sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Estilo de vida vegano ganha adeptos

folha de são paulo
DA DEUTSCHE WELLE
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Em 1º de novembro, é comemorado o Dia Mundial do Veganismo. Na Alemanha, há mais de 600 mil adeptos à alimentação livre de derivados de animais. Para muitos, a opção alimentar é também uma questão política.
A pequena loja de comida vegana no centro de Colônia chama pouca atenção. Alguns refrigeradores, estantes simples e um balcão compõem a estrutura da Goldenen Zeiten (Tempos Dourados, em tradução livre). O pequeno local oferece desde no cheez (sem queijo) e cowgirl steak (bife vegetariano) até comida vegana para gatos e cachorros, que a proprietária, Annette Klietz, vende como "especialidades veganas".
Mesmo que o local seja pequeno, ele oferece hoje bem mais do que no começo. "Há dez anos era muito difícil encontrar comida vegana. Eu tinha apenas dois minirrefrigeradores e quatro estantes. Toda minha oferta cabia aí", relembra a proprietária. Hoje a situação é outra: estima-se que haja 600 mil veganos em toda a Alemanha.
Klietz conta que abriu o negócio por falta de opções no mercado. "Para mim, como consumidora, era difícil encontrar comida vegana. E como sempre gostei de trabalhar no comércio, essa foi a solução mais simples", explica Annette. Ela conta que adotou este estilo de vida por razões éticas, e não de saúde. "Eu sou um exemplo de vegana que se alimenta de modo insalubre, nunca gostei da alimentação saudável. Para mim, a satisfação é o mais o importante".
PRATOS VEGANOS "DISFARÇADOS"
Já para o cardápio do ECCO, a saúde é prioridade. O local, também em Colônia, é um dos muitos restaurantes em cidades alemãs que oferecem um cardápio vegano. Localizado em uma parte movimentada da cidade, ele atrai uma ampla variedade de clientes. Duas idosas conversam enquanto tomam água e café, ao lado de algumas jovens mães com filhos pequenos tomam café.
Colegas de trabalho, casais e senhores lendo jornais dividem a sala espaçosa. Uma televisão de tela plana atrás do bar mostra uma reportagem sobre animais enquanto música Jazz-Pop flui dos alto-falantes embutidos nas paredes. Nicole Löhnert, a proprietária, também se aventura como cozinheira. "O mais divertido é fazer pratos que normalmente são de origem animal, mas à moda vegana, como filés, assados, salsichas", diz a vegana por convicção.
Os clientes que como ela não comem alimentos de origem animal apreciam as ofertas do cardápio, enquanto outros, desavisados, os ingerem sem saber. "Eu substituo muitos ingredientes, mas não digo nada. Quando fazemos uma maionese, é sempre vegana, assim como nossas saladas. Quando vêm os veganos, eu posso recomendar outros pratos. Mas sem fazer alarde, porque muitas outras pessoas não iriam comê-los", explica Nicole. Seu objetivo é utilizar cada vez mais ingredientes que não sejam de origem animal.
ESPÍRITO COMUNITÁRIO
Na vizinha cidade de Bonn, fica a Casa Oscar Romero, um centro de projetos sociais, onde uma vez ao mês são servidas refeições veganas como forma de arrecadar doações. Muitas pessoas apoiam a iniciativa. Um dos cozinheiros serve de trás do balcão um ensopado e salada de macarrão. Para a sobremesa, frutas. Cerca de 50 pessoas conversam entre si acomodados em cadeiras e bancos. Na maioria, têm entre 20 e 40 anos, moram ali perto e vêm com regularidade.
Uma rápida pesquisa entre os presentes deixa claro que o que os une é o sentimento de comunidade. "Acho ótimo, nós nos juntamos, comemos e temos uma noite agradável, independentemente do dinheiro", afirma um deles.
A comida é de baixo custo porque é doada. Geralmente são alimentos com prazo vencido e por isso descartados pelos supermercados das redondezas. Muitos dos convidados não comem comida vegana diariamente. A não violência e a sustentabilidade são os princípios éticos dessa comunidade. Quem traz novos tópicos para discussão é ouvido. E a comida vegana é um deles.

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