser submetidas à censura.
      CABEÇA DO BEBÊ
      "Éramos a cabeça do bebê", define em entrevista ao filme o diretor Pedro Vieira, ao retratar o período. "A gente percebia que a ditadura estava balançando, então havia um clima de festa permanente", completa o jornalista e escritor Mouzar Benedito, que frequentou a casa.
      São as entrevistas que seguram a hora e meia de documentário. Há poucas imagens históricas gravadas dentro do Lira, mas as que estão no trabalho de qualquer forma trazem o primeiro time da casa, com destaque para shows do Grupo Rumo.
      Boa parte dessas imagens históricas, diz Riba, foram cedidas pelo cineasta Fernando Meirelles, que foi um dos poucos artistas que registraram a vida dentro do Lira Paulistana. Ele também foi entrevistado para o filme.
      O documentário peca por não mostrar o motivo do fim do Lira, em 1986. Com boa parte dos músicos e até mesmo dois dos sócios da casa fechando acordo com gravadoras, a história do local chegou ao fim.


      DEPOIMENTO
      'Achavam que eu era burguês e vendido para o sistema'
      KID VINILESPECIAL PARA A FOLHAFoi por volta de 1980, não sei bem. Eu tinha um programa de rádio de punk new wave às segundas. Entre os punks da periferia, não era bem visto, achavam que eu era burguês porque trabalhava para uma grande empesa, era vendido para o sistema.
      A gente, da banda Verminosa, tinha feito outros bons shows no Lira. O que a gente fazia não era punk total, misturava com rock, coisas dos anos 50. Naquele dia, um pessoal da periferia apareceu para zoar mesmo. Começaram a atirar coisas na gente
      Tentei dialogar. Eles diziam que eu era traidor. Bati boca. Nosso baterista (Trinkão) era meio esquentado, a mulher dele (Angélica) também. Ela saiu dando correntada nos caras, e eles deram um soco no peito dela, subiram no palco quebraram o equipamento.
      O Clemente, dos Inocentes, quebrou uma garrafa e veio para cima, mas caiu no chão, bebaço. Não levei um tapa sequer. Subi as escadas e deixei o circo pegar fogo lá dentro.
        CRÍTICA - DOCUMENTÁRIO
        Lira Paulistana ganha filme à sua altura, mas depoimentos soam redundantes
        ANDRÉ BARCINSKIESPECIAL PARA A FOLHAA casa mais importante da arte alternativa de São Paulo dos anos 80 ganhou um filme à sua altura.
        "Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista", de Riba de Castro, é um documento informativo e didático sobre o Lira Paulistana, um porão em Pinheiros que abrigou dos sons de vanguarda de Itamar Assumpção ao punk rock de Cólera e Inocentes, passando pelo rock de Ultraje a Rigor, Ira! e Titãs.
        Riba, um dos fundadores do Lira, entrevistou cerca de 60 pessoas, o que deve ser um recorde para um documentário de 93 minutos. A quantidade dá uma ideia do escopo de influência da casa.
        Além de músicos (Arrigo, Paulo Barnabé, Luiz Tatit, Nelson Ayres, Ná Ozzetti, Clemente, Cida Moreira, Wandi Doratiotto etc.), há depoimentos de gente de TV (Fernando Meirelles, Marcelos Tas), de humor (Chico Caruso) e de teatro (Elias Andreato). Muita gente talentosa junta.
        Por outro lado, com tanta gente, alguns depoimentos soam redundantes (ninguém precisa de quatro ou cinco pessoas falando do tamanho diminuto do camarim). E, para um filme que trata de vanguarda, sua narrativa é até bem careta, limitando-se a depoimentos colados em cenas de arquivo (a maioria do acervo de Fernando Meirelles).
        Bem que o filme poderia dar um panorama da indústria musical da época, o que ajudaria a entender melhor por que a casa foi tão importante. O ano de fundação do Lira, 1979, foi um dos piores da indústria da música.
        Pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra, o número de discos vendidos no mundo caiu em relação ao ano anterior. Isso gerou um encolhimento dos "casts" das gravadoras, inclusive no Brasil.
        A existência de um espaço democrático e aberto como o Lira Paulistana, que abrigava de sons experimentais ao punk, da música caipira ao rock, foi uma bênção.

