A nostalgia lucrativa dos americanos por John Fitzgerald Kennedy ocupa boa parte da programação da TV americana nesta semana, 50 anos após o assassinato do presidente, aos 46 anos, em 22 de novembro de 1963.
Até sexta-feira, a TV dos EUA exibirá 120 especiais sobre o crime que "acabou com a inocência americana" e com o casal mais glamouroso e fotogênico a ocupar a Casa Branca (o único casal rival à altura é o atual ocupante, Michelle e Barack Obama).
Mais de 40 mil livros e centenas de filmes já foram lançados sobre Kennedy, mas o mistério da morte continua para boa parte da população.
Pesquisa divulgada na sexta passada pelo Gallup revela que 61% dos americanos creem em teorias conspiratórias --apenas 30% acreditam que o atirador, Lee Harvey Oswald, agiu sozinho.
Momentos marcantes do governo Kennedy
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Em 1961, Khruschov e Kennedy se reuniram em Viena, após a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba
A lista de possíveis culpados, segundo os ouvidos pelo Gallup, é longa. Para 13%, foi a Máfia; outros 13% culpam o próprio governo; sobram 7% para a CIA, 5% culpando Fidel Castro e Cuba, 3% para a Ku Klux Klan e outros 3% para os soviéticos.
Mesmo a criativa TV americana não disfarça a escassez de novidades. A CNN exibiu "O Assassinato do Presidente Kennedy", produzido por Tom Hanks, documentário que mostra todos os ângulos do dia do crime em Dallas, inclusive o museu criado no sexto andar do prédio de onde Oswald atirou em JFK.
O canal da National Geographic adaptou para a TV o livro "Killing Kennedy", do apresentador da Fox News Bill O'Reilly, que narra o governo do presidente, interpretado por Rob Lowe, e sua intensa vida privada --há cenas com as festinhas que o presidente organizava na piscina da Casa Branca, onde convidados mergulhavam nus--, não exatamente novidade na longa bibliografia sobre JFK.
Nem todos querem faturar com a nostalgia: para despistar os turistas que procuram a casa onde JFK e Jacqueline moraram em Washington enquanto ele era senador, um belo casarão no bairro de Georgetown, os atuais donos retiraram o número da porta.
Dallas, 50 anos depois
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Entrada do Parkland Memorial Hospital, em Dallas, para onde Kennedy foi levado após ser baleado em 1963 Leia mais
O presidente Obama deu sua ajuda para manter o mito Kennedy em Washington ao nomear Caroline, filha do presidente, como nova embaixadora dos EUA no Japão.
A nomeação foi bastante criticada. "Ela não tem um pingo de qualificação para o cargo", escreveu David Rothkopf, editor da revista "Foreign Policy". Em 2008, Caroline publicou um artigo no "New York Times", "Um presidente como o meu pai", dizendo que Obama poderia ser tão inspirador quanto JFK.
Não só Obama se derrete com o sobrenome: Joe Kennedy 3º, 33, neto do senador Bob Kennedy, foi eleito em 2012 deputado federal após minúscula militância política. Sua passagem pela Câmara é apagada --seu único voto polêmico foi contra limitar a Lei Patriótica, que dá poderes à espionagem da Agência de Segurança Nacional.
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