Padrão Brasil
RIO DE JANEIRO - O novíssimo estádio do Maracanã, aquele no qual se gastou quase R$ 1,2 bilhão em uma reforma e onde daqui a oito meses acontecerá a final da Copa do Mundo, não passou em seu primeiro teste de verdade.Aqueles que chegaram quarta-feira ao estádio pouco antes do jogo entre Flamengo e Atlético Paranaense, final da Copa do Brasil, puderam ver o bom e velho Maracanã em todo o seu esplendor.
Houve empurra-empurra quando as novas catracas eletrônicas pararam de funcionar, barrando a entrada dos torcedores que ti- nham pago de R$ 250 a R$ 800 por seus ingressos.
Em determinado momento, os portões foram abertos para evitar que pessoas fossem espremidas contra as grades. Muita gente sem ingresso entrou. E muitos com ingresso ficaram do lado de fora.
Em nota, a concessionária que administra o Maracanã negou o problema com as catracas, testemunhado pela Folha, e atribuiu o tumulto a torcedores sem ingressos que tentavam invadir o estádio.
Alguns deles conseguiram entrar, de acordo com o relato da concessionária, depois de ultrapassar a barreira de policiais militares, escalar as catracas, que têm 2,2 m de altura, e passar pelo vão de 50 centímetros entre elas e o teto de concreto. Com tanta capacidade atlética, deveriam ser convocados e treinados para a Olimpíada de 2016.
Lá dentro, gente de pé nos corredores --parece que aquela história de que, depois da reforma, os lugares seriam marcados era só brincadeirinha-- e banheiros imundos, segundo o relato de amigos.
Para os saudosistas, queixosos de que a reforma "padrão Fifa" roubou a alma do Maracanã, os fatos de quarta-feira podem ser um alento. Ali, ao menos naquele dia, vigorou um "padrão Brasil" de final de campeonato.
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