          José Simão

          folha de são paulo
          Ueba! A Macaca comeu o Bambi!
          E a grande dúvida do mensalão: estar preso na Papuda e receber visita do Suplicy é bullying?
          Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Predestinada do Mensalão! Sabe como se chama a namorada do Zé Dirceu? Patrícia TRISTÃO! Rarará!
          E a grande dúvida do mensalão: estar preso na Papuda e receber visita do Suplicy é bullying? Não! É tortura chinesa. Assédio moral! Rarará! Já imaginou estar preso na Papuda e o carcereiro avisa: "Visita". "Oba!" "É o Suplicy. Pra uma visita RÁPIDA. De nove horas e meia!" Rarará! E um leitor me disse que, tanto o Genoino como o Zé Dirceu, ambos têm problemas de saúde: o Genoino é cardiopata e o Zé Dirceu é psicopata! Rarará!
          Gente, esse mensalão só tem desequilibrado: Roberto Jefferson, Zé Dirceu e Joaquim Barbosa! E eu sou a favor da prisão domiciliar pro Genoino, evidente. E eu também quero prisão domiciliar. No domicílio do Maluf, que é rico e ninguém prende! Rarará! E diz que o Zé Dirceu, com aquele sotaque de Mazzaropi com Inezita Barroso, acorda todo dia cantando "A Marvada Cadeia". "É com a marvada cadeia/ é que eu me atrapaio/ de dia eu trabaio/ de noite eu num saio/oi lá!" O melô da Papuda!
          E o meu São Paulo? Tomou três da Ponte Preta! Caiu da Ponte! Três a um pra Macaca. Reviravolta no mundo animal: Macaca come Bambi! E os bambis acordaram cantando: "Boi, boi, boi, boi da cara preta/ Não é o Boi Bandido/ É o gol da Ponte Preta". E um corintiano me disse que o São Paulo não pode ter o Boi Bandido, tem que ter o Bambi Malvado! Rarará!
          E o site Futirinhas revela um telefonema desesperado do Ceni: "ALÔ POLÍCIA, eu quero fazer uma denúncia muito grave. Meus amigos e eu fomos estuprados por uma macaca dentro de casa, juro". Não precisa jurar, a gente é testemunha! Rarará! Os bambis bambearam!
          E o Vasco? O site HumorEsportivo tem uma foto com dois torcedores do Vasco no estádio São Januário: "Koé, você tá batendo a cabeça na grade por quê?". "Pra levar ponto." O Vasco só ganha ponto assim: com os torcedores batendo a cabeça na grade!
          É mole? É mole, mas sobe!
          O Brasil é Lúdico! Placa no bairro da Penha: "Doa-se rotweiller, come de tudo e adora crianças". Rarará. E essa plaquinha embaixo duma flor na floricultura dum supermercado: "Violenta, unidade R$ 3,89". Para esposas com TPM: uma dúzia de violentas. Violenta? Põe na tela! Põe na tela! Rarará.
          Nóis sofre, mas nóis goza!
          Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

            Restrição pode levar à censura da imprensa, diz presidente da ABL

            folha de são paulo
            BIOGRAFIAS
            Ana Maria Machado foi uma das 17 pessoas a falar ontem em audiência pública em Brasília
            JOHANNA NUBLATDE BRASÍLIANa audiência pública sobre a polêmica das biografias, realizada ontem no Supremo Tribunal Federal, a escritora Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras, afirmou que a autorização prévia pode abrir as portas para a "instalação da censura à imprensa".
            A audiência reuniu argumentos para a futura decisão do Supremo sobre a ação direta de inconstitucionalidade que questiona a exigência de anuência prévia para a publicação de biografias.
            A ministra Cármen Lúcia (relatora) afirmou que pretende liberar seu voto no início de dezembro, para que a ação entre na pauta.
            Dos 17 debatedores presentes, 13 apoiaram a necessidade de se mudar a interpretação sobre a chancela prévia.
            Eles foram ouvidos pelas ministras do Supremo Cármen Lúcia e Rosa Weber, e pelo representante da Procuradoria-Geral da República, Odim Brandão Ferreira. A ministra Marta Suplicy participou do início da audiência.
            Ferreira declarou que a Procuradoria-Geral da República entende que é inconstitucional condicionar a publicação de uma biografia à autorização prévia. Disse que uma eventual decisão do Supremo nesse sentido não resolve o problema seguinte, "as invasões ou informações incorretas por parte da obra".
            Biógrafo de Dom Pedro 2º, o professor José Murilo de Carvalho disse que a família do imperador não colocou obstáculos a seu trabalho. "Vendo a lista de quem defende a censura prévia para biografias, não posso deixar de verificar que não se fazem mais reis como antigamente", ironizou.
            A polêmica das biografias colocou em destaque --e em choque-- artistas como Roberto Carlos, Caetano Veloso e Chico Buarque.
            DIREITO DE IMAGEM
            O deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO) defendeu que o Código Civil dá instrumentos para o biografado reagir a calúnias, com a retirada de circulação da obra.
            "O que poderia o interessado fazer se o STF entender que, no caso de biografias, é possível publicar-se qualquer coisa sem a autorização do biografado? Quais as consequências? A indenização, pura e simplesmente?", disse.
            Já o representante da Associação Eduardo Banks, Ralph Anzolin Lichotti, afirmou que o direito de imagem prevalece sobre o de informação. Defendeu a manutenção dos artigos que permitem a censura antes da publicação: "Não tenho dúvida de que esses artigos são constitucionais".

