A doença de Chagas na Amazônia
A doença de Chagas está sendo considerada emergente na região amazônica. Ela vem ocorrendo por meio de surtos agudos associados ao consumo de suco de açaí.
A contaminação ocorre pelas fezes do "barbeiro" no suco ou do inseto triturado junto com a fruta.
No último número da "Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical", Rita de Cássia de Souza Lima e colaboradores da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado e Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, em Manaus, descrevem as características da transmissão da doença, há três anos, nas vizinhanças de de Santa Isabel do Rio Negro.
Lembram, também, os surtos nas cidades de Tefé, em 2004, e Coari, em 2008.
Na transmissão da doença em outras áreas, surgem inchaço facial e irritação na epiderme quando a deposição das fezes contaminadas pelo inseto ocorre na pele; na transmissão oral, febre acompanhada por dor muscular e fraqueza tem início súbito.
Como a região amazônica é habitada por mais de 30 milhões de pessoas, os autores destacam ser fundamental manter os testes de malária com os exames para Chagas nos casos suspeitos.
Os autores acrescentam a necessidade de manutenção do atual sistema preventivo de vigilância para diagnosticar e tratar os casos autóctones e importados para impedir a dispersão e intensificação da transmissão endêmica da moléstia de Chagas na Amazônia.
Julio Abramczyk, médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Na Folha desde 1960, já publicou mais de 2.500 artigos. Escreve aos sábados na seção 'Saúde'.
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