sábado, 23 de novembro de 2013

Genoino não teve infarto na prisão, afirma hospital

folha de são paulo
Jamais deixarei a vida política, diz deputado a revista
DE SÃO PAULOO deputado federal licenciado José Genoino (PT-SP) disse que, mesmo preso, não pretende deixar a política.
"Jamais deixarei a vida política. Posso ter que mudar a forma, o local e o uniforme, mas o sentido da minha vida é lutar por sonhos e causas" afirmou à revista "IstoÉ".
A entrevista foi feita dentro do presídio da Papuda, anteontem, no Distrito Federal, pouco antes dele ser transferido para um hospital depois de passar mal.
"Não cometi nenhum crime. Estou preso porque era presidente do PT. Por isso sou um preso político", declarou.
O deputado também revelou que o momento mais tenso do julgamento do mensalão foi a dosimetria, quando o tamanho das penas foi definido: "Fui condenado por corrupção sem nunca ter mexido com dinheiro".
Ele também negou a formação de quadrilha. "Nós, no PT, não nos associamos para cometer crimes, e sim para mudar a realidade do Brasil".
Foi a primeira entrevista de Genoino desde que ele se entregou, no dia 15, para começar a cumprir a pena por sua participação no mensalão.
IMAGENS TERRÍVEIS
O ex-presidente do PT disse que quando chegou à prisão, lembrou das "imagens terríveis" de suas prisões na ditadura --ele foi preso e torturado duas vezes durante o regime militar. "A sensação de estar preso injustamente é a mesma", declarou.
O deputado disse ainda que nunca pensou em fugir do Brasil e criticou a transferência dos presos a Brasília. "Ficamos quatro horas em um pátio porque não sabiam onde nos colocar", disse o deputado. "Se não sabiam onde nos colocar, por que nos fizeram viajar?", acrescentou.
Genoino deu detalhes ainda sobre as suas condições de saúde. Ele afirmou que precisa fazer uma biópsia porque está cuspindo sangue e sofre com palpitações, dores nas pernas e alteração na voz.
    Segundo boletim médico, ex-presidente do PT sofreu crise de pressão alta
    Petista será examinado hoje por junta médica convocada pelo STF, que analisa pedido de prisão domiciliarp(kicker red). Mensalão as prisões
    DE BRASÍLIAO boletim médico divulgado ontem pelo Instituto de Cardiologia do Distrito Federal descartou que o deputado federal licenciado e ex-presidente do PT José Genoino, condenado no mensalão, tenha sofrido infarto enquanto estava preso e o diagnosticou com crise de pressão alta.
    Hoje, um grupo de médicos irá examiná-lo e enviará um relatório para o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que irá decidir o local onde o deputado cumprirá sua pena.
    O advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, havia pedido que seu cliente deixasse a penitenciária da Papuda e ficasse em prisão domiciliar por questões de saúde.
    Barbosa atendeu parcialmente ao pedido ao permitir que ele fique no hospital ou faça tratamentos de saúde em casa até que a junta médica avalie seu quadro clínico.
    A junta é composta por cinco médicos ligados à UnB (Universidade de Brasília). Eles foram indicados pela superintendência do Hospital Universitário de Brasília e pela direção da faculdade de medicina da universidade.
    Folha apurou que Genoino passou a tarde na companhia da mulher e se sentia melhor que no dia anterior.
    A nota do Instituto de Cardiologia diz que "foi descartado infarto agudo do miocárdio e diagnosticada elevação dos níveis pressóricos (pressão arterial), que podem comprometer o resultado da cirurgia de correção de dissecção da aorta, e alteração de coagulação secundária ao uso de anticoagulante, que aumenta o risco de sangramentos".
    Genoino sofre de problemas cardíacos e passou por uma cirurgia em julho. O boletim diz ainda que o "paciente encontra-se estável e deverá permanecer internado até o controle adequado da pressão arterial e dos parâmetros da coagulação".
    Anteontem, quando estava na Papuda, o deputado passou mal e recebeu o primeiro atendimento no presídio. O médico do próprio sistema prisional resolveu transferi-lo para um hospital.
    Em um primeiro momento, o advogado de Genoino havia dito que o petista sofrera um princípio de infarto. Ontem, por meio de carta, ele afirmou que seu cliente havia sido internado às pressas por "suspeita" de infarto.
    O senador José Sarney (PMDB-AP) visitou ontem Genoino no hospital e afirmou que ele estava "bem, mas muito abatido".
    "Quando estive internado no Incor, ele foi duas vezes me visitar. Vim fazer uma visita de cortesia para retribuir e cumprir os deveres da amizade", disse Sarney.
    O ex-presidente do PT foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão por corrupção ativa e a 2 anos e 3 meses por formação de quadrilha.
    Ele continua a receber o salário de deputado, de R$ 26,7 mil, mas está licenciado por motivos de saúde.
    A Câmara deve decidir na próxima semana o que fazer com seu mandato. Outra junta médica deve examiná-lo para fazer um laudo relativo ao pedido dele de aposentadoria por invalidez.

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