              Mônica Bergamo

              folha de são paulo

              Imóvel de ex-juiz será incorporado ao patrimônio da União ou leiloado

              Ouvir o texto

              Uma casa de praia que pertence ao ex-juiz Nicolau dos Santos Neto será incorporada ao patrimônio da União ou leiloada. O imóvel localizado em um condomínio no Guarujá (SP) foi avaliado em R$ 5,5 milhões. É necessário antes pagar cerca de R$ 450 mil em dívidas de IPTU em atraso.
              EM CIMA DO LANCE
              O julgamento final da ação ocorreu em maio, quando o ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), reconheceu que o bem foi comprado com dinheiro público desviado da construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A decisão ocorreu a dois dias da prescrição do processo de execução. A ação tramitou por 12 anos e três meses.
              EM CIMA DO LANCE 2
              Em 24 de outubro, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, condenou o ex-juiz, o ex-senador Luiz Estevão e demais réus a devolver aos cofres públicos R$ 1,2 bilhão, em valores atualizados. Segundo a procuradora Maria Luísa Carvalho, que acompanha o caso desde 1998, parte dos crimes prescrevem em maio de 2014, entre eles o de formação de quadrilha.
              IMAGEM CARA
              O ator Fábio Assunção e sua ex-mulher, Priscila Borgonovi, acusam a Editora Globo, que publica a "Quem", de litigância de má-fé em um processo que já dura 11 anos. A publicação foi condenada a pagar indenização de R$ 300 mil aos dois, pelo uso de imagens não autorizadas do casamento deles. André Suplicy, advogado do ex-casal, diz que "os sucessivos recursos da editora são protelatórios".
              IMAGEM CARA 2
              A Editora Globo diz que o processo segue seu trâmite normal e a condenação não transitou em julgado. As partes agora discutem a atualização do valor da dívida. Segundo Suplicy, a indenização chega a R$ 900 mil, com juros e correção desde 2002, conforme sentença. Já a editora pede a aplicação de uma súmula do STJ pela qual o valor da indenização por dano moral conta a partir da condenação. No caso, em 2008.
              SILÊNCIO
              Ao chegar à estreia do Grupo Corpo, Fernando Henrique Cardoso (foto acima) não quis comentar as prisões dos envolvidos no mensalão. "Não quero falar sobre isso. Vim me divertir." Sua namorada, Patricia Kundrát, colocou-se à frente e foi categórica: "Ele não vai falar nada sobre isso".
              ONDE PEGA
              Tata Amaral retoma a gravação do documentário sobre José Dirceu em março. A cineasta gravou o momento em que o ex-ministro se entregou à Polícia Federal. "Era eu lá brigando por espaço com um bando de jornalista." A continuidade depende "basicamente de dinheiro". Enquanto isso, ela toca a série de 13 documentários "Rua", encomendada pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos.
              PROCURE OUVIR
              Filipe Marangone
              Gilberto Gil e Chico Buarque gravaram nessa terça, no Rio, o clipe de "Copo Vazio", dirigidos por Andrucha Waddington. A canção faz parte da trilha do filme "Rio, Eu te Amo".
              *
              Chico encomendou a música a Gil em 1973. "Na época era difícil para ele passar as próprias composições pela censura. Fiquei com aquele problemão: fazer uma música pro Chico", conta o baiano. "A parceria agora se fez dentro do estúdio. Dividimos as vozes sem critério", completa Chico.
              CORPOS EM MOVIMENTO
              Os irmãos Rodrigo e Paulo Pederneiras, coreógrafo e diretor artístico do Grupo Corpo, respectivamente, estrearam temporada paulistana do espetáculo "Triz", anteontem, no teatro Alfa. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o médico e colunista da FolhaDrauzio Varella, com a mulher, a atriz Regina Braga, foram ao evento. A cantora Mônica Salmaso e o marido, o músico Teco Cardoso, também estiveram na plateia.

