Judy Smith, ex-gestora de crise na Casa Branca, diz ter ética e atitude diferentes da personagem
Série é a primeira com protagonista negra na TV americana em 35 anos; 2ª temporada é exibida aqui pelo Sony
"Devo deixar uma coisa clara antes de começarmos: não dormi com o presidente", diz ela, referindo-se ao ocupante da Casa Branca e diferenciando-se da protagonista.
"Com nenhum deles."
Não que Smith, uma gerenciadora de crises que atuou em casos históricos dos governos Reagan (Irã-Contras), Bush (Guerra do Golfo) e Clinton (o escândalo Monica Lewinsky), fosse admitir caso tivesse feito como Olivia Pope, seu alter ego na série.
Sigilo e discrição são essenciais em sua área de atuação, como ela ressalta para o público que assistiu a sua palestra no último domingo, durante o Festival do Rio.
Seu trabalho foi a inspiração para "Scandal", produzida por Shonda Rhimes (criadora de "Grey's Anatomy") e hoje em sua segunda temporada no Brasil, onde novos episódios são exibidos pelo canal Sony às segundas, 22h.
A série conta a história de uma ex-consultora de mídia da Casa Branca, interpretada por Kerry Washington ("Django Livre"), que abre uma empresa de gerenciamento de crises, ajudando a proteger a imagem pública de figuras da elite --políticos, executivos, celebridades e corporações.
"Scandal se tornou algo importante porque foi a primeira vez que uma mulher afro-americana interpretou a protagonista na TV, nos últimos 35 anos", diz Smith, que é também uma das produtoras e consultora de roteiro.
"O público feminino fica feliz de ver alguém com quem pode se identificar. Olivia é uma mulher forte, no ápice de sua forma, mas não é perfeita, tem uma vida pessoal um tanto tumultuada, para dizer o mínimo."
DURONA
Diferentemente do estilo "gladiadora de terno" que caracteriza a protagonista da série, Smith diz adotar uma postura mais suave e mais dentro da lei.
"Não encorajo meus investigadores a bater nos outros para obter informação ou a mexer em cenas de crimes."
Ela e Pope têm em comum o que ela chama de "compaixão pelo cliente". Mas mesmo quando eles praticaram algum crime?
"Todos cometemos erros. A diferença é que os erros que eu e você cometemos não aparecem nos jornais ou na televisão. Acredito muito no perdão e na redenção. O importante é aprender com os erros", responde.
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