Folha de são paulo
Ministério Público suspeita que dois auditores recebiam propina nos EUA
Luis Alexandre Cardoso de Magalhães e Amilcar José Cançado Lemos são suspeitos de cobrar propina para reduzir ISS
Os donos das contas são Luis Alexandre Cardoso de Magalhães e Amilcar José Cançado Lemos.
Os dois são apontados como os "playboys" da suposta quadrilha: Luis andava de Porsche e Amilcar é fanático por Harley Davidson.
Luis Alexandre é fiscal da secretaria das Finanças, foi preso no último dia 30, junto com outros três servidores, e liberado após fazer um acordo pelo qual vai colaborar com as investigações em troca de redução de pena.
Amilcar foi apontado por Luis Alexandre como o chefe inicial da máfia do ISS.
As contas são ilegais porque não constam da declaração de renda dos dois.
Na operação de busca e apreensão feita na casa de Luis Alexandre, a Promotoria encontrou papéis do Israel Discount Bank e dois cartões de visitas de pessoas que parecem ser os contatos dele com a instituição financeira.
Pelo cartão, Luis se relacionava com executivos da agência, localizada na Quinta Avenida, em Nova York.
Os investigadores da máfia do ISS também têm informações de que Luis Alexandre e Amilcar repassavam dinheiro um para o outro por meio dessas contas nos EUA. Os dois eram sócios em uma série de imóveis em São Paulo.
Uma das suspeitas é que as contas tenham sido usadas para receber propina de incorporadores sem deixar rastros no Brasil. Empresários podem ter feito pagamentos para a dupla a partir de contas que mantêm no exterior.
Outra hipótese é a remessa por meio de doleiros.
HISTÓRICO
O Israel Discount Bank tem um histórico de envolvimento com lavagem de dinheiro --operação que visa dar uma aparência legal a recursos obtidos de forma ilícita.
Foi o banco usado por doleiros brasileiros para mandar US$ 2,2 bilhões para os EUA no início da década. Foi também o banco pelo qual Duda Mendonça recebeu US$ 132 mil em 2003 da campanha de Lula à Presidência, segundo as provas da Polícia Federal sobre o mensalão.
O IDB, como é conhecido, já pagou cerca de US$ 40 milhões em acordos nos EUA por não adotar mecanismos contra a lavagem.
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