              Grupo Corpo estreia espetáculo

               Ver em tamanho maior »
              Bruno Poletti/Folhapress
              AnteriorPróxima
              O médico e colunista da <>Folha Drauzio Varella foi com a mulher, a atriz Regina Braga, ao novo espetáculo do grupo mineiro
              VEM PRA RUA
              Mais de cem denúncias envolvendo o Royal, o "instituto dos beagles", invadido por ativistas de defesa dos animais em São Roque (SP), chegaram ao Ministério Público do Estado no mês passado. "Elas foram encaminhadas aos promotores que cuidam do caso", explica Fernando José Marques, ouvidor do órgão.
              VEM PRA RUA 2
              Relatório recente da ouvidoria, com dados de julho a setembro, registra 4.466 manifestações sobre diferentes problemas, como direito do consumidor e saúde --aumento de 21% em relação ao trimestre anterior. "Falou-se muito sobre o Ministério Público, por causa dos protestos. As pessoas estão reclamando mais", diz Marques.
              EX-MINISTRO CASA FILHA EM FESTANÇA DE DOIS DIAS
              "A energia dos dois dias de festa foi tão positiva que tivemos direito a pôr do sol rosado, lua cheia e até arco-íris. Estava tudo abençoado!" É assim que Erika dos Mares Guia resume à coluna, por e-mail, o seu casamento com o empresário baiano José Renato Coutinho, em Punta del Este, no sábado passado.

              Erika dos Mares Guia se casa

               Ver em tamanho maior »
              Reprodução/Instagram/narcisat
              AnteriorPróxima
              A empresária Erika dos Mares Guia entrou no local do casamento junto com o pai, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia
              *
              Erika foi conduzida pelo pai, Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro do governo Lula, ao som da orquestra sinfônica do Uruguai, que fez um concerto de 40 minutos antes da cerimônia. O momento mais emocionante foi a fala do noivo, que anunciou que a felicidade do casal estava completa com a gravidez de dois meses da noiva.
              *
              Em seguida, foi a vez de Erika, em inglês, traduzir as boas-novas e agradecer aos convidados dos quatro cantos do mundo. "Vieram amigos de Hong Kong, Istambul, Zurique, Londres, Paris, Milão, Nova York, Miami e de várias partes do Brasil."
              *
              A balada pós-cerimônia durou 12 horas, com direito a show de Dionne Warwick. A cantora americana se emocionou e chegou a chorar durante a música "That's What Friends Are For".
              *
              Amiga da noiva, a top Naomi Campbell não conseguiu comparecer. A modelo está na Austrália gravando o programa "The Face". "Era inviável ela estar em Punta", explica a empresária mineira.
              *
              As duas famílias optaram por um casamento restrito, realizado na exclusivíssima Estância Vik, na praia de José Ignácio. "Foi um momento muito íntimo. Prefiro não falar nada", disse Walfrido, por telefone, à coluna.
              *
              O vestido da noiva era da alta-costura de Dolce&Gabbana. Os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana presentearam Erika, dona de uma multimarcas de grifes de luxo, com o véu, o arranjo da cabeça e os sapatos.
              *
              Entre os convidados brasileiros, estavam o publicitário Nizan Guanaes, a apresentadora Glória Maria e Narcisa Tamborindeguy. Do mundo político, um dos poucos foi o ex-ministro do STF Nelson Jobim. Nem o senador Aécio Neves (PSDB-MG) nem o ex-presidente Lula foram ao casório.
              CURTO-CIRCUITO
              Nina Becker canta Dolores Duran na Casa de Francisca, nos Jardins. Hoje e amanhã, às 22h30. 18 anos.
              A psicóloga inglesa Judy Shuttleworth participa hoje e amanhã de fórum da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP.
              O documentário "Eu Respiro" estreia hoje no Espaço Itaú de Cinema em seis capitais. Livre.
              com ELIANE TRINDADE (interina), JOELMIR TAVARES, ANA KREPP e MARCELA PAES
              mônica bergamo
              Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária publicada na página 2 da versão impressa de "Ilustrada". Traz informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.