Rodrigo Faro ganha R$ 1,5 milhão por mês e não descarta ter próprio canal de TV
Antes de enfrentar uma tarde inteira de gravação do programa semanal "O Melhor do Brasil", no teatro Record, Rodrigo Faro, 40, encara um prato de arroz, feijão, bife e farofa. "Não é porque a minha carreira deu certo que vou comer caviar. Aliás, nunca comi. Nem sei que gosto tem", diz o apresentador a Alberto Pereira Jr.
Rodrigo Faro briga pelo ibope
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Rodrigo Faro em seu camarim, na Rede Record, onde se recusou a ter mais um programa para não desgastar a imagem; seu salário mensal, sem contar a publicidade, é de R$ 1,5 milhão
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"Gosto de café com leite e pão com manteiga", prossegue. A refeição é simples, mas a tarefa que tem pela frente, não. Desde junho, Faro entrou na disputa de audiência das tardes de domingo, em substituição a Gugu Liberato, que rescindiu contrato com o canal de Edir Macedo.
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Faz cinco anos que Faro estreou na emissora. Deixou uma carreira de ator na Globo, onde atuou em nove novelas --atualmente, está no ar na reprise de "O Cravo e a Rosa" (2000).
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Além de "O Melhor do Brasil", comandou quatro temporadas do "Ídolos" e uma edição do reality show "Fazenda de Verão". É um dos apresentadores mais bem pagos da TV brasileira. Fatura entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões mensais, entre salário e merchandising. "Sem contar a publicidade", informa.
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Aos oito anos, "descoberto" por um agente quando comprava pão com a avó, Benedita, a dona Di, e o irmão, Danilo, fez o primeiro comercial. E outros 500 até os anos 1990. "Foi quando parei de contar." Fez parte da boy band Dominó e se lançou como cantor solo.
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No segundo encontro com a reportagem, no restaurante Piselli, nos Jardins, Rodrigo Faro está radiante. A audiência de seu programa dominical se firmou. No domingo passado, ficou 21 minutos à frente do "Domingão do Faustão" (Globo).
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"Sempre vou à casa do [apresentador] Fausto [Silva] comer pizza. É meu amigo pessoal e me dá conselhos. Fala, por exemplo, para não deixar que o programa fique muito longo, para exigir mais investimentos. É estranho disputar com ele." Eliana, sua concorrente do SBT pela vice-liderança, é outra amiga. "As pessoas nem imaginam isso, mas é verdade."
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O progresso de sua atração dominical veio com mudanças, diz ele. "Fizemos pesquisas. Quem domina o controle remoto são as classes C e D, um público mais maduro, acima de 35 anos, mais feminino. Tivemos de envelhecer o programa. Trazer responsabilidade social, assistencialismo."
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Reencontro de famílias, ajuda financeira e transformações tomaram o lugar dos quadros "Vai Dar Namoro" -de xaveco entre jovens- e "Dança Gatinho", em que Faro se fantasiava de outro artista. Já interpretou Michael Jackson, Beyoncé e Zeca Pagodinho, entre outros.
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Quando imitou Chacrinha, recebeu carta do filho e da mulher do apresentador. Segundo diz, foi "eleito" por eles o sucessor do finado Velho Guerreiro. Roberto Carlos o surpreendeu com um elogio no camarim após um show. "Ele pegou no meu rosto e disse: 'Bicho, como você consegue, canta, dança, apresenta, atua'. Nem dormi direito."
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Vai receber das mãos de um de seus ídolos, Silvio Santos, seu quarto Troféu Imprensa, como melhor apresentador de TV. Com 40 anos recém-completados, ele diz ter aprendido a falar não. Desistiu de um papel na novela "Pecado Mortal", da Record. Também recusou a proposta de acumular uma nova atração aos sábados.
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"Queriam transformar o 'Vai Dar Namoro' num programa independente. Assim, resolveriam o problema de audiência que ficou quando deixei esse dia." Temeu ficar com a imagem desgastada com a superexposição. "A Record tem outros apresentadores. Não é a Rede Faro de Televisão [risos]."
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Mas a Rede Faro, um dia, pode existir. "Por que não?", diz ele, sobre a possibilidade de, no futuro, ter um canal de televisão. "Um dia, quem sabe? É uma coisa legal de se pensar. Mas tendo alguém para administrar. A carreira de apresentador me toma muito tempo."
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Disse sim para um projeto no cinema. Interpretará Dinho, vocalista do Mamonas Assassinas, na cinebiografia do grupo.
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É contra, por sinal, a lei que exige autorização prévia para a publicação de biografias, defendida por artistas como Roberto e Caetano Veloso. "Se a pessoa se sentir ultrajada, ela procura seus direitos. Mas cercear a liberdade de um jornalista para escrever sobre o que quiser, sou contra." Formado em rádio e TV pela USP, diz acreditar que "esse lado acadêmico me dá embasamento para falar. Apresentador não pode ser um eterno em cima do muro."
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O filme dos Mamonas será rodado no próximo ano. "Eu precisava ser três Rodrigos para dar conta de tudo: TV, campanhas publicitárias e minha família." Ele tem três filhas: Clara, 8, Maria, 5, e Helena, dez meses.
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Para proteger sua família, conta com o serviço de "quatro ou cinco seguranças". Já foi assaltado uma vez, na avenida Pacaembu, na zona oeste da capital paulista. Teve um relógio roubado. "É complicado. Quem pode, anda com carro blindado. E quem não pode? Faz o quê?"
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"Não adquiri hábitos da classe abastada. Minha condição social melhorou. Mas continuo com a mesma simplicidade", insiste.
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É dono de uma casa em Alphaville, na Grande São Paulo, e de outra em Angra dos Reis, no Rio, onde tem um barco. "Foi minha estripulia financeira", diz sobre a lancha Armada de 44 pés, que custa cerca de R$ 1,8 milhão.
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Comprou ainda um apartamento em Miami, nos EUA. "Parcelei em 30 vezes", afirma, rindo. Passou lá as férias de julho com a família.
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Conheceu a mulher, Vera Viel, fazendo um comercial. Ela era a garota de biquíni vermelho. Ele, o rapaz de chinelo da mesma cor. Estão juntos há 16 anos, dez deles casados.
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Afirma ter registrado seus empregados, atendendo às normas da PEC das domésticas. "Trato como pessoa da família." E distribui presentes. "Um caseiro ganhou um carro; o outro, uma moto."
Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária publicada na página 2 da versão impressa de "Ilustrada". Traz informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